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Idade cronológica X idade biológica: qual a diferença?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Kampus Production/Pexels
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No campo da ciência antienvelhecimento, a idade de uma pessoa nem sempre é aquela presente no documento de identidade. Alguns indivíduos parecem muito mais novos, mesmo tendo completado 80 anos. A diferença entre a idade cronológica e a idade biológica (ou idade fisiológica) pode ser explicada através do estilo de vida, da saúde física e da saúde mental cultivados ao longo da vida, além das questões genéticas.

Com o avanço da compreensão sobre a epigenética (estudo das mudanças químicas que ocorrem no DNA, sem alterar a sua sequência), a discussão sobre idade cronológica, idade biológica e até mesmo idade metabólica têm ganhado cada vez mais destaque.

A seguir, entenda melhor essas diferentes formas de medir a idade de uma pessoa, e o que elas significam em relação à longevidade:

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O que é idade cronológica?

A idade cronológica é uma medida bem simples e direta: o número de anos que se passaram desde o nascimento de uma pessoa. Então, é a idade que está presente nos documentos de um indivíduo e é imutável — até o momento, a ciência não conseguiu criar uma máquina capaz de voltar no tempo. Dessa forma, quem tem 60 anos já é considerado idoso, independentemente do seu condicionamento físico. 

Entretanto, alguns cientistas defendem que ela não reflete necessariamente o estado real do corpo ou da mente de alguém. Por isso, outros critérios começam a ser definidos para estabelecer onde alguém está no processo de envelhecimento.

O que é idade biológica?

Agora, a idade biológica é uma forma de medir o envelhecimento, a partir de parâmetros da boa saúde. O número final depende de como os órgãos, as células e os sistemas estão funcionando em comparação com a média de outras pessoas da mesma idade cronológica. Em alguns casos, alguns órgãos específicos podem envelhecer de forma mais acelerada do que outros, tornando a avaliação mais complexa.

Por isso, ainda não há um consenso científico sobre como determinar a idade biológica, mas os relógios epigenéticos são uma ferramenta promissora. Basicamente, eles medem a metilação do DNA (uma modificação química que regula a atividade dos genes) e, assim, fornecem uma estimativa de quanto o corpo envelheceu biologicamente. A Inteligência Artificial (IA) também é usada para estabelecer esse valor.

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Qual a diferença entre idade cronológica e idade biológica?

“Enquanto a idade cronológica aumenta de forma constante para todos, a idade biológica muda de acordo com vários fatores, como genética, estilo de vida e ambiente”, define um artigo do Centro de Bioética da Faculdade de Medicina de Harvard, de forma bem simples a diferença entre os dois conceitos.

Papel da epigenética no envelhecimento

Aqui, vale destacar a importância da epigenética dentro da idade biológica e da diferenciação da idade cronológica. Isso porque as mudanças que ocorrem durante o envelhecimento, como a metilação do DNA, podem ativar ou desativar genes. Também influenciam em processos como inflamação, regeneração celular e predisposição a doenças.

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Então, o estilo de vida de uma pessoa, o que inclui alimentação, estresse, poluição, hábitos nocivos (como fumar) e outros fatores de risco, pode acelerar essas modificações epigenéticas. Se isso ocorrer, a idade biológica avança. A depressão não tratada é um desses problemas, que pode aumentar até o risco de demência, por exemplo.

Por outro lado, realizar exercícios físicos regularmente, beber água, manter o cérebro ativo e comer bem podem retroceder esse relógio biológico e ainda protegem contra doenças cardiovasculares. 

Dá para reverter a idade biológica?

Com base nesses conceitos, o milionário e empresário norte-americano Bryan Johnson, com mais de 45 anos, adota uma série de terapias e hábitos para voltar, biologicamente, aos 18 anos. É algo extremamente improvável, mas a sua jornada pode trazer novos insights para a ciência antienvelhecimento.

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Outro caso famoso é o do irlandês Richard Morgan, tetracampeão mundial de remo indoor, que tem oficialmente mais de 90 anos. Entretanto, a suposta idade biológica varia entre 30 a 40 anos, segundo os médicos que o acompanham. Mesmo que pesquisas ainda precisem confirmar esses dados, parte da resposta impressionante pode ser explicada pela qualidade de vida e pelo nível de atividade física.

Outros tipos de idade

Além da idade cronológica e da idade biológica, outros conceitos ajudam a entender o processo de envelhecimento:

  • Idade metabólica: focada no metabolismo do indivíduo, avalia como o corpo utiliza energia (metabolismo) em comparação com a média da idade cronológica. Está diretamente associada à composição corporal e à saúde geral.
  • Idade cerebral: como o próprio nome já diz, o foco é a saúde do cérebro. Então, a análise envolve fatores como memória, concentração e risco de doenças neurodegenerativas. Já existem até IAs que buscam estabelecer os critérios para esta forma de medição do impacto do tempo.
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Através de todos esses conceitos emergentes (idade biológica, idade cronológica, idade cerebral e idade metabólica), a ciência busca novas formas de medir o envelhecimento e descobrir quem tem mais risco de desenvolver problemas de saúde. Saber quais são os riscos, na maioria dos casos, ajuda a contornar o problema e aumentar o tempo de vida, com qualidade.

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Fonte: Com informações: Harvard