Idade biológica pode ajudar a prever risco de Alzheimer e AVC
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Um estudo publicado no periódico Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry sugere que determinar a idade biológica de uma pessoa pode ajudar a prever o risco de condições neurológicas como o Alzheimer. Acontece que, apesar de envelhecermos cronologicamente no mesmo ritmo, biologicamente, nossos relógios podem funcionar mais rápido ou mais devagar.
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Os cientistas buscam formas de determinar a idade biológica de uma pessoa, e uma delas é observar os relógios epigenéticos, que consideram as mudanças químicas que ocorrem no DNA à medida que envelhecemos. Outra forma é por meio de exames médicos, como pressão arterial, níveis de colesterol e outras medidas fisiológicas.
E foi justamente ao utilizar os biomarcadores que os pesquisadores descobriram que quando a idade biológica de uma pessoa ultrapassa a idade cronológica (o número de anos que a pessoa viveu), isso pode significar envelhecimento celular acelerado e maiores chances de doenças relacionadas com a idade.
Assim, a idade biológica, pode prever o risco de Alzheimer e acidente vascular cerebral (AVC) no futuro com mais eficácia do que a idade cronológica.
Idade biológica x riscos
Para chegar a isso, o grupo analisou mais de 325 mil idosos, sob a premissa de investigar se a idade biológica avançada aumentava os riscos futuros de desenvolvimento de doenças neurológicas.
Na ocasião, a equipe se concentrou em 18 biomarcadores coletados durante exames médicos, incluindo informações como pressão arterial, glicemia, níveis de colesterol, marcadores de inflamação, circunferência da cintura e capacidade pulmonar.
Os pesquisadores acompanharam os participantes durante nove anos para ver quem desenvolvia doenças neurológicas. Aqueles com idades biológicas mais elevadas no início do estudo apresentavam riscos significativamente mais elevados de demência e acidente vascular cerebral durante a década seguinte.
Conforme revelam os autores, as descobertas mostram que os processos de envelhecimento biológico provavelmente contribuem substancialmente para o Alzheimer e o acidente vascular cerebral mais tarde na vida, então retardar o declínio interno do corpo pode ser fundamental para prevenir doenças crônicas na idade avançada.
Envelhecimento biológico
Estudos anteriores chegaram a revelar que o estresse envelhece biologicamente, mas pode ser reversível. Isso porque os marcadores de parecem aumentar durante eventos estressantes, como cirurgias, mas voltam aos níveis normais após um período de recuperação.
Além de se concentrar na idade biológica, pesquisadores também já buscaram entender qual a verdadeira idade do cérebro de uma pessoa. Isso pode ajudar a identificar possíveis riscos à saúde.