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Dia Mundial da Psoríase | Doença é mais que um problema de pele

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Outubro de 2022 às 07h00

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S_kawee/Envato
S_kawee/Envato

Para conscientizar sobre a doença que é muitas vezes confundida apenas como um problema de pele, o Dia Nacional e Mundial da Psoríase acontece neste sábado (29). A condição é crônica, não contagiosa e sistêmica. Por causa das lesões, é comum que pacientes tenham a autoestima afetada, ainda mais quando não compreendem o diagnóstico e desconhecem as alternativas de tratamento.

A psoríase pode parecer rara, mas pelo menos 1,3% da população brasileira vive com a doença, sabendo disso ou não. Isso significa que a condição afeta cerca de 2,6 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Por que a psoríase acontece no corpo?

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A psoríase é provocada pela liberação desregulada de um tipo específico de glóbulos brancos, os linfócitos T. Com o excesso dessas proteínas responsáveis pelas defesas do corpo, uma cascata de reações ocorre internamente, o que desencadeia o aparecimento das lesões de pele, no formato de placas.

Geralmente, são lesões elevadas, avermelhadas e que descamam. Quando secam, originam escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. É mais comum que surjam no couro cabeludo, joelhos e cotovelos, mas podem se manifestar até nos genitais do indivíduo.

Até hoje, não se sabe quando crises vão acontecer, já que o quadro é desencadeado pela junção de gatilhos ambientais e fatores genéticos. “A psoríase é causada por predisposição genética associada a fatores externos e comportamentais, como infecções bacterianas e virais e estresse emocional", explica Daniel Nunes, dermatologista da SBD e professor de Dermatologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em nota.

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Doença que vai além da pele

Embora a principal característica da doença seja as lesões na pele, o quadro de psoríase pode ir além, já que é sistêmico. Por doença sistêmica, é preciso entender "que ela afeta todo o corpo humano, ao invés de apenas um órgão ou região, e causa efeitos variados. Por isso, ela também está associada a múltiplas comorbidades”, explica o médico.

Mais da metade dos pacientes com psoríase apresenta uma ou mais comorbidades. Por exemplo, cerca de 30% dos pacientes podem apresentar artrite psoriásica. Esta é outra manifestação da doença que se caracteriza pela inflamação nas articulações. Aqui, são afetados dedos das mãos e dos pés, coluna, joelhos, tornozelos e quadris.

Além da artrite psoriásica, a psoríase pode ser relacionada com os seguintes quadros:

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  • Doenças inflamatórias intestinais;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Doença hepática gordurosa não alcoólica;
  • Doença renal crônica;
  • Aumento do risco de doenças cardiovascular associado com obesidade, diabetes ou hipertensão arterial.

Por causa disso, pacientes diagnosticados com a doença devem buscar atendimento médico multidisciplinar, desde a descoberta dos primeiros sinais da doença.

Como é possível tratar as lesões da psoríase?

"Com o tratamento adequado, o curso inflamatório [da psoríase] é interrompido, levando à consequente melhora dos sintomas”, explica o médico. Para isso, o paciente pode optar por:

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  • Medicações tópicas, como cremes e pomadas;
  • Sessões de fototerapia, com banhos de luz;
  • Medicações orais;
  • Medicamentos biológicos, como anticorpos monoclonais.

Uso de anticorpos monoclonais

Entre os tratamentos, o uso de anticorpos monoclonais está entre as novidades recentes do mercado para pessoas que convivem com a psoríase, mas são somente prescritos para aqueles que têm quadros moderados ou graves.

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"Atualmente, é possível produzir medicamentos biológicos de atuação altamente específica. Os chamados anticorpos monoclonais, por exemplo, funcionam de forma dirigida contra alvos específicos da psoríase, diferente de outros medicamentos”, comenta.

A mesma estratégia já é usada para pacientes imunossuprimidos com a covid-19 e para o combate de alguns tipos de câncer. Em fase de testes, cientistas querem aprimorar a tecnologia dos anticorpos monoclonais para o tratamento do HIV.

Entender a doença é parte fundamental do tratamento

“Busque informações de qualidade sobre a doença e tenha um diálogo aberto com o seu médico para persistir na busca pelo tratamento mais adequado, seguro e eficaz para a fase em que a sua doença se encontra", orienta Nunes. "Assim é possível conquistar mais qualidade de vida”, completa.

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Fonte: Com informações: Ministério da Saúde e Janssen