Equipamento sensível à luz pode ajudar no tratamento do lúpus
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, desenvolveram um dispositivo médico capaz de detectar sintomas de lúpus e outras doenças sensíveis à luz. O equipamento impresso em 3D pode ser colocado diretamente na pele do usuário, fornecendo um feedback em tempo real.
- Sensor adesivo da USP pode rastrear substâncias no suor e detectar novas doenças
- Cientistas criam tatuagem invisível que promete revolucionar a medicina
Segundo os cientistas, esse sensor de luz aumenta as chances de tratamento, permitindo o acesso a informações personalizadas sobre cada paciente para determinar possíveis causas e quais são os principais sintomas atribuídos a determinados tipos de doença.
“A sensibilidade à luz é comum em pessoas com lúpus. Entre 40% e 70% dos pacientes com essa doença apresentam piora dos sintomas com a exposição à luz solar ou artificial em ambientes fechados, como erupções cutâneas, dores nas articulações e fadiga”, explica o professor de dermatologia David Pearson, coautor do estudo.
Sensível à luz
O protótipo desenvolvido pelos cientistas foi totalmente impresso em 3D e equipado com um detector flexível de raios ultravioleta que pode ser aplicado diretamente na pele. Esse dispositivo é integrado a um console portátil capaz de monitorar e correlacionar a exposição à luz aos sintomas da doença.
Em vez de emitir luz, o equipamento vestível capta elementos do espectro luminoso visível e os converte em sinais elétricos que podem ser medidos conforme uma escala de variações. O dispositivo também possui várias camadas de materiais feitos à base de silicone biocompatível, eletrodos e filtros ópticos.
“Esses filtros podem ser trocados dependendo do comprimento de onda da luz que precisa ser avaliado. Nós usamos óxido de zinco para coletar a radiação ultravioleta e convertê-la nos sinais elétricos que correspondem a diversos tipos diferentes de doenças sensíveis à luz”, acrescenta Pearson.
Testes em humanos
A equipe de Minnesota já recebeu autorização para iniciar os testes em seres humanos. O objetivo é avaliar se o dispositivo fotossensível funciona no mundo real, preservando a capacidade de detecção do espectro luminoso em situações diárias de uso, seja em ambientes fechados ou ao ar livre.
Segundo os pesquisadores, o processo de impressão 3D do equipamento tem um custo relativamente baixo, o que pode facilitar o acesso a diagnósticos mais rápidos e tratamentos personalizados conforme o tipo de doença e a gravidade dos sintomas apresentados.
“O sonho seria ter uma dessas impressoras 3D em consultórios, com médicos podendo ver um paciente e avaliar quais comprimentos de onda de luz interferem na doença. A partir daí, imprimir um dispositivo 100% personalizado conforme as necessidades de cada um”, encerra o professor David Pearson.