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Depois do Apple Vision Pro, médico cirurgião brasileiro testará ChatGPT

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2024 às 17h08

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Stefamerpik/Freepik
Stefamerpik/Freepik

Nos últimos dias, o médico cirurgião brasileiro Bruno Gobbato viralizou após realizar uma cirurgia usando os óculos Apple Vision Pro, em um hospital em Santa Catarina. Apesar do feito envolvendo o headset da Apple, o ortopedista e entusiasta das novas tecnologias não deve parar por aí, já que planeja usar, em breve, o ChatGPT no centro cirúrgico, como uma espécie de “coach”.

Calma, ninguém planeja utilizar o ChatGPT e nenhum tipo de inteligência artificial generativa para guiar um robô-cirurgião ou decidir o melhor local para a incisão. A proposta do médico Gobbato é outra: utilizar a ferramenta para a checagem das etapas necessárias para o sucesso de uma cirurgia.

ChatGPT na sala de cirurgia

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“Meu próximo passo é adicionar uma camada de inteligência artificial durante a cirurgia”, explica Gobbato para o Canaltech, após realizar a terceira cirurgia do mundo com o Apple Vision Pro. Neste caso, o especialista pretende recorrer a uma versão personalizada do ChatGPT, capaz de atuar como “coach de cirurgia”.

Como este assistente vai saber todos os passos da cirurgia, a proposta é que, durante a cirurgia, o coach vá “checando, com o cirurgião, se todos os passos que foram planejados previamente estão sendo feitos, na ordem correta”, detalha Gobbato. Em caso negativo, “ele pode identificar e alertar ao cirurgião”, o que aumentará o nível de segurança durante os procedimentos cirúrgicos.

“Já testei [a proposta] com o meu computador, mas espero também trazer para dentro da Realidade Aumentada”, com o Apple Vision Pro, adianta o médico cirurgião, sem confirmar quando os testes práticos irão ocorrer.

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“Meu interesse é tentar fazer o máximo possível com aplicativos nativos ou serviços online existentes, como ChatGPT e outros, para que possamos trazer um benefício real a qualquer cirurgião em qualquer parte do mundo”, pontua o médico.

Vale lembrar que outras propostas interessantes exploram bons usos do ChatGPT dentro da medicina, como a aplicação da ferramenta na transcrição dos prontuários médicos ou até o uso no auxílio do diagnóstico.

Apple Vision Pro revoluciona cirurgias

Como é possível perceber, este é apenas o início do uso da realidade mista (MR) nos centros médicos. Inclusive, a artroscopia por vídeo realizada no Hospital Jaraguá, na última semana, foi só a primeira experiência com este headset — anteriormente, Gobbato já operou com o Microsoft HoloLens, ainda em 2015, e o Microsoft HoloLens 2.

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Através dos headsets, outros avanços também são possíveis, como “a possibilidade de câmeras infinitas” em uma cirurgia. "Isto parece ficção científica ou até mesmo um conceito de múltiplas dimensões, mas, sem a necessidade física de monitores grandes, é possível a utilização de mais de uma câmera em locais diferentes da articulação [durante a artroscopia] e, desta forma, teremos uma visualização mais tridimensional e maior rapidez no procedimento", explica Gobbato.

Com o Apple Vision Pro, "não é necessário a troca frequente da posição das câmeras, já que podemos colocá-las em diversas posições e apenas escolher um monitor ou o feed de vídeo que desejamos em determinado passo da cirurgia", detalha.

Planos para o futuro

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Além do uso do ChatGPT e das múltiplas câmeras para a exploração interna do corpo humano, o uso de ferramentas com Machine Learning (aprendizado de máquina) também deve se tornar comum nos centros cirúrgicos, se depender do futuro vislumbrado pelo médico Gobbato.

Para isso, é preciso ter uma câmera de vídeo ao vivo, um computador e um chip de Machine Learning. Assim, “ensinamos a máquina a reconhecer padrões e quem sabe até nos ajudar em alguns procedimentos, como alertar para possíveis locais perigosos, como perto de veias e artérias, ao identificar que estamos nos aproximando dessas regiões [de risco]”, sugere o cirurgião.

Conforme essas novas tecnologias são incorporadas, de forma segura e eficiente, à medicina, “poderemos desenvolver novas técnicas menos invasivas e mais rápidas para solução de problemas que antes imaginávamos que não poderiam ser feitos”, aposta.