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Casos de pressão alta aumentaram mais cedo do que se pensava durante a pandemia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Novembro de 2022 às 19h26

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Reprodução: Raw Pixel/Freepik
Reprodução: Raw Pixel/Freepik

Um estudo americano notou um aumento no número de pacientes com pressão alta nos primeiros 8 meses da pandemia de covid-19, com suspeitas de muito mais casos sem reporte ou acompanhamento médico pelo país. Doenças cardíacas estão no topo das causas de morte no mundo, e o controle da pressão sanguínea é o principal fator controlável que pode evitar condições fatais, segundo os cientistas.

Quando a pressão sanguínea de um indivíduo é alta, a força exercida pelo sangue nas paredes dos vasos sanguíneos os empurra para fora, tornando o coração menos eficiente. Tanto ele quanto os vasos precisam trabalhar mais duro para fazer a mesma função, e, sem tratamento, altas pressões vão danificando as artérias, aumentando as chances de um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

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Pressão sanguínea e a pandemia

Para a pesquisa, foram analisados dados de mais de 137.000 adultos com pressão alta, comparando seus números de agosto de 2018 a janeiro de 2020 com os coletados entre abril de 2020 e janeiro de 2021. Os participantes, em média, tinham 66 anos, mais da metade eram mulheres e 30% eram pretos. A pressão sanguínea foi medida em milímetros de mercúrio (mmHg), em dois números: o mais alto (sistólico) e mais baixo (diastólico).

A pressão sistólica mede a força do sangue ao sair do coração, indo para as artérias, enquanto a diastólica mede a pressão criada enquanto o coração descansa entre suas batidas. Para ser considerada alta, a pressão sistólica tem de ficar acima de 140 mmHg, e a diastólica, acima de 90 mmHg. No estudo, as medições dos pacientes aumentaram em uma média de 1,79 mmHg para a primeira e 1,30 mmHg para a segunda.

Embora não pareça muito, estudos mostram que um aumento de 2 mmHg na pressão sanguínea pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares em até 5%. Apesar disso, esse aumento foi considerado "menor do que o esperado" pelos pesquisadores. Acredita-se que um maior uso da telemedicina durante a pandemia tenha contribuído para um controle mais eficiente da pressão dos pacientes.

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Pressão alta pode não causar sintomas, então as pessoas são encorajadas a monitorar seus números em casa. Caso tenham uma consulta médica marcada, elas buscam medir a pressão com mais frequência, para ter algo a apresentar ao seu médico. Durante a conversa com o profissional de saúde, ele pode mudar a prescrição, caso a pressão venha se mostrando consistentemente alta.

Nos primeiros 3 meses da pandemia, os pacientes não estavam medindo a pressão com tanta frequência como antes: as medições diminuíram até 90% em relação ao período anterior ao novo coronavírus. Esse indicador voltou a aumentar, mas mesmo até a data verificada pela pesquisa, ainda não havia voltado ao número anterior.

Vieses e pesquisas futuras

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O estudo, nota-se, só obteve dados de pessoas com acesso a planos de saúde e cuidados médicos — entre os que não recebem esse tipo de cuidado, os números podem ser ainda maiores. Visitas ao médico também diminuíram durante a pandemia, e, em seu início, a perda de empregos pode ter contribuído para cuidados menores com a saúde e falta de prescrições médicas. Embora os números estejam voltando ao normal, ainda estão bem atrás dos dados anteriores.

Por fim, os pacientes dormiram menos, e com menos qualidade, durante a pandemia. Com academias fechadas, também houve menos prática de exercícios, dietas menos saudáveis e maior consumo de álcool. A pressão alta pode ser genética, mas há alguns cuidados a serem tomados que podem diminuir as chances de que ocorra, como medi-la constantemente e levar uma vida saudável, evitando tabaco, estresse, fazendo exercícios e se alimentando bem — além, é claro, dos remédios.

Segundo os cientistas, estudos futuros irão buscar entender o impacto de aumentos na pressão na saúde dos pacientes, mesmo que em valores pequenos, como os apresentados no estudo citado. Também será verificado quais pacientes podem ter tido dificuldades com a telemedicina. Apenas nos Estados Unidos, cerca de 37 milhões de adultos têm o que se considera pressão alta não controlada.

Fonte: Heart.org, NIH, Hypertension via CNN