Alergias e asma estão associadas a maior risco de doenças do coração, diz estudo
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 14 de Abril de 2022 às 11h05
Adultos com algum distúrbio alérgico, incluindo asma, têm maior risco de desenvolver pressão alta (hipertensão) e doenças que afetam a saúde do coração, segundo pesquisa feita com dados norte-americanos. A relação foi observada em pessoas com idades entre 18 e 57 anos.
Ainda não publicado, o estudo que relaciona o histórico alérgico com problemas no coração foi liderado por pesquisadores da Universidade de Pequim, na China. A pesquisa deve ser apresentada na conferência organizada pelo American College of Cardiology (ACC) e pela Korean Society of Cardiology (KSC), entre os dias 15 e 16 de abril, na Coreia do Sul.
Entenda a relação entre alergias e problemas no coração
No estudo, a equipe de cientistas analisou os dados do National Health Interview Survey (NHIS), de 2012. Este é um levantamento feito pelas autoridades de saúde dos EUA e, a partir dele, foi possível selecionar um grupo de adultos com quadros alérgicos. Entre eles, estão pacientes com:
- Asma;
- Alergia respiratória;
- Alergia alimentar e digestiva;
- Alergia cutânea.
No total, foram incluídos 34,4 mil voluntários, sendo que 10 mil apresentavam algum tipo de alergia. Os pesquisadores ajustaram vários fatores que poderiam influenciar os resultados, como idade, sexo, raça, tabagismo, consumo de álcool, Índice de Massa Corporal (IMC) e local de moradia.
De forma geral, a equipe observou que um histórico de distúrbios alérgicos estava associado ao aumento do risco de desenvolver pressão alta em pessoas com 18 até 57 anos. Agora, o risco para doença arterial coronariana (DAC) era maior em pessoas com condições alérgicas entre 39 e 57 anos. Além disso, indivíduos com asma apresentavam mais riscos para as duas condições.
Apesar das descobertas, o pesquisador Yang Guo, da Universidade de Pequim, explica que são necessários estudos maiores, "com acompanhamento de longo prazo", para confirmar estes achados preliminares. Ainda não está clara a questão da causalidade.