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Café traz inúmeros benefícios para o cérebro e a saúde

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ArtRachen/Envato
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Antes de começar a leitura, espero que já tenha tomado uma generosa xícara de café e esteja bem acordado. Afinal, este domingo (14) é conhecido por ser o Dia Mundial do Café. Uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo, o nosso cafezinho de cada dia tem inúmeros efeitos na mente e na saúde, mesmo que poucos conhecidos.

Sem dúvidas, o efeito do café em nos deixar acordados é o mais popular, mas a bebida rica em cafeína é realmente complexa. Os desdobramentos neurobiológicos são inúmeros, como explica o médico Octávio Pontes, professor da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do serviço de neurologia vascular e emergências neurológicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Fmrp).

Qual o efeito do café na mente?

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Em entrevista para a Rádio USP, o professor Pontes destaca quatro efeitos do café, como um estimulante do sistema nervoso central. A seguir, confira quais são:

  • Aumento do estado de alerta;
  • Melhora na concentração; 
  • Redução da fadiga mental; 
  • Liberação de neurotransmissores, como a dopamina.

Em relação à dopamina, vale lembrar que esse neurotransmissor é popularmente conhecido como o “hormônio da felicidade”. Então, após a sua liberação — associada ou não com uma caneca de café —, a pessoa sente prazer e até motivação. Em alguns indivíduos, isso resulta em melhoria do humor.

Entretanto, "é importante lembrar que esses efeitos são variáveis de pessoa para pessoa e que o consumo excessivo [do café] pode levar a efeitos colaterais indesejados", alerta o especialista. Isso inclui ansiedade, dificuldade para dormir ou mesmo palpitações.

Analisando o impacto neurobiológico

Para entender se esses efeitos do café são de fato reais, pesquisadores da Universidade do Minho, em Portugal, realizaram um estudo para avaliar o impacto da bebida no cérebro de adultos saudáveis, com 30 anos, em média.

Publicada na revista Frontiers in Behavioral Neuroscience, a pesquisa usou a ressonância magnética funcional em repouso (fMRI) para medir a atividade do cérebro antes e depois de um cafezinho. De forma paralela, alguns voluntários tomaram um shot de cafeína pura diluída em água — isso definitivamente não é café.

"Tanto o café quanto a cafeína pura diluída em água resultaram em uma diminuição da conectividade cerebral nas redes de repouso”, explica o médico Pontes, que não contribuiu com o estudo. 

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Como o próprio nome sugere, essas redes cerebrais são mais ativas quando a pessoa está em repouso e em estado de introspecção. Dessa forma, foi comprovado que o café e a cafeína induzem o indivíduo a entrar em um estado de alerta.

No entanto, “beber café também aumentou a conectividade cerebral associada à memória de trabalho e ao controle cognitivo”, destaca Pontes. Esse mesmo efeito não foi observado entre aqueles que ingeriram apenas cafeína.

A partir disso, há um entendimento que o consumo de café aumenta a vigilância e o funcionamento cognitivo, mas que esses efeitos, muito provavelmente, não são inteiramente explicados pela cafeína. Outros fatores externos, como o aroma e o sabor, ativam mais profundamente o cérebro dos bebedores de café.

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"Há algo a mais que a cafeína, no café, com impacto na alteração comportamental”, pontua Pontes. Então, tomar um cafezinho para ser uma alternativa melhor que ingerir simplesmente cafeína em suplementos ou cápsulas, proveniente de outras fontes.

Efeitos do café na saúde

Além dos efeitos na mente, o café tem inúmeros benefícios e efeitos comprovados para a saúde. Por exemplo, estudos já demonstraram que beber, de forma moderada, ajuda a reduzir o risco de Parkinson e Alzheimer, dois tipos de demência comuns em idosos. 

Outros estudos relacionaram a bebida com o menor risco para o diabetes tipo 2, menores níveis de gordura corporal e redução da probabilidade de morte precoce. Em animais, já foi demonstrada até a capacidade de retardar o envelhecimento cerebral

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Então, pode consumir o seu café tranquilamente, ainda mais neste Dia Mundial do Café, apenas tomando cuidado para evitar os excessos e fugindo da dependência.



Fonte: Frontiers in Behavioral Neuroscience e Rádio USP