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Café pode desacelerar perda de memória relacionada à idade

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Setembro de 2023 às 11h55

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5PH/Envato
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Com a tendência global de envelhecimento da população e do aumento das demências, estratégias que buscam manter as capacidades cognitivas desses indivíduos são, mais do que nunca, necessárias. E, por incrível que pareça, uma das alternativas para desacelerar a perda de memória e manter a capacidade de aprendizado pode estar no café — uma das bebidas mais consumidas do mundo.

O uso do café para barrar os efeitos negativos do envelhecimento no cérebro continua em fase de validação e só foi comprovado em animais (testes pré-clínicos), mas os primeiros resultados, publicados na revista GeroScience, são promissores.

Uso do café para desacelerar o envelhecimento da mente

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No recente estudo, pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, administraram um composto bioativo do café, a trigonelina (TG), em camundongos idosos, como um tipo de suplemento incluído na dieta dos animais, por 30 dias.

Passado um mês do início da suplementação com o composto do café, as cobaias passaram por testes comportamentais, visando medir os níveis de déficits de aprendizagem e sintomas de perda de memória. Entre os animais que receberam as doses de TG, era possível identificar uma melhora significativa na capacidade de aprendizado e no desempenho da memória.

Mudanças no cérebro após uso de composto do café

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Como a maioria das atividades envolvendo a memória estão concentradas na região conhecida como hipocampo — isso vale tanto para os roedores quanto para os humanos —, a equipe decidiu investigar se a suplementação gerou alguma mudança química ou mesmo física neste local do cérebro.

Após a análise, os autores identificaram mudanças benéficas nas vias de sinalização relacionadas à produção de energia celular, à inflamação e à autofagia — o processo que envolve a reciclagem das células “velhas” danificadas. Além disso, os genes associados com as sinapses também foram regulados positivamente, incluindo os que controlam a plasticidade sináptica.

Por fim, o consumo do suplemento também reduziu o nível de neuroinflamação, um problema relacionado com a maioria das doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Ainda não se sabe, mas é possível que o suplemento possa auxiliar na prevenção de demências também.

Bioativo pode melhorar o processo de envelhecimento cerebral

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“No geral, o nosso estudo fornece informações valiosas sobre o potencial terapêutico da TG na melhoria do declínio cognitivo associado ao envelhecimento, destacando sua capacidade de atingir a neuroinflamação, a função sináptica e a liberação de neurotransmissores no hipocampo”, afirmam os autores no artigo.

“Portanto, a TG deve ser considerada um potencial composto medicinal suplementar para melhorar o envelhecimento cognitivo e disfunções do SNC [sistema nervoso central] relacionadas à neuroinflamação”, completam os pesquisadores japoneses.

Agora, estudos clínicos, envolvendo humanos idosos, devem validar as descobertas e estimar a quantidade ideal que deve ser ingerida do suplemento para obter essa proteção do cérebro contra os problemas do envelhecimento.

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Relação entre a trigonelina e o café

Aqui, é importante mencionar que, embora o estudo tenha usado um suplemento com a trigonelina, esse biocomposto está presente nos grãos de café e, em menor quantidade, no café coado ou tomado na forma de espresso. Em tese, se os benefícios forem confirmados em humanos, parte deles poderão ser obtidos por quem toma esta bebida tão popular.

A única questão é que, quanto maior o grau da torra, como a média e escura, menor será a concentração da TG. Nesses casos, o composto alcaloide se converte em ácido nicotínico, outro composto com possível capacidade neuroprotetora, mas ainda não validado. Além do café, a TG pode ser encontrada no feno-grego e rabanete-japonês.

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Fonte: GeroScience e Universidade de Tsukuba