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Aparelho detecta o vírus da covid-19 no ar em tempo real

Por  • Editado por  Luciana Zaramela  | 

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photocreo/Envato
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Imagina poder detectar o coronavírus SARS-CoV-2, o vírus responsável pela covid-19, em pleno ar, em tempo real. Uma possibilidade que mudaria os rumos da pandemia, mas que agora está próxima de se concretizar, graças à pesquisa de um grupo da Washington University in St. Louis (EUA). As descobertas foram publicadas na revista científica Nature Communications.

Segundo o estudo, leva apenas cinco minutos para que o monitor consiga detectar qualquer uma das variantes do vírus em uma sala. A ideia é que a tecnologia possa ser usada em hospitais e unidades de saúde, escolas e locais públicos, e no futuro ajude a monitorar outros vírus respiratórios, como influenza.

Quando usar detector do vírus da covid?

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“Se você está em uma sala com 100 pessoas, não quer descobrir cinco dias depois se pode ficar doente ou não. A ideia desse dispositivo é que você possa saber essencialmente em tempo real, ou a cada 5 minutos, se há um vírus vivo no ar", afirmam os pesquisadores responsáveis.

Os cientistas adaptaram uma invenção anerior — um biossensor capaz de detectar a proteína beta-amilóide, um biomarcador para Alzheimer. Na prática, eles trocaram o anticorpo que reconhece o beta-amilóide por um nanocorpo voltado a reconhecer a proteína spike do vírus SARS-CoV-2. Segundo a própria equipe, esse nanocorpo é fácil de reproduzir e modificar e barato de fabricar.

“A abordagem eletroquímica baseada em nanocorpos é mais rápida na detecção do vírus porque não precisa de um reagente ou de muitas etapas de processamento. O SARS-CoV-2 se liga aos nanocorpos na superfície", completam os pesquisadores.

A equipe testou o monitor nos apartamentos de dois pacientes que testaram positivo para a covid-19. Os resultados de PCR em tempo real de amostras de ar dos quartos foram comparados com amostras de ar coletadas de uma sala livre de vírus. Agora, a equipe trabalha para comercializar o monitor.

Métodos inusitados para detectar coronavírus

Desde a ascensão da pandemia, diversos estudos se concentraram na detecção do coronavírus. Em 2021, por exemplo, surgiu uma IA que identifica a covid-19 nos sons da tosse de um usuário.

Também já vimos smartwatches capazes de detectar covid-19 antes mesmo dos sintomas aparecerem. Os dispositivos normalmente são utilizados para monitorar mudanças na temperatura da pele, ritmo dos batimentos cardíacos e frequência respiratória.

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E como se não bastasse, em janeiro deste ano, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma nova forma de detectar SARS-CoV-2 através das lágrimas do paciente com suspeita da infecção. Para isso, é preciso coletar amostras do fluido lacrimal com um swab (cotonete), igual ao usado na coleta feita pelo nariz ou pela boca.

Fonte: Nature CommunicationsWashington University in St. Louis