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Wearables podem detectar covid-19 antes dos sintomas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Junho de 2022 às 14h30

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DragonImages/Envato Elements
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Algumas pulseiras inteligentes (ou até mesmo smartwatches) podem detectar covid-19 antes mesmo dos sintomas aparecerem, segundo estudo. Os dispositivos normalmente são utilizados para monitorar mudanças na temperatura da pele, ritmo dos batimentos cardíacos e frequência respiratória. Cientistas acreditam que juntar essas informações com inteligência artificial pode dar um diagnóstico pré-sintomático da infecção pelo coronavírus.

Os testes foram realizados com o chamado "bracelete Ava", voltado à saúde, utilizado para acompanhar a fertilidade e determinar o melhor momento para a concepção. No estudo, nota-se que 6 dos 28 pesquisadores participantes são empregados pela Ava AG, empresa que fabrica os produtos. A publicação foi feita no periódico científico BMJ Open.

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Monitoramento e detecção

Para os testes, foram estudadas 1.163 pessoas abaixo dos 51 anos em Liechtenstein, cujo acompanhamento começou no início da pandemia, em abril de 2020, e foi até março de 2021. Elas tinham de usar a smart band durante a noite, sendo que ele salva os dados a cada 10 segundos. Para funcionar, é necessário dormir por pelo menos 4 horas seguidas durante seu uso.

Os aparelhos eram sincronizados com um aplicativo de celular, no qual os participantes registravam quaisquer atividades que pudessem afetar os resultados, como consumo de álcool, de medicamentos receitados ou drogas recreativas. Sintomas de uma provável infecção por covid-19, como febre, também eram acompanhados. Os dispositivos monitoram ritmo cardíaco e suas variações, temperatura do pulso e fluxo sanguíneo.

Todas as pessoas estudadas faziam testes rápidos de antígeno, e os que apresentavam sintomas faziam o PCR. Ao todo, 1,5 milhão de horas de dados fisiológicos foram armazenadas, e a incidência do coronavírus foi detectada em 127 pessoas, das quais 66 (ou 52%) utilizaram o aparelho por pelo meno 29 dias consecutivos, sendo inclusas na análise.

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O estudo registrou mudanças significativas no corpo durante o período de incubação do vírus, antes dos sintomas surgirem, e também durante os sintomas e a recuperação, em comparação com pessoas não infectadas. Combinando os dados das smart bands ou watches com o uso de um algoritmo, foi possível identificar 68% dos casos positivos dois dias antes do aparecimento dos sintomas.

O teste PCR continua sendo a melhor maneira de determinar a infecção pelo vírus, mas os cientistas acreditam que a nova ferramenta seja promissora na detecção de pessoas pré-sintomáticas ou assintomáticas, já que os aparelhos são simples de se utilizar, são acessíveis (lá fora) e permitem que os usuários monitorem sua saúde durante uma pandemia.

Segundo os pesquisadores, um diagnóstico precoce pode ser incorporado aos aparelhos, avisando o usuário que ele pode estar infectado, o que ainda possibilita evitar um maior espalhamento da doença. O bracelete Ava utilizado no estudo custa £249 (R$ 1.575,47 na cotação atual). O algoritmo, agora, está sendo testado em um grupo de 20.000 pessoas nos Países Baixos, e os resultados são esperados para a segunda metade de 2022.

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Fonte: BMJ Open