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Novo teste de covid-19 detecta o coronavírus através das lágrimas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Janeiro de 2023 às 13h10

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DegrooteStock/Envato
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Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma nova forma de detectar a presença do vírus da covid-19, através das lágrimas do paciente com suspeita da infecção. Para isso, é preciso coletar amostras do fluido lacrimal com um swab (cotonete), igual ao usado na coleta feita pelo nariz ou pela boca.

O estudo descrevendo o funcionamento do método que diagnostica o coronavírus SARS-CoV-2 pelas lágrimas foi publicado na revista científica Journal of Clinical Medicine. Embora curiosa, a estratégia não deve se popularizar tão cedo, já que a sensibilidade não é menor que a do PCR e do teste rápido — o teste detectou apenas 18,2% dos casos confirmados da covid-19 e não deu nenhum falso-positivo.

Entre as possíveis justificativas, está o fato de que a presença do vírus seja somente identificada nas lágrimas em casos mais graves da covid-19. Neste ponto, o resultado positivo pode alertar para um prognóstico ruim, demandando maior atenção ao paciente por parte da equipe médica. No entanto, mais estudos ainda são necessários para viabilizar a tecnologia.

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Por que usar lágrimas para detectar covid-19?

“No início da pesquisa, pensamos em buscar um método de diagnóstico fácil, com a coleta de material sem tanto incômodo para os pacientes. O swab nasal, além de provocar desconforto, nem sempre é usado da maneira correta. Para pessoas com desvio de septo nasal, por exemplo, pode ser um problema. Achávamos que a lágrima seria mais fácil de executar, mais tolerável", explica Luiz Fernando Manzoni Lourençone, professor da Faculdade de Odontologia de Bauru e do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, ambos da USP, em comunicado.

"Conseguimos mostrar que [o uso das lágrimas] é um caminho. Uma limitação nesse estudo é que não sabemos se a quantidade de lágrima coletada influencia na positividade ou não”, comenta Lourençone.

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Como foi feito o estudo?

Durante a pesquisa, os cientistas analisaram amostras de pacientes internados no primeiro semestre de 2021, quando as variantes Gama e Delta eram predominantes no Brasil. Entre os recrutados, 33 tinham diagnóstico positivo para a covid-19 e 14 não estavam infectados. Embora a taxa de acerto não seja tão significativa, ela poderá ser usada para estimar a gravidade do quadro no futuro, dependendo dos próximos passos do estudo.

Fonte: Journal of Clinical Medicine e Agência Fapesp