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YouTube vai esconder número de dislikes nos vídeos; saiba por quê

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 10 de Novembro de 2021 às 16h45

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Igor Almenara/Canaltech
Igor Almenara/Canaltech
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O YouTube anunciou nesta quarta-feira (10) a exclusão do contador de avaliações negativas dos vídeos hospedados na plataforma. A empresa afirma que a mudança tem como foco evitar o assédio e ações coordenadas de cancelamento contra desafetos, em especial as destinadas aos canais mais novos, cuja taxa elevada de "Não Gostei" pode afetar o desempenho do conteúdo.

Segundo o site, o botão de dislike continuará a existir normalmente e deve exibir os dislikes apenas para o autor do vídeo, como forma de ajudá-lo a entender melhor a receptividade do seu conteúdo. Os criadores já tinham a opção de ocultar as classificações dos vídeos, mas pouca gente usava o artifício porque as avaliações sempre tiveram um impacto muito positivo no espectador — como ficavam em local de destaque, muita gente decidia se assistiria ou não o conteúdo.

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Essa mudança não foi exatamente uma surpresa, pois o serviço de vídeos já fazia experimentos desde março para decidir se mostraria ou não os números de antipatia do público. Agora, é esperado que as avaliações negativas comecem a desaparecer gradualmente, para evitar sustos na audiência, e de modo sutil para evitar ainda mais assédio.

Nos experimentos conduzidos, o YouTube afirma ter descoberto que as pessoas usam menos o botão de Não Gostei para atacar o criador quando o placar não exibe o aumento dos números. Por isso, a rede espera que as pessoas adotem uma postura mais neutra ao avaliar negativamente o vídeo dos outros, em vez de simplesmente adotar a postura de manada de desqualificar apenas porque os outros fizeram.

Do ponto de vista de algoritmo, a mudança não deve ter tanto impacto: conteúdos com muita negatividade continuarão a ter seu alcance reduzido. As pessoas também continuarão a poder enviar comentários fechados para informar o criador sobre o porquê do vídeo estar ruim ou para elogiá-lo de modo privativo.

Outras redes sociais já fizeram o mesmo

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Essa decisão não é inédita no mundo das redes sociais: o Instagram e o Facebook já tiveram esse tipo de experiência no passado. A rede social de fotos, inclusive, deixou as curtidas escondidas por mais de dois anos, e só retornou com eles neste ano: hoje, em ambos, é possível ocultar as contagens se a pessoa quiser evitar a pressão social de ter que ter uma quantidade X de curtidas ou Y de comentários.

O Twitter testa há anos as opções de reagir a tuítes na timeline, mas nunca chegou a colocar isso publicamente com medo de colocar os criadores de conteúdo em posição desconfortável. A rede do passarinho, que já é famosa por ser "tóxica", poderia ter esse sentimento ainda mais exacerbado com algum sentimento negativo.

O próprio YouTube já foi vítima da prática de negativações em massa por seus conteúdos: o vídeo mais rejeitado do site é o Rewind de 2018. A recapitulação dos momentos mais marcantes já acumulavam bastante reações controversas do público nos anos anteriores, por isso tornou-se praticamente uma "obrigação" detonar as novas versões, mesmo se elas não fossem ruins — o que não era o caso da versão de 2018. O próprio vídeo de anúncio do fim dos dislikes, que você pode conferir abaixo, já acumula um índice bem negativo.

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Embora o argumento da plataforma seja louvável, os usuários costumam não encarar de peito aberto medidas que restrinjam seus direitos de liberdade. A ocultação individualizada dos números já era uma ferramenta disponibilizada, por isso é questionável o fato de isso surgir agora como uma imposição. Agora, é aguardar para ver como será a reação da comunidade mundial e como os próprios youtubers se comportarão.

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Fonte: YouTube