Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Para Zuckerberg, comentários de Tim Cook refletem “síndrome de Estocolmo”

Por| 02 de Abril de 2018 às 11h23

Link copiado!

Divulgação
Divulgação
Tudo sobre Facebook

O presidente da Apple, Tim Cook, atirou primeiro e, agora, é o momento de Mark Zuckerberg responder. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (02), o fundador do Facebook refutou a relação direta entre serviços pagos e respeito à privacidade dos usuários feita pelo executivo da Maçã, afirmando que esse pensamento é simplista e não reflete a realidade.

Ele taxou a ideia como “síndrome de Estocolmo” e disse que, na verdade, a exigência de pagamento não tem como efeito direto um maior respeito à privacidade, mas sim menos acesso à tecnologia e recursos por aqueles que não são capazes de arcar com mensalidades. Para serviços gratuitos como o Facebook, acredita, o uso de anúncios é o único modelo racional para que a plataforma possa continuar assim e atingir o maior número possível de pessoas. É a mesma coisa que vale, por exemplo, para plataformas de mídia.

Zuckerberg foi além, dizendo que os comentários de Cook soam ridículos e que as empresas deveriam trabalhar duro para garantir a confiança de seus clientes, e não depender apenas de um modelo pago como garantia disso. Ele não acredita na ideia de que “quem cobra mais, se importa mais” que estaria por trás das declarações de Cook.

Primeiro tiro

Continua após a publicidade

Os comentários vieram em resposta às declarações do presidente da Apple feitas na semana passada ao afirmar que o escândalo de mal uso de dados de usuários por uma empresa de marketing como a Cambridge Analytica jamais aconteceria com seus clientes. Isso, alegou Cook, se deve ao fato de que os compradores de dispositivos com iOS não são o produto da Maçã.

Quando perguntado o que faria se estivesse na situação do Facebook, Cook foi categórico, se recusando a responder pelo simples fato de que “jamais” estaria em uma posição desse tipo. O executivo afirmou que o faturamento da Apple é oriundo de outras fontes, não de uma monetização de seus clientes ou uso de seus dados pessoais como moeda de troca. Trata-se de uma medida de respeito, afirma ele, pois existe a noção de que há muito dinheiro nesse tipo de prática. “Nós decidimos não agir dessa forma”, completou Cook.

Zuckerberg é a figura central de um trabalho de recuperação da confiança do Facebook, que se encontra em meio a um escândalo detonado há algumas semanas e envolvendo as informações pessoais de mais de 50 milhões de usuários da rede social. Perfis psicológicos e pessoais foram usados para campanhas políticas por uma empresa chamada Cambridge Analytica, com forte atuação durante a campanha de Donald Trump para a presidência dos EUA e também durante o referendo que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia.

Os dados teriam sido obtidos com o uso de brechas na própria política de privacidade do Facebook, já corrigidas. Ainda assim, o caso gerou grande repercussão negativa e motivou a empresa a anunciar mudanças no uso de sua plataforma por terceiros, além de uma série de aparições públicas de seu fundador como forma de responder perguntas e informar sobre a situação.

Continua após a publicidade

Fonte: Vox