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Games no macOS | Dá para jogar no Mac com Apple M1?

Por| Editado por Léo Müller | 20 de Agosto de 2021 às 11h00

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Ellen Monike/Canaltech
Ellen Monike/Canaltech

Em 2020, a Apple tomou uma decisão inusitada ao abandonar o uso de CPUs Intel em seus produtos para dar vez a seus componentes próprios. Os chips Apple M1 abalaram o mercado principalmente pelo alto desempenho, mas levantaram dúvidas por conta da mudança de arquitetura, o que pode resultar em algumas incompatibilidades.

Isto tem deixado os consumidores um pouco confusos, algo mais recorrente quando o assunto é gaming. Aliás, é interessante notar que o segmento de jogos nunca foi o forte da plataforma Mac, porém a Apple tem batido nesta tecla recentemente, com reforços claros de que seus produtos estão aptos para a jogatina.

É claro que a troca de hardware nos produtos da Apple não está ligada diretamente à disponibilidade de games na plataforma, pelo menos não em um primeiro momento. No entanto, caso o macOS se torne atrativo para gamers, é possível que a biblioteca de jogos aumente com o passar do tempo.

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O que se coloca em xeque aqui é se a propaganda da Apple sobre melhorias em jogos é verdadeira ou se os novos processadores da marca ainda estão aquém do esperado. Dessa forma, hoje nós vamos falar sobre (e mostrar) o que você pode esperar em termos de performance dos Macs equipados com Apple M1 para gaming.

O que muda nos Macs com Apple M1?

Primeiro de tudo, é importante entendermos o que muda entre os processadores Intel e Apple, já que isso nos permite ter uma noção mais ampla das mudanças no macOS e na sua compatibilidade com jogos. Aliás, esta distinção entre os componentes também nos permite entender as diferenças que vão separar as linhas Macs antigas e novas.

A mudança mais importante entre os processadores Intel e Apple está na arquitetura. A arquitetura não é algo que se reflete apenas no projeto dos chips e na distribuição interna dos subcomponentes de hardware, mas também no que eles executam internamente, ou seja, nas instruções e códigos que serão processadas via softwares.

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Enquanto as CPUs Intel Core usam a arquitetura x86 — o mais habitual em computadores —, os chips Apple Silicon são baseados na arquitetura ARM, que domina o mundo do iPhone e do iPad. Assim, há uma diferença gigantesca na configuração interna, na distribuição de recursos e no uso de energia, já que são componentes com focos distintos.

É como comparar motores a combustão com motores elétricos. Ambos têm a mesma finalidade, porém princípios internos, rendimentos e propostas diferentes. O carro tradicional tem mais força e e consegue manter alta aceleração por mais tempo, porém o elétrico é mais rápido, econômico e silencioso. Automóveis que usam derivados de petróleo são mais adequados para Fórmula 1, mas os veículos elétricos são vantajosos para o dia a dia do motorista comum.

Nesta analogia, o Apple M1 faz o mesmo que o Intel Core: processa dados. No entanto, eles têm métodos de operação diferentes, já que o Apple M1 é um chip similar aos que vemos em tablets (não por acaso, o novo iPad Pro usa esta CPU). Assim, a questão que fica: como então o Apple M1 pode rodar o macOS e apps pesados como Photoshop?

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Uma CPU com arquitetura diferente não significa que ela é “mais fraca” ou “menos eficiente”, mas apenas que ela trabalha de forma alternativa e uma operação distinta exige softwares específicos. Desta forma, para o macOS funcionar da melhor forma, a Apple desenvolveu uma versão específica para este hardware: o macOS Big Sur.

É válido apontar que o macOS Big Sur chega em duas versões diferentes: uma para os computadores com Intel Core x86 e outra para os Macs com Apple M1. Na prática, o usuário não deve perceber nenhuma diferença, pois a interface é idêntica, bem como as funcionalidades permanecem nos mesmos lugares.

Entretanto, há diferenças por baixo dos visuais, ou seja, no código do produto. O novo macOS Big Sur para processadores ARM conta com recursos exclusivos, principalmente para garantir a compatibilidade com softwares que ainda usam a arquitetura da plataforma Intel Core.

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Quanto à execução de softwares considerados “pesados”, seja um Adobe Photoshop ou um editor de vídeos como o DaVinci Resolve, o fator principal que vai garantir um bom desempenho é o aplicativo ter uma versão voltada para a arquitetura do Apple M1, pois a grande mudança está na linguagem e não na capacidade de processamento.

Quais as configurações do Apple M1?

Agora que já entendemos que o Apple M1 tem uma nova arquitetura, vale pontuar quais são os recursos internos e como isso impacta no desempenho dos games. A primeira coisa importante a ressaltar é que o Apple M1 não é somente uma CPU, mas sim um componente que chamamos de SoC (System-on-a-Chip).

Assim, ele tem mais elementos do que apenas aqueles que são tradicionais em um processador. Fabricado com processo de litografia de 5 nanômetros, este chip tem 16 bilhões de transistores. Um detalhe importante é que há configurações diferentes do Apple M1, que podem variar conforme o produto em questão.

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No caso do modelo mais robusto do Apple M1, temos uma CPU de 8 núcleos (sendo 4 núcleos de alto desempenho e 4 núcleos de alta eficiência energética), 16 núcleos de arquitetura neural (focados em atividades que exigem inteligência artificial) e chip gráfico de 8 núcleos (mas há uma variante com GPU de 7 núcleos).

Apesar de ter um método de operação diferente dos chips Intel Core, é perfeitamente traçar um comparativo entre os produtos, já que há softwares que realizam testes de cálculos e tarefas, os quais independem da arquitetura em questão.

Segundo os dados da fabricante, o Apple M1 oferece até 3,5 vezes maior performance em CPU, 6 vezes maior desempenho em gráficos e 15 vezes melhor processamento de aprendizado de máquina, tudo isso quando comparado aos computadores Mac de geração anterior (configurações de 2018 que usam Intel Core de 8ª geração).

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Quais jogos estão disponíveis no Mac com Apple M1?

No que diz respeitos aos games, o importante não é as capacidades do Apple M1, mas a compatibilidade. Conforme já esclarecemos, trata-se de uma nova arquitetura que exige softwares específicos, logo boa parte dos jogos disponíveis para o macOS pode apresentar alguma incompatibilidade com os novos processadores.

A Apple tem noção que até agora seus computadores não eram a escolha número um para os gamers, mas ela tem planos de mudar essa imagem. Isto não significa que os jogadores competitivos vão trocar o Windows pelo Mac, já que tal situação está na mão das desenvolvedoras, mas há uma boa perspectiva para o macOS.

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A boa notícia é que mesmo o Apple M1 usando a arquitetura ARM, há um truque que permite a execução de softwares x86 no Big Sur sem que as desenvolvedoras precisem ter o trabalho de reescrever todo o código de seus programas (ou jogos). Trata-se do Apple Rosetta 2, que faz a “tradução” dos apps e permite seu funcionamento.

O Rosetta 2 não é perfeito e nem a melhor solução, sendo que as desenvolvedoras (incluindo a Adobe) estão migrando seus apps para a linguagem nativa do Apple M1, o que vai garantir melhor desempenho e evitar os problemas de compatibilidade. Leva tempo e bugs podem existir em vários apps, mas a coisa está encaminhada.

Este mesmo truque do Rosetta 2 pode ser usado para alguns games, porém é bom saber que a lista de jogos do Mac que já era enxuta pode estar ainda mais compacta com a chegada do Apple M1. É um panorama que deve mudar com o tempo, mas por ora há uma boa quantidade de games que simplesmente não devem funcionar no M1.

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De acordo com o site Apple Gaming Wiki, que mantém uma lista atualizada dos títulos compatíveis, há um total de 775 jogos que podem rodar no Apple M1, porém a página informa que apenas 659 são jogáveis, ou seja, entregam uma experiência satisfatória o suficiente com boa taxa de frames e boa resolução. Confira os destaques:

  • Games compatíveis de forma nativa com Apple M1: cerca de 30 títulos, incluindo Minecraft, World of Warcraft e Disco Elysium;
  • Jogos que usam Rosetta 2 no Apple M1: mais de 300 games, incluindo Cuphead, Diablo 3, DiRT Rally, Dota 2, LEGO Star Wars, Metro Exodus, Shadow of the Tomb Raider, The Sims 4, Total War: Three Kingdoms e World of Tanks;
  • Games de iPhone e iPad que rodam no Apple M1: mais de 40 títulos, incluindo Among Us, Brawhalla, Genshin Impact, GTA 3, Pascal’s Wager e PUBG;
  • Títulos que rodam via emulação (CrossOver com Wine) no Apple M1: mais de 140 games, incluindo Assetto Corsa, Crysis, Dark Souls Remastered, GTA V, Mortal Kombat X, Sekiro e Sonic Mania;
  • Jogos que rodam via virtualização (Parallels) no Apple M1: mais de 200 títulos, incluindo games da saga Assassin’s Creed, Bayonetta, BioShock Infinite, Diablo 2, Far Cry 3, GTA 4, Hellblade, Inside, Little Nightmares, Mafia 2: Definitive Edition, Max Payne 3, Overcooked e Rocket League;
  • Games do Apple Arcade: boa parte do catálogo disponível com a melhor experiência possível, incluindo NBA 2K21, Oceanhorn 2, Star Trek e World of Demons.

Como é jogar no Mac com Apple M1?

É inegável que o hardware do Apple M1 é mais poderoso do que aquele presente nos Macs com Intel Core de 8ª geração. Por outro lado, também não é possível nivelar a performance do chip gráfico da Apple no patamar das placas gráficas dedicadas. Além disso, essa questão da compatibilidade pode limitar muito o desempenho da GPU.

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Para colocar o produto para trabalhar de verdade, eu testei alguns games mais pesados e recentes como Shadow of the Tomb Raider, Borderlands 3 e Total War: Three Kingdoms. Além disso, eu também testei a GPU com DiRT Rally e títulos disponíveis no Apple Arcade. Os testes foram feitos no Mac Mini com 8 GB de RAM.

O game Shadow of the Tomb Raider roda com qualidade e desempenho aceitáveis, porém somente no perfil básico, ou seja, com efeitos em nível mínimo. Com estes ajustes e na resolução Full HD, é possível aproveitar o game com desempenho geralmente próximo dos 40 frames por segundo com raras quedas para 29 fps.

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No caso do jogo Borderlands 3, o Mac M1 consegue dar conta do game na resolução 1080p e também com os gráficos em qualidade mais baixa, porém há quedas de performance que podem atrapalhar a jogatina. A média de desempenho fica na casa dos 35 frames por segundo, mas percebemos lentidões abaixo de 10 fps. É possível que um Mac equipado com 16 GB de RAM possa ter resultados melhores!

Já o título Total War: Three Kingdoms em 1080p roda com qualidade melhor, com alguns ajustes em nível médio, o que resulta em uma média de 32 fps, ainda que sejam perceptíveis leves quedas abaixo de 30 fps. Ao reduzir os detalhes gráficos, a média sobe para mais de 50 fps, com quedas para 47 fps.

O jogo DiRT Rally tem configurações gráficas limitadas, não sendo permitido mudar muitos parâmetros além da resolução e, curiosamente, o game só permite a execução em no máximo 1600x900 pixels. A definição reduzida garante melhor performance, com média de quase 60 frames por segunda e quedas para 43 fps.

Já os games disponíveis no Apple Arcade funcionaram sem quaisquer problemas. Alguns dos games com gráficos mais exigentes da plataforma são Detonation Racing, Hot Lava, NBA 2K21, Oceanhorn 2, The Last Campfire, Star Trek e World of Demons. Eu testei todos esses jogos e eles funcionam perfeitamente no Mac!

A maioria desses jogos foi feita para iPhone e iPad, que contam com processadores Apple da série A (como o A14 Bionic no iPhone 12), logo o Apple M1 tem poder de sobra. Muitos desses games sequer têm opções gráficas, mas os que são configuráveis funcionam na qualidade máxima no Mac. Nota: alguns games são compatíveis com controles de videogame como o DualShock 4.

Moral da história: os computadores com Apple M1 ainda não são plataformas ideais para a jogatina intensa, principalmente para games competitivos ou de alta qualidade gráfica. No entanto, é possível que mais desenvolvedoras levem seus jogos de forma nativa para o macOS e aproveitem melhor os recursos do Apple M1, que é de fato um componente de alto desempenho e tem muito potencial para gaming.

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