Review Realme 10 Pro Plus | Intermediário com boa bateria
Por Jucyber • Editado por Léo Müller |
O Realme 10 Pro Plus é um celular intermediário que acabou de desembarcar no Brasil para se tornar mais uma alternativa no mercado nacional. Com evoluções significativas em relação ao seu antecessor, é notório que existem novos benefícios no produto.
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O aparelho traz características físicas de outros modelos populares, e isso garante uma experiência de familiaridade. Por outro lado, a empresa tomou a decisão controversa de mudar o chipset com o intuito de tornar o celular “mais adequado para o mercado brasileiro”.
Será que o celular manteve o equilíbrio de performance? Vale a pena pagar R$ 3.999 no intermediário da Realme? Confira a minha opinião na análise completa.
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Design e construção
Ao pegar o Realme 10 Pro Plus, tive uma sensação de déjà vu, que me transportou diretamente para 2017. Digo isso porque o corpo do smartphone, principalmente a parte frontal, é idêntico ao do Samsung Galaxy S8 Plus.
O modelo da chinesa tem a tela curva com uma sensação de toque semelhante à vista no flagship da sul-coreana. Não quero dizer que a qualidade do display é a mesma, pois o foco nessa comparação física é apenas a parte estética.
Mas, a parte traseira não tem nenhuma semelhança com o produto da Samsung, e se assemelha bastante ao visual do Realme C33, que é um modelo mais básico da empresa. Isso se deve ao fato de serem duas lentes alinhadas verticalmente.
Porém, algo que merece destaque é que há três sensores no verso, sendo dois embutidos em um espaço de lente. Esse diferencial físico ajuda a poupar espaço no corpo do aparelho, e deixa o design mais clean.
É importante reforçar que o intermediário tem o seu verso e as laterais em plástico, e isso — em teoria — visa reduzir os custos de produção, e, consequentemente, o preço. Na parte de baixo, o aparelho tem a entrada USB-C para carregamento e a gaveta dupla de chips, pois não há a possibilidade de expansão do espaço interno via cartão microSD.
Tela
O Realme 10 Pro+ tem tela AMOLED de 6,7 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz. A qualidade do painel me agrada bastante por oferecer um ótimo nível de contraste e saturação.
Confesso que as minhas expectativas em relação ao brilho máximo estavam baixas, mas me surpreendi. A luminosidade entregue pelo display permite que a visualização dos conteúdos seja muito melhor do que modelos topo de linha que testei em 2022, como o Galaxy Z Flip 4, por exemplo.
No brilho mínimo, no entanto, as informações ficam muito apagadas, e isso pode atrapalhar sob a forte luz do sol. Então, se você não é o tipo de pessoa acostumada a ajustar o brilho manualmente, recomendo que deixe essa função automática para evitar uma irritação desnecessária.
Configuração e desempenho
O Realme 10 Pro+ tem a plataforma MediaTek Dimensity 920, que é “adaptado ao mercado brasileiro”, diferindo do Dimensity 1080 da versão internacional. O aparelho intermediário se mostra muito competente nas expectativas para essa categoria.
Consegui realizar diversas tarefas sem dificuldades ou travamentos. Ele possui a interface Realme UI 4.0 baseado no Android 13. O software está melhorando a cada geração, e já demonstra uma equivalência com a MIUI, da Xiaomi.
O modelo que passou pelo Canaltech é a versão com 12 GB de memória RAM e 256 GB de espaço interno. Algo curioso nesse celular é que a opção de RAM virtual pode alcançar até 12 GB, e isso fornece 24 GB, no total, para o usuário.
O fato de esse complemento de memória RAM depender diretamente da velocidade interna me preocupa, pois permite a otimização das tarefas, mas sacrifica o desempenho para a transferência de dados.
No nosso teste padrão de desempenho, que tem o intuito de analisar qual é a estimativa esperada de velocidade e qualidade gráfica para o aparelho, o Realme 10 Pro+ fez 640 pontos no Wild Life Extreme Unlimited do app 3D Mark.
Já no Geekbench 6, os resultados foram de 875 e 2.289 nos modos single e multi-core, respectivamente, e de 2.432 pontos no Compute. Com base nesses resultados, o celular da Realme está bem próximo ao Xiaomi 12 Lite no quesito performance.
Câmeras
A câmera principal do Realme 10 Pro Plus tem um sensor de 108 MP. Essa resolução toda chama a atenção em números, mas não entrega resultados superiores aos de um sensor de 48 MP, por exemplo. O nível de nitidez é médio, mas a Inteligência Artificial ajuda a equilibrar as cores dos elementos na foto.
Embutidos na segunda lente, estão os sensores ultrawide de 8 MP e macro de 2 MP. As imagens no formato ultra grande-angular são bem legais, e eu não senti a típica distorção nas laterais desse tipo de foto.
Já as fotos em macro foram uma decepção porque a nitidez desse sensor é baixa. O fato de ser necessário um distanciamento de até 4 cm para a captura demonstra que esse formato fotográfico é dispensável no aparelho.
Câmera frontal
Assim como a maioria dos celulares de origem asiática, o modelo da Realme já vem com o modo de embelezamento ativado. Então, para ter resultados reais com a câmera frontal, é necessário desativar esse recurso.
O sensor de 16 MP não é ruim, mas parece que ele não “conversa” corretamente com o processador, pois as imagens ficam com baixa nitidez, mas o modelo acerta bem o HDR.
Modo noturno
No modo noturno, a câmera traseira não deixa a desejar, pois o sensor, em conjunto com a Inteligência Artificial, consegue compensar a falta de luz no ambiente e dar detalhes dos objetos fotografados.
Porém, na câmera de selfies, essa qualidade não ultrapassa o patamar de expectativa. O rosto fica com um nível alto de ruídos, mas o hardware acertou na tonalidade da minha pele.
Gravação de vídeos
Para gravação de vídeos, a câmera traseira do Realme 10 Pro+ tem como resolução máxima o 4K a 30 fps. Quem quiser um conteúdo mais fluido, precisará se contentar com o Full HD a 60 fps.
Já na câmera frontal só existe a opção de gravar em 1080p — Full HD —, mas não dá para alterar a taxa de frames por segundo. Dito isso, os vídeos abaixo demonstram os resultados obtidos com essas opções para gravação.
Sistema de som
O Realme 10 Pro+ conta com duas saídas de áudio, sendo uma no topo do aparelho e a outra embaixo. Com isso, o smartphone é capaz de reproduzir sons no formato estéreo, mas o resultado não é dos melhores.
Os tons de baixa frequência, que são mais graves, ficam ausentes nas músicas e efeitos sonoros de conteúdos em streaming. Porém, é perceptível que os médios e agudos se sobressaem nos alto-falantes. O volume dos speakers é alto, mas não dá para tocar as canções na capacidade máxima, pois o som fica bem distorcido.
Bateria e carregamento
O Realme 10 Pro+ tem bateria de 5.000 mAh, e isso representa um pequeno avanço em relação ao antecessor, que tinha 4.500 mAh. Felizmente, o chipset desse celular não consome tanta energia do aparelho, e isso permite o uso por um dia inteiro sem me preocupar com recarga.
Durante o teste de uso real ao longo de 6 horas, com o intuito de ver qual é o gasto de bateria do aparelho ao acessar às redes sociais, plataformas de vídeo e jogar, os resultados foram coerentes. Por hora, o 10 Pro Plus consumiu menos de 5 pontos percentuais de bateria, e isso garante mais de 20 horas de autonomia.
É importante destacar que essa experiência de uso foi realizada dentro de casa, que é um ambiente com a temperatura controlada, e com o brilho da tela no modo automático. Porém, há a expectativa de que aconteçam variações relacionadas ao ambiente no qual você utiliza o celular.
No gráfico abaixo, é possível ver o gasto de bateria nos testes, e a autonomia alcançada com o Realme 10 Pro Plus nesse formato de uso. Além disso, adicionamos outros intermediários que já passaram pelo mesmo formato de experiência para que você veja qual deles foi mais econômico no consumo energético.
Concorrentes diretos
O Xiaomi 12 Lite é um grande concorrente do Realme 10 Pro+ no mercado nacional. O aparelho da gigante chinesa traz características físicas que o colocam em um patamar superior ao modelo da ex-subsidiária OPPO.
O dispositivo tem a sua traseira em vidro, e isso dá ao usuário a sensação de ter em mãos um produto topo de linha. Mesmo que o conjunto fotográfico do 12 Lite não seja o mais atrativo entre os intermediários premium, as imagens geradas pelos sensores entregam mais nitidez do que o 10 Pro+.
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Além disso, o desempenho do Snapdragon 778G é equivalente ao MediaTek Dimensity 920 para o uso diário. Porém, a bateria do 12 Lite tem a autonomia inferior ao modelo analisado neste texto, mas o preço de R$ 2.500 representa uma economia de R$ 1.500, quando comparamos o celular da Xiaomi com o aparelho da Realme.
O Realme 10 Pro Plus vale a pena?
O Realme 10 Pro+ é um bom celular intermediário premium. A fabricante conseguiu alinhar bem o desempenho do Dimensity 920 com o software da Realme UI. A experiência de uso do smartphone não deixa a desejar na categoria em que ele se enquadra.
Seu design que faz alusão a um dos melhores topos de linha da Samsung — o Galaxy S8 Plus — foi um grande acerto da marca. Afinal, a tela curva permite um aproveitamento frontal maior e facilita o encaixe do aparelho na mão.
Na parte fotográfica, no entanto, não há muitos pontos positivos a se pontuar. Em ambientes com boa iluminação, o sensor de 108 MP é capaz de entregar bons resultados, mas de noite as expectativas não correspondem à realidade. Além disso, o modo macro tem um distanciamento focal que não permite a exploração dessa função com um alto nível de detalhes.
A bateria também tem uma durabilidade coerente com o esperado para um modelo intermediário. Entretanto, o preço de lançamento de R$ 4 mil pela versão vendida diretamente no Brasil, o mesmo valor de chegada do Xiaomi 12 Lite por aqui, não é um atrativo para a compra do smartphone. Porém, com revendedoras que não são oficiais, o aparelho da gigante chinesa — 12 Lite — já pode ser visto por R$ 2.500, mas, apesar de ter um custo-benefício maior, não há a garantia da fabricante, a Xiaomi Brasil, anexada ao preço.
Considerando que muitos usuários ainda preferem arriscar a compra via importação, os dois aparelhos caem positivamente de preço. Tanto o modelo da Xiaomi quanto o da Realme são vistos, em média, por R$ 1.800. No entanto, nesse caso é necessário somar os tributos de compra internacional, que podem chegar a soma de 60% em cima do preço.
Porém, é importante ressaltar que a maior vantagem do 10 Pro Plus é o espaço interno disponibilizado na versão vendida no Brasil, que é de 256 GB. Logo, o tempo de uso para armazenar arquivos de mídia será maior do que o aparelho da Xiaomi. Entretanto, considerando as especificações e o público-alvo, acredito que o celular da Realme a um valor próximo dos R$ 3.000 faria mais sentido no momento do lançamento.
Como vantagem, isso ajudaria a posicionar melhor o dispositivo chinês no mercado nacional para bater de frente com o Samsung Galaxy A54 5G, por exemplo. Afinal, a sul-coreana está precisando de um competidor à altura na linha de intermediários premium. Pro ainda não ter à venda nas varejistas do Brasil, recomendamos que você acesso o link abaixo para adquirir o Realme 10 Pro Plus. Mas lembre-se: você está importando o aparelho sem garantia e sujeito à taxação.