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Review Moto G31 | Um celular básico para quem quer pagar menos

Por| Editado por Léo Müller | 15 de Fevereiro de 2022 às 14h27

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Review Moto G31 | Um celular básico para quem quer pagar menos
Review Moto G31 | Um celular básico para quem quer pagar menos

No final do ano passado, a Motorola lançou mais um modelo de celular intermediário e apresentou ao mercado brasileiro o Moto G31 — celular que chegou com um chip da MediaTek para apostar no custo-benefício e atingir um público que quer um celular bom e barato. Hoje, vamos analisar esse lançamento em detalhes.

Além da plataforma Helio G85, o telefone conta, ainda, com uma combinação de 4 GB de memória RAM mais 128 GB de armazenamento interno e oferece uma configuração de câmera tripla para atrair também os amantes de fotografia.

Mas será que vale a pena desembolsar uma quantia superior a R$ 1.700 por ele? O telefone — com algumas especificações básicas — justifica esse preço? Confira nossa análise e veja se compensa a aposta em um Moto G31.

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Design e Construção

  • Peso: 180 gramas
  • Dimensões: 161,9 x 74,6 x 8,45 mm
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O Moto G31 conta com um design bem confortável para o uso. O acabamento é em plástico, é claro, já que é um produto voltado para o mercado intermediário mais puxado para o básico.

Isso acaba sendo um aspecto positivo, já que o aparelho fica mais seguro e não escorrega nas mãos, também graças à finalização com riscos em padrões de ondas na parte traseira. De qualquer forma, é interessante o uso de uma capinha — que está inclusa no kit — para aumentar ainda mais a segurança.

Além disso, ele é consideravelmente leve, com apenas 180 gramas, e isso contribui ainda mais para uma ergonomia melhor.

O sensor de impressões digitais fica na parte traseira, próximo ao módulo que abriga o trio de câmeras do celular, alinhadas verticalmente. Esse quadro é bem parecido ao de outros telefones da marca — o que mostra que a Motorola não está muito preocupada em inovar no visual dos seus celulares mais simples.

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Por um lado, isso é até bom, já que cria uma identidade visual própria dos celulares da empresa e permite que os clientes se identifiquem mais com os produtos, algo pelo qual a Motorola foi bem conhecida no passado.

Nas laterais, ele é bem padrão: a gaveta para os chips fica no lado esquerdo e, no direito, há três teclas: uma para o controle de volume, uma para ligar/desligar e uma para acesso direto ao Google Assistente — outra funcionalidade que tem marcado presença nos dispositivos da Moto.

Os amantes de músicas vão gostar de saber que o celular tem um conector dedicado para fones de ouvido com plugue de 3,5 mm, em vez de apostar apenas no USB-C ou no Bluetooth.

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A entrada dedicada ao acessório fica posicionada na parte superior do telefone, assim como um microfone. Já na parte de baixo, o celular tem apenas a porta USB-C para carregamento, a peça do alto-falante mono e outro microfone.

Na frente, nada muito diferente de vários outros celulares e não há como fugir muito disso. Ele conta com um recorte em forma de furo no display para dar espaço à câmera frontal. O entalhe é até bem pequeno, mas o mesmo não pode ser dito das bordas, principalmente a inferior, que é um tanto grande.

Isso acaba diminuindo um pouco o aproveitamento total do painel, mas não é algo necessariamente ruim e não reduz a experiência de uso.

Tela

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  • Tamanho do display: 6,4 polegadas
  • Tecnologia: OLED
  • Resolução: 1080 x 2400 pixels
  • Densidade: 411 ppi
  • Taxa de atualização: 60 Hz

O Moto G31 conta com uma tela OLED de 6,4 polegadas com resolução de 1080 x 2400 pixels e taxa de atualização de 60 Hz. Apesar de os displays OLED ainda não terem um desempenho semelhante ao AMOLED, eles oferecem gamas de cores mais intensas do que um LCD e isso pode ser notado facilmente neste celular.

Além disso, o smartphone possui uma configuração que permite alterar a saturação do painel entre uma exibição com cores “naturais” ou “saturadas”. Nesta segunda, as imagens ficam ainda mais vívidas e próximas ao que o AMOLED oferece.

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Infelizmente, porém, a taxa de atualização mais baixa não é ideal para jogos e até mesmo durante a navegação em redes sociais é possível notar um certo engasgo da tela ao rolar pelo feed, por exemplo.

O nível de brilho máximo também é bem claro, o que facilita na hora de ver as informações na tela mesmo em um ambiente com muita iluminação natural e luz solar forte.

Configuração e Desempenho

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  • Plataforma: MediaTek Helio G85
  • Memória RAM: 4 GB
  • Armazenamento interno: 128 GB

O Moto G31 é equipado com o chipset MediaTek Helio G85, com uma frequência de 2,0 GHz nos dois núcleos principais e 1,8 GHz nos outros seis. Além disso, o telefone conta com apenas 4 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento interno.

Para contextualizar, esse chip é da linha considerada “gamer” da MediaTek, mas o desempenho do G31 não é dos melhores para jogos. Ele até roda títulos populares, como Free Fire, CoD Mobile ou League of Legends: Wild Rift, mas é preciso reduzir a qualidade gráfica e a taxa de quadros para alcançar uma performance aceitável.

A navegação nas redes sociais não é digna de prêmios, mas o celular não deixa a desejar. Temos um pouco de engasgos na hora de deslizar pelo feed do Twitter, por exemplo, mas isso deve ocorrer não só pela frequência baixa do processador, como também pela taxa de atualização baixa da tela.

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Também há uma certa demora para abrir cada aplicação, mas nada que fuja do comum dentro do segmento de celulares intermediários. De qualquer forma, não dá para exigir muito neste sentido.

O armazenamento é em boa quantidade. Os 128 GB presentes no Moto G31 são o suficiente para salvar uma boa quantidade de aplicativos e fotos sem depender de um cartão de memória que, a propósito, pode ser de até 1 TB neste modelo.

No nosso teste de desempenho padrão — realizado no aplicativo 3D Mark — ele atingiu 180 pontos na análise Wild Life Extreme Unlimited e 717 no Wild Life Unlimited. Como efeito de comparação, este último é melhor do que a média de resultados do Redmi 10X, que utiliza o mesmo chip e marcou 689 pontos.

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Em termos de conectividade, ele é bem padrão: aceita conexões Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, que oferecem boas velocidades de navegação, e Bluetooth 5.0. Ele peca em não ter NFC, então nada de realizar pagamentos por aproximação com ele.

Usabilidade

O Moto G31 chegou às lojas já com o Android 11 instalado de fábrica. A marca é conhecida por entregar uma interface mais limpa, sem grandes modificações e, é claro, isso também se aplica neste telefone.

No entanto, alguns aplicativos próprios da empresa são pré-instalados e permitem realizar algumas customizações básicas no visual do sistema. Não é nada muito elaborado, como o que acontece com a MIUI ou One UI, mas é possível alterar o esquema de cores de menus e o formato de ícones, por exemplo.

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Além disso, o smartphone também oferece alguns atalhos interessantes, como os movimentos do punho para acender a lanterna ou abrir o aplicativo de câmera.

Fora isso, a interface possui um visual bem simples, sem grandes modificações. E, por estar com o Android 11 instalado, ele permite controlar dispositivos de casa inteligente pelo menu de energia, ao pressionar a tecla power.

E por falar em botões físicos, o Moto G31 possui uma tecla extra, que serve para acionar diretamente o Google Assistente. No entanto, se você usa outro aplicativo como assistente digital, essa tecla não terá utilidade até que você volte as configurações para o padrão.

Câmera

O Moto G31 conta com uma configuração tripla para a câmera traseira, com um sensor principal de 50 MP com abertura f/1.8, um ultrawide de 8 MP com abertura f/2.2 e um macro de 2 MP com abertura f/2.4. A frontal é uma lente de 13 MP com abertura f/2.2

Câmera principal (50 MP)

A câmera principal do Moto G31 pode obter fotografias bem aceitáveis. Elas não possuem um nível de qualidade excelente, mas se saem muito bem dentro do segmento em que o dispositivo se encaixa.

Em um ambiente aberto, por exemplo, se o céu estiver bem limpo, é possível ter uma fotografia boa, com ótimo balanço de cores. A captura de detalhes não é muito alta, então se tentar aproximar a imagem notará bastante perda de qualidade. Mas, no geral, é uma boa fotografia, com bastante nitidez.

Quando o céu está muito claro, porém, o branco fica bastante estourado e é preciso melhorar a qualidade da imagem com o modo Pro da câmera, para controlar o balanço de branco ou o ISO, por exemplo.

O aparelho ainda conta com um modo retrato, que utiliza essa câmera para funcionar. Na ausência de um sensor de profundidade dedicado, o Moto G31 utiliza o software para destacar o fundo e aplicar um efeito desfocado.

No entanto, o smartphone não faz isso com muita precisão e mesmo em cenários simples — como uma foto tirada com parede ao fundo — é possível ver que o recorte falha e acrescenta partes do fundo dentro do que é recortado, conforme mostra este exemplo:

Câmera ultrawide (8 MP)

A lente ultrawide do Moto G31 tem menos resolução do que a principal — são apenas 8 MP. Dessa forma, é natural que as fotografias resultem em menos detalhes. Mesmo assim, a qualidade não chega a ser ruim. O pós processamento faz um bom trabalho e o equilíbrio de cores é tão bom quanto a lente principal.

Em alguns cenários, porém, é preciso trabalhar bem com o foco. A depender de onde a câmera centralizar, a imagem pode ficar muito escura ou muito estourada. Mais uma vez, o modo Pro pode “salvar” neste aspecto.

Câmera macro (2 MP)

Para finalizar o conjunto traseiro, o Moto G31 tem uma câmera macro de 2 MP. Com ela, evidentemente, não é possível ter uma fotografia tão rica em detalhes, já que a resolução é muito baixa.

Apesar disso, a captura de objetos bem aproximados é boa. Assim como nas outras lentes, o resultado não é surpreendente, mas aceitável dentro do que se propõe.

Câmera frontal (13 MP)

A câmera frontal não faz um bom trabalho quando o ambiente está muito ensolarado. Neste caso, a pele pode ficar um pouco avermelhada. Na sombra, porém, não há problemas em relação a isso e a imagem fica bem nítida e com equilíbrio de cores melhor.

Também é possível aplicar o modo Retrato para selfies e até que ela faz um bom trabalho na hora de destacar a pessoa do fundo. Dessa forma, o resultado fica surpreendentemente semelhante ao do conjunto traseiro.

Modo noturno

Por fim, o celular ainda possui um modo noturno que, na teoria, permite obter fotografias melhores em ambientes com pouca iluminação.

Na prática, entretanto, o resultado não é muito satisfatório. O Moto G31 não faz um trabalho maestral na hora de clarear a imagem quando a iluminação é bem pouca. E, quando está com um pouco mais de iluminação, a foto fica bem granulada e o foco é muito fraco.

Sistema de Som

O áudio do Moto G31 é bem sem graça e isso é normal, se considerarmos sua configuração mono. De qualquer forma, poderia ser melhor se a fabricante se dedicasse a oferecer uma boa qualidade para a única saída de som que o celular possui, mas não é o que acontece.

O volume máximo não é tão alto e o médio é insuficiente para ouvir música em um bom tom. Em ambos os casos, a qualidade sonora é baixa, com graves praticamente inexistentes e médios e agudos bem abafados.

Se você quiser ouvir música, provavelmente precisará de um fone de ouvido ou caixa de som com uma qualidade sonora melhor. Mas o sistema de áudio do Moto G31 quebra o galho se quiser apenas assistir filmes ou séries.

Bateria e Carregamento

O Moto G31 conta com uma bateria de 5.000 mAh que, na teoria, promete horas de uso de redes sociais, aplicativos de streaming ou jogos. No entanto, isso pode variar bastante de acordo com o uso.

Na minha análise, fiz um teste padrão de bateria que consistiu no uso da Netflix por três horas com brilho da tela fixado em 50%. Neste cenário, o consumo foi de apenas 13% da carga — o que já é muito bom para a categoria.

Com base nisso, é possível estimar que ele chegue a cerca de 23 de horas de reprodução no mesmo cenário. No entanto, sabemos que a autonomia da bateria depende de vários fatores, como a forma como o dispositivo é utilizado.

Comigo, que utilizei bastante os aplicativos de redes sociais — como Twitter, Instagram e Facebook —, além de alternar o brilho da tela entre o médio e máximo e manter o Wi-Fi sempre ativado, ele conseguiu passar um dia inteiro longe das tomadas e ainda sobrou um pouco de carga.

Logo, com um uso mais moderado é possível que ele ultrapasse tranquilamente essa marca.

O tempo de carregamento não é seu forte. O celular é acompanhado de um carregador de 10 W e, com ele, foi necessário quase duas horas e meia para ter uma carga completa de 15 a 100%.

Concorrentes Diretos

O Moto G31 enfrenta concorrência de celulares como o Galaxy A32 ou o Redmi Note 9 no mercado de celulares intermediários. O celular da Xiaomi e o Moto G31 são equipados com o Helio G85, enquanto o Galaxy A32 possui o Helio G80.

Os dois chipsets são bem equivalentes em termos de performance do processador e do desempenho gráfico. Além disso, todos os celulares também contam com uma combinação de até 4 GB de memória RAM com 128 GB de armazenamento interno, o que os deixam ainda mais parecidos.

A diferença é que o Redmi Note 9 aceita expansão com cartão de memória de até 512 GB, enquanto seus rivais podem ler de até 1 TB.

Quem busca uma tela melhor, provavelmente deve apostar no Galaxy A32, que possui um display Super AMOLED de 6,4 polegadas com resolução de 1080 x 2400 pixels e taxa de atualização de 90 Hz, além da proteção Gorilla Glass 5.

Já o Redmi Note 9 conta com um painel IPS LCD de 6,53 polegadas e resolução de 1080 x 2340 pixels. A tela do Moto G31 conta com a tecnologia OLED — que é relativamente superior aos displays LCD — e resolução de 1080 x 2400 pixels, mas ambos contam com taxa de atualização de apenas 60 Hz.

O celular sul-coreano também leva a melhor no conjunto de câmeras, com uma configuração de quatro sensores traseiros, com resoluções de 64 MP + 8 MP + 5 MP + 5 MP e um frontal de 20 MP.

Já o Redmi Note 9 fica ainda um pouco para trás com um conjunto traseiro de 50 MP + 8 MP + 2 MP com uma câmera frontal de 8 MP, enquanto o Moto G31 tem um trio de 50 MP + 8 MP + 2 MP atrás e um sensor de 13 MP para selfies.

Já se a sua intenção for optar por um modelo com mais capacidade de bateria, o Xiaomi sai um pouco na frente, com um componente de 5.020 mAh. Já o Samsung e o Motorola disputam com uma bateria de 5.000 mAh, cada.

Por fim, se quiser economizar o máximo possível, a escolha óbvia é o Galaxy A32, que pode ser encontrado a partir de R$ 1.300, enquanto os preços do Moto G31 partem de R$ 1.700 e o Redmi Note 9 de R$ 1.600.

Conclusão | Quando as características não justificam o preço

O Moto G31 é um aparelho voltado para o mercado intermediário “de entrada”, ou seja, apesar de estar incluso no mercado de smartphones de médio desempenho, ele ainda tem algumas características básicas.

Para quem busca um celular bom e barato, pode ser uma boa escolha, mas há alternativas com performance equivalente e preço ainda mais baixo, como o Galaxy A32 da Samsung.

Este celular entrega um conjunto de câmeras melhor e com um sensor a mais do que o Moto G31, tem uma tela com tecnologia mais avançada, a Super AMOLED com taxa de atualização superior, possui conexão NFC para pagamentos por aproximação.

Até o processador é bem semelhante e, apesar de o Moto G31 ser equipado com o MediaTek Helio G85, o Galaxy A32 com seu Helio G80 não fica muito para trás em desempenho. Assim, enquanto a alternativa da sul-coreana estiver mais barata, ela vale mais a pena que o Moto G31.