Review Pixel Tablet | O tablet do Google que vira um Nest Hub
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller |
O Google finalmente lançou um novo tablet na linha Google Pixel, e anunciou o Google Pixel Tablet em maio de 2023. O dispositivo chegou ao mercado com um custo-benefício maior para competir no mercado intermediário, mas se destaca dos demais por poder se “transformar” em um assistente digital com tela — ou Nest Hub.
- Review Pixel 7 Pro | O Android em sua melhor forma
- Review Pixel 7a | O celular mais barato do Google para 2023
Eu testei o tablet nos últimos dias e agora conto o que achei dele e se vale a pena optar por este dispositivo ou por algum possível concorrente.
Para importar produtos dos Estados Unidos que você não encontra por aqui, basta criar uma conta na USCloser. Você faz suas compras nos sites gringos normalmente, e a USCloser recebe por você lá nos EUA mesmo, em uma espécie de “caixa postal americana” criada exclusivamente para você. Depois, a USCloser encaminha os produtos para sua casa aqui no Brasil. É seguro, prático e rápido. Siga nosso tutorial para se cadastrar e comprar nos EUA economizando muito.
Design e construção
O Pixel Tablet tem um visual bem simples: ele tem apenas uma câmera traseira, que fica posicionada no canto superior direito do corpo, e toda a estrutura do dispositivo é plana.
O acabamento traseiro é em alumínio, mas o material fosco mais parece um tipo de plástico duro. De qualquer forma, é uma construção mais robusta, que promete uma certa resistência.
Na frente, o Google passou longe de apostar em bordas finas e os contornos da tela são bem largos. A câmera frontal fica posicionada em um dos lados maiores, o que favorece bastante aos apps de videoconferência.
Tela
O Pixel Tablet tem uma tela IPS LCD de 10,95 polegadas e aproveitamento frontal de apenas 79,7%. A resolução é de 1.600 x 2.560 pixels e o brilho de 1.500 nits.
Na prática, é um display bem aceitável para o uso dentro de casa. O brilho é o suficiente para ver conteúdos em streaming e ele tem cores vívidas. Como a proposta de um tablet não é o uso externo, está de bom tamanho — apesar de haver telas melhores no mercado.
Desempenho e câmeras
O Pixel Tablet é um modelo intermediário, então seu desempenho não é tão bom quanto o que é visto nos tablets topo de linha da Samsung ou Apple, por exemplo. De qualquer forma, ele não deixa a desejar em um uso diário. Apesar de não executar tudo com extrema agilidade, ele não apresenta engasgos ou travamentos em praticamente nenhuma função.
Eu testei alguns jogos, como CoD Mobile, e a experiência foi bem fluida, apesar de ser necessário reduzir um pouco a qualidade gráfica.
Quanto ao teste de desempenho padrão, ele marcou 882.539 pontos no AnTuTu Benchmark. Essa é a média, por exemplo, dos celulares da linha Pixel 6 e Pixel 7 — o que é natural, já que ele usa o mesmo chip da nova geração de smartphones do Google, o Tensor G2.
Quanto às câmeras, por ser um modelo intermediário, ele entrega imagens mais simples — bem parecidas com as que são feitas em celulares intermediários de entrada, com pouca definição. O mesmo é válido para a gravação de vídeo, que fica com bastante pixelização.
Curiosamente, o uso em videochamadas parece ficar com mais qualidade do que os vídeos feitos na câmera nativa. Usei durante ligações no WhatsApp, por exemplo, e a resolução ficou muito boa. Veja, abaixo, alguns exemplos de fotos tiradas com ele.
Recursos e conectividade
Um ponto bem negativo é que o Pixel Tablet não tem suporte para rede móvel (4G ou 5G). Dessa forma, toda a conexão com a internet é via Wi-Fi. Em compensação, a tecnologia de rede sem fio já suporta Wi-Fi 6.
Outro aspecto ruim é que ele ainda não tem uma caneta oficial. Ele até é compatível com stylus pen, mas você precisa adquirir modelos de terceiros à parte e verificar a compatibilidade. O mesmo é válido para teclados e capas-teclado.
Em contrapartida, ele tem uma proposta interessante: o kit do tablet inclui uma base com alto-falante que o transforma em uma central de casa inteligente, como a linha Nest Hub. Isso permite controlar lâmpadas ou outros dispositivos de smart home e interagir com o Google Assistente apenas com comandos de voz.
A ideia é boa, mas a execução nem tanto. Enquanto usei — com comandos sempre em português —, o tablet tinha bastante dificuldade para entender meus comandos, e muitas vezes escutava totalmente errado.
Algo que funciona bem é que, assim que o tablet é encaixado nele, toda a reprodução de mídia passa para a base. Isso permite ouvir músicas em um volume maior e com graves mais potentes.
Bateria
O Pixel Tablet tem bateria de 27 Wh, e a autonomia estimada de uma carga é de até 12 horas de reprodução em streaming.
No nosso teste com base em um uso real, ele consumiu apenas 26% da carga após o uso de diversos apps durante 6 horas. Neste cenário, estima-se que ele chegue a cerca de 23 horas de uso pesado.
Concorrentes
O Pixel Tablet tem um desempenho mais equivalente ao Galaxy Tab S7 FE, apesar de este ser um modelo mais antigo. Em relação à performance, ambos devem ser bem equivalentes, mas cada um tem suas vantagens.
O S7 FE, por exemplo, funciona melhor com um modo “desktop”, graças ao suporte para capa-teclado, e também já tem uma caneta S Pen no kit. O modelo é vendido oficialmente no Brasil e custa por volta de R$ 2.500.
O Pixel, por outro lado, tem a proposta interessante de funcionar como um Nest Hub, apesar de o bom funcionamento ainda depender de atualizações. Infelizmente, ele não é vendido oficialmente no Brasil e, nos EUA, custa US$ 500 — que dá cerca de R$ 2.500 em conversão direta, sem considerar impostos em caso de importação.
Google Pixel Tablet: vale a pena?
O Google Pixel Tablet não vale a pena no mercado brasileiro por alguns motivos. Primeiro que seu desempenho está bem longe do que é esperado em um modelo nesta faixa de preço — considerando impostos em caso de importação.
É verdade que o Modo Hub chama atenção, e isso até seria um grande diferencial que faria ele valer a pena, se ao menos funcionasse devidamente. É claro que pode ser corrigido com atualização, mas não dá para depender disso.
Dessa forma, compensa mais comprar um Galaxy Tab S7 FE ou investir a partir de R$ 4.000 por um modelo topo de linha — já que você provavelmente já pagaria a mais em impostos para comprar o Pixel.