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Elon Musk lança proposta para comprar Twitter por US$ 43 bilhões

Por| Editado por Claudio Yuge | 14 de Abril de 2022 às 12h30

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Wikimedia Commons
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Elon Musk

A novela entre Elon Musk e o Twitter ainda não acabou; na verdade, ganhou um grande plot twist nesta quinta-feira (14). O empresário sul-africano registrou na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, uma proposta para comprar toda a rede social por US$ 43 bilhões (R$ 198 bilhões), além de fechar novamente seu capital — ou seja, deixar de informar ao público detalhes sobre suas finanças.

A notícia surge duas semanas após Musk ter adquirido 9,2% das suas ações e quase ter se tornado parte do conselho da empresa. No documento apresentado pelo bilionário ao órgão regulador, ele propôs comprar 100% do Twitter por US$ 54,20 por ação. Os papéis encerraram o pregão de quarta-feira custando US$ 45,85 e já subiram 10% no pre-market, horário antes de abertura do horário normal da Bolsa.

Musk explicou no documento os motivos para a proposta. Em resumo, ele afirma que acredita bastante no potencial do Twitter, mas que ele só crescerá ainda mais se fechar seu capital. Também fez menções à liberdade de expressão na plataforma, dando a entender que interfirará nisso se tornar-se dono da empresa.

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Investi no Twitter por acreditar em seu potencial de ser a plataforma de liberdade de expressão em todo o mundo, e acredito que a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia em funcionamento. No entanto, desde que fiz meu investimento, agora percebo que a empresa não prosperará nem servirá a esse imperativo social em sua forma atual. O Twitter precisa ser transformado como uma empresa privada. Como resultado, estou me oferecendo para comprar 100% do Twitter por US$ 54,20 por ação em dinheiro, um prêmio de 54% na véspera de começar a investir no Twitter e um prêmio de 38% na véspera do meu investimento ser anunciado publicamente. (...) O Twitter tem um potencial extraordinário. Vou desbloqueá-lo.

Uma frase de Musk chama a atenção no documento: ele defende que é a sua "melhor e última oferta" e, caso não seja aceita, precisaria "reconsiderar minha posição como acionista" do Twitter.

Em um comunicado à imprensa, o Twitter respondeu confirmando a proposta e que o conselho de administração da empresa analisará "cuidadosamente a proposta" para decidir o que "acredita ser do melhor interesse da companhia e de todos os acionistas do Twitter".

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Entenda o caso Elon Musk x Twitter

No começo de abril, Elon Musk, CEO da SpaceX e Tesla, comprou 73.486.938 ações do Twitter, equivalente a 9,2% do total de papéis da companhia, e tornou-se seu maior acionista.

Com o negócio, Musk também foi nomeado para o conselho de administração da rede social. O acordo, porém, tinha um detalhe: em troca do novo cargo, Musk não poderia comprar mais de 14,9% das ações ordinárias do Twitter durante o período de seu mandato mais 90 dias depois.

Uma semana após a compra de ações, Musk e o Twitter anunciaram que o primeiro desistiu de fazer parte do conselho da empresa. O CEO da plataforma, Parag Agrawal, foi evasivo sobre o assunto; disse apenas que o empresário precisaria, como membro do conselho, "agir no melhor interesse da empresa e de todos os nossos acionistas".

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Entretanto, a imprensa norte-americana especulou pelo menos dois outros motivos. Primeiro, a probabilidade de Musk desejar comprar mais ações da rede social no futuro — uma teoria que foi comprovada com a proposta desta quinta-feira.

A segunda razão seria sua vontade de manter-se ativo na plataforma escrevendo sobre o que quiser, incluindo críticas ao próprio Twitter — algo que seria inviável se fizesse parte do conselho. O Twitter tem ampliado sua moderação de conteúdo para reduzir extremismo. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi banido permanentemente da plataforma por conta de incitação à violência no caso da invasão do Capitólio, em 6 de janeiro do ano passado. Para Musk, o Twitter é como uma praça pública, e sua moderação de conteúdo mais assertiva estaria "minando a democracia".

Fonte: Forbes, PR Newswire