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Elon Musk deixa cargo no conselho do Twitter; entenda as possíveis razões

Por| Editado por Claudio Yuge | 11 de Abril de 2022 às 17h10

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Creative Commons/Duncan Hill
Creative Commons/Duncan Hill
Elon Musk

O CEO do Twitter, Parag Agrawal, publicou nesta segunda-feira (11) uma mensagem comunicando que o bilionário Elon Musk não terá mais uma cadeira no conselho de administração da rede social, uma semana após comprar 9,2% das ações da empresa.

Na terça-feira passada (5), Agrawal havia anunciado que Musk foi nomeado para o conselho de administração do Twitter. No texto desta segunda, endereçado à equipe da empresa, o CEO desfez o anúncio anterior, em um tom misterioso e sem justificar direito a mudança de curso.

"O conselho e eu tivemos muitas discussões sobre Elon se juntar ao conselho e com Elon diretamente. Ficamos empolgados em colaborar e esclarecer os riscos. Também acreditávamos que ter Elon como fiduciário da empresa onde ele, como todos os membros do conselho, tem que agir no melhor interesse da empresa e de todos os nossos acionistas, foi o melhor caminho a seguir. O conselho ofereceu-lhe um assento", disse Agrawal.

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Anunciamos na terça-feira que Elon seria nomeado para o conselho, dependendo de uma verificação de antecedentes e aceitação formal. A nomeação de Elon para o conselho deveria se tornar oficialmente efetiva em 9 de abril, mas Elon compartilhou naquela mesma manhã que ele não iria mais se juntar ao conselho. Eu acredito que isso é o melhor. Temos e sempre valorizamos a contribuição de nossos acionistas, estejam eles em nosso conselho ou não. Elon é nosso maior acionista e permaneceremos abertos à sua contribuição.

Por que Elon Musk não estará no conselho do Twitter?

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Embora nem Musk nem o Twitter estejam sendo precisos sobre as razões, a imprensa norte-americana especula pelo menos duas delas. A primeira: a probabilidade do bilionário dono da SpaceX e Tesla desejar comprar mais ações da rede social no futuro. A segunda: sua vontade de manter-se ativo na plataforma escrevendo sobre o que quiser, incluindo suas mensagens mais polêmicas.

A documentação de segunda-feira passada, enviada à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, afirmava que Musk estaria impedido de comprar mais de 14,9% das ações ordinárias do Twitter durante o período de seu mandato no conselho da empresa mais 90 dias depois. Agora que não fará mais parte do conselho, esse acordo deixa de valer e ele poderá aumentar sua participação se quiser.

Sobre o segundo ponto, também de acordo com o documento, Musk pode "adquirir ações adicionais de ações ordinárias" e "expressar suas opiniões ao conselho e/ou membros da equipe de gerenciamento do Emissor e/ou ao público por meio de mídias sociais ou outros canais". O site Vice acredita que o cargo de membro do conselho seria para evitar que Musk continuasse emitindo suas opiniões controversas em prol do compliance do Twitter.

Musk não é do tipo que gosta de se calar — aliás, ele é um defensor ferrenho da liberdade de expressão irrestrita na plataforma, não importando as consequências. Há poucos dias, ele mesmo tirou um sarro do próprio Twitter ao sugerir que a rede social está morrendo porque muitos dos dez perfis com mais seguidores raramente postavam. Em outro tuíte, já apagado, disse que sugeriu transformar a sede do Twitter em San Francisco em um abrigo para sem-teto porque "ninguém aparece lá de qualquer maneira", disse o New York Times. Certamente essa não é a postura que se espera em um membro da chefia da rede social.

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Fonte: Vice, The New York Times