Brave Mobile | Uma opção segura e que vai além do básico [análise]
Por Douglas Ciriaco |
O Brave é um dos navegadores bem interessante: ele combina um visual moderno com bons recursos, foco em privacidade e tem uma proposta bem diferenciada para a questão de publicidade.
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Além da versão para desktop, o app está disponível também para as plataformas mobiles e consegue transpor para elas uma experiência semelhante, mas que não empolga. Não há qualquer problema grave e quem gosta de fuçar nas configurações pode explorar ainda mais tudo o que ele tem a oferecer.
Isso será o suficiente para classificar o Brave mobile como uma alternativa competente para os nomes mais famosos do setor? Confira agora a nossa análise completa.
Ficha técnica
Prós
- Controle avançado de bloqueio de anúncios
- Sincroniza conteúdo
- Sistema de recompensas
- Gerenciador de senhas
Contras
- Não abre páginas em aplicativos instalados
- Sem um grande diferencial para enfrentar os principais concorrentes
Navegador ajustável
O Brave é um navegador inteligente e com uma vasta gama de recursos. Ele parece ter um foco especial em quem quer um cuidado extra em termos de privacidade e ajustes, visto que seu meu de configurações reúne uma quantidade imensa de opções.
Isso é bom ou é ruim? A resposta é: depende. Quem está atrás de um navegador “abrir e usar” até pode optar por ele, mas o apelo principal aqui parece ser usuários que buscam algo a mais.
É possível fazer leves modificações na parte visual (remover um botão, ocultar uma barra inferior), ativar uma função que encerra todas as abas abertas toda vez que você fecha o programa e até personalizar facilmente o buscador padrão da aba anônima. Esse conjunto é interessante e mostra como o Brave pode oferecer mais a quem estiver disposto a procurar.
Privacidade e velocidade
Como traz um bloqueador de anúncios nativo, que já vem ativado por padrão, o Brave poupa megabytes do seu pacote de dados pois carrega menos conteúdo cada vez que você acessa uma página da web. O mais legal nesse sentido é que um controle avançado, com direito a relatório e tudo, que pode ser acessado por meio do ícone da cabeça de leão presente na barra de endereços do browser.
Além isso, ele garante ainda uma navegação mais ágil: como bloqueia diversos elementos inclusive nos bastidores da página, há menos conteúdo a ser carregado e tudo flui melhor. Esse é, obviamente, um ponto positivo do Brave, mas a prática não se mostra tão perceptiva quanto em outros browsers, como Opera Touch, DuckDuckGo ou Firefox Focus.
Claro que o Brave tem mais recursos, sendo uma opção até mais robusta especialmente do que o Focus e o DuckDuck (duas opções de navegadores com foco em privacidade). Porém, mesmo assim, essa vantagem que de fato existe não se mostra tão significativa e pode passar despercebida pela maioria dos usuários.
Ainda na parte de privacidade, é legal a facilidade com que se pode configurar o mecanismo de busca das abas privadas (você pode escolher um padrão diferente daquele usado nas guias convencionais). É um incremento bem-vindo nesse âmbito.
Além disso, o Brave garante acesso rápido ao gerenciamento das abas privadas por meio de um ícone específico na barra de notificação do sistema — outra facilidade capaz de fazer deste o único navegador necessário em um celular.
Sincronização e recompensas
Para quem procura um navegador com versões em diversas plataformas, inclusive no PC, tem uma ótima opção por aqui. É possível sincronizar conteúdos de navegação e até guardar senhas, um pacote completo que já virou básico para um app da qualidade e do nível do Brave.
Este aplicativo também é conhecido por seu sistema de recompensas no qual você ganha criptomoedas conforme assiste anúncios específicos. O valor arrecadado fica disponível para doações a sites a criadores de conteúdo, e tudo está bastante acessível dentro da versão mobile.
O mais positivo é que a participação neste programa não é obrigatória, ou seja, para participar, é preciso ativá-lo manualmente. Além disso, o ícone do sistema de recompensas que aparece na barra superior pode ser removido nas configurações (o que definitivamente não é o ideal e pode incomodar algumas pessoas).
Brave é um bom navegador?
Não há absolutamente nada que inviabilize o uso do Brave. Ele é bonito, tem um visual agradável e bons recursos, mas parece que falta algo. Para mim, a grande falha é a ausência de atalho para abrir páginas (como YouTube, Twitter e Facebook) em aplicativos, não dentro do navegador.
No geral, as coisas aqui estão bem organizadas, é fácil navegar por todos os seus menus, a forma de exibição de abas abertas funciona muito bem (ele se apresenta em cards, o que não acho ideal, mas não é nada prejudicial à experiência de uso) e ele traz uns extras de privacidade que podem fazer a diferença.
A sensação geral, porém, é de que falta algo. Apesar da gama de recursos e do visual, o Brave deixa a impressão de que não é tão rápido a ponto de servir de alternativa a navegadores com foco em velocidade nem tão robusto quanto os apps mais convencionais, digamos assim. Ele tem recursos para bater de frente com o Chrome, o mais popular do mundo, mas não parece estar apto a substituí-lo de fato.
Vale reforçar que o Brave passa longe de ser ruim e funcionou muito bem durante nossos testes. Ele tem muita lenha pra queimar e serve tanto a usuário básicos quanto a usuários mais intensos, digamos assim.
A questão é que ele não parece ter brilho o suficiente para ofuscar opções mais estabelecidas (Chrome, Samsung, Edge e Opera, por exemplo) nem para se destacar entre os “novatos” (como Vivaldi, Kiwi e Mint). Seria injusto dizer que ele não faz bem aquilo a que se propõe nem que ele não merece a atenção de quem está em busca de um novo navegador, mas, pessoalmente, não seria a minha escolha para buscar uma alternativa aos principais nomes do mercado na atualidade.
Você usa o Brave? Qual a sua opinião sobre o navegador? Divida conosco aí embaixo, na caixa de comentários.