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Demissões e freio nas contratações sinalizam estouro da “bolha de TI”?

Por| 12 de Julho de 2022 às 22h00

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Pixabay/Buffik
Pixabay/Buffik

Enquanto vemos os mercados de ações e criptomoedas despencarem em meio a uma crise mundial, com altas inflações e aumentos de taxas de juros durante a guerra da Ucrânia e da Rússia, ao que parece todos os fatores envolvidos na atual recessão global parecem ter chegado ao então aquecido mercado de tecnologia da informação (TI). O congelamento de contratações e as demissões em massa em companhias do setor podem ser sinais de que a “bolha” já vem estourando nessa área.

A situação é bem diferente da do ano passado, em que o mercado na pandemia explodiu devido à demanda por plataformas e dispositivos tecnológicos para melhorar a colaboração corporativa em um segmento que já vinha em ascensão. A busca por talentos e os investimentos em formação animaram o setor, que passou a ampliar a infraestrutura e as oportunidades de emprego.

Contudo, com os fatores já citados no início do texto, esse cenário se parece mais com uma bolha estourando do que uma fase passageira. O “boom” de empregos em TI em grupos relacionados à tecnologia está esfriando, sem uma previsão da grande alta esperada pelo próprio mercado para o final de 2022.

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Sinais da “bolha” estourando no mercado de TI?

Até algum tempo atrás, a ampliação de funcionários e área de atuação, assim como a manutenção do trabalho híbrido ou completamente remoto eram mais frequentes — até a morna tendência de diminuição de jornada de trabalho para uma semana de quatro dias parecia estar mais aquecida neste momento, segundo projeções anteriores dos próprios analistas de mercado.

Contudo, a turbulência econômica, que se agravou com a guerra; a falta de mão-de-obra especializada e de chips; e a acirrada competição para levar todo o armazenamento de dados para a nuvem, o que envolve também alto investimento em segurança, em um cenário que vemos a escalada global de golpes de ransomware; resultam em um cenário com baixa nas contratações.

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Com isso, é preciso que os líderes no setor de tecnologia se preparem para o que vem pela frente. De acordo com dados recentes da CW Jobs, 85% dos tomadores de decisão de TI esperam que sua organização seja impactada pelo custo de fazer negócios – incluindo congelamento de contratações (21%) e congelamento de pagamentos (20%). Já estamos vendo isso acontecer, com Tesla, Uber e Netflix entre os grandes nomes que anunciaram congelamento de contratações ou demissões nas últimas semanas.

Microsoft, Coinbase e Meta desaceleraram o recrutamento; e, no Brasil, startups que vinham aumentando e escalando seus negócios, também tiveram que pisar no freio, como Ebanx, Facily, QuintoAndar e outras companhias, inclusives multinacionais como a Shopee, precisaram diminuir o quadro para se readequarem ao atual cenário.

Profissionais no setor de TI se sentem confiantes

Embora os trabalhadores de tecnologia estejam preocupados com a queda no mercado, os profissionais continuam acreditando na ascensão do segmento. O mesmo relatório da CW Jobs aponta que os colaboradores de TI permanecem confiantes o suficiente no setor, e que 57% esperam um aumento salarial no próximo ano.

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Os congelamentos de contratações e demissões também não parecem ter tido muito impacto na mobilidade dos trabalhadores: apenas 24% dos profissionais pesquisados ​​pela CW Jobs dizem que planejam permanecer em sua função atual pelos próximos 12 meses — percentual abaixo dos 29% em 2021.

Já entre os líderes do setor de TI, o panorama é diferente: 44% dos líderes de TI se sentem confiantes em relação ao clima, enquanto mais da metade aguardam por uma “tempestade” nos próximos meses.

Entre as projeções para o que vem por aí até 2023, os analistas de mercado acreditam que será difícil os empregados no setor de TI manterem negociações de altos salários com as empresas buscando o corte de gastos. Além disso, uma das mudanças que parecem já estar em andamento é o retorno de muitos grupos ao trabalho presencial tradicional .

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Mas, no geral, a expectativa ainda é boa, com o setor de TI continuar contratando, apenas com um ritmo menor. Principalmente os desenvolvedores que tiverem especialidades difíceis de obter, e nas áreas que estão a maior demanda atualmente, que são segurança cibernética e desenvolvimento de software.

Com informações do ZDNet.