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Rocha gigante abaixo do sul do Japão está afetando a propagação de terremotos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 11 de Março de 2022 às 13h19

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NASA
NASA

Um pedaço de rocha vulcânica subterrânea do tamanho de uma montanha pode estar afetando a propagação de terremotos no sul do Japão, segundo um novo estudo liderado pela University of Texas at Austin. Conhecido como plutão de Kumano, o bloco está localizado a 5 km abaixo da superfície.

A densa rocha fica a 5 km a baixo da Penísula de Kii, precisamente na borda da placa continental da Eurásia. Logo abaixo dela, a placa oceânica das Filipinas mergulha em direção ao manto terrestre — processo chamado subducção.

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O estudo sugere que a rocha na placa eurasiana está alterando a inclinação da placa inferior, fazendo a placa filipina descer mais rapidamente. Plutão de Kumano fica próximo aos epicentros de dois grandes terremotos da década de 1940, onde cada um viajou em direções opostas.

Os pesquisadores ainda não sabem o motivo pelo qual esses terremotos não se romperam na região da rocha ígnea. “Parece estar desempenhando um papel realmente importante na nucleação desses terremotos e na prevenção de sua união”, acrescentou o geofísico marinho Dan Bassett, coautor do estudo.

A nucleação é o ponto da crosta onde o terremoto começa a romper, segundo Basset. Além disso, a rocha também pode influenciar como a água se move dos oceanos para o manto, porque a subducção da placa filipina é duas vezes mais acentuada onde ela está, o que conduziria mais água para a região.

Mapeando a dinâmica

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A placa filipina avança sob a placa eurasiana a uma taxa aproximada de 4,5 centímetros ao ano e essa zona de subducção produz os terremotos e o vulcanismo. A costa do Japão possui o maior monitoramento sísmico do mundo, com monitores no fundo do mar e sismógrafos instalados profundamente na crosta.

O plutão de Kumano foi descoberto em 2006, mas o novo estudo descobriu que a maior parte das pesquisas se concentrava apenas na placa que está mergulhando, sem considerar a de cima. A descoberta indica que a placa de subducção pode ser mais importante do que se pensava.

Em relação a estruturas semelhantes ao plutão de Kumano, a geóloga Wendy Bohon explicou que: “elas podem atuar como pontos de nucleação ou como um ‘backstop’, locais onde o terremoto pode parar”. A inclinação acentuada da filipina pode limitar os terremotos nessa região da crosta.

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A inclinação da placa também influencia o deslocamento da água e com quais mineiras ela pode reagir, diminuindo drasticamente as ondas sísmicas, sugerindo uma área de serpentina mineral ricamente hidratada.

Agora, a equipe construirá um modelo 3D no nordeste do Japão, onde ocorreu o terremoto de Tohoku, em 2011, para avaliar a influência do plutão de Kumano na dinâmica sísmica — o que levará de um a dois anos.

O estudo foi apresentado na revista Nature Geoscience.

Fonte: Nature Geoscience, Via Space.com