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Por que vulcões adormecidos voltam à atividade?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Outubro de 2021 às 18h25

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Nick Wehrli/Pexels
Nick Wehrli/Pexels

Erupções vulcânicas costumam ser motivo de preocupação, afinal, estas estruturas geológicas revelam a força implacável da natureza. De tempos em tempos, alguns vulcões adormecidos despertam de seu intervalo de atividades — como é o caso do Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, que entrou em erupção após 50 anos sem qualquer manifestação. Com isso, surge a pergunta: por que vulcões adormecidos voltam à atividade?

Para obter a resposta, é necessário, antes, entender um pouco da dinâmica dos vulcões e a maneira como eles se comportam ao longo do tempo. Embora não exista um consenso científico para determinar o perfil de um vulcão, os vulcanologistas se baseiam na frequência de erupções dele para clássica-lo em três principais tipos: ativo, adormecido e extinto. É isso o que explicamos nas próximas linhas.

Tipos de vulcão

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Normalmente, um vulcão é considerado ativo quando seu registro de atividades acusa pelo menos uma erupção durante os últimos 10.000 anos. No entanto, também é possível chegar a esta conclusão ao considerar os registros históricos na escala do tempo de vida humana. Voltemos ao exemplo do Cumbre Vieja, considerado ativo, embora tenha entrado em atividade pela última vez em 1971 — episódio recente o suficiente para ser lembrado na história.

Já o vulcão adormecido tem uma classificação parecida, mas se define por completo de acordo com a frequência de suas atividades. Ou seja, é um vulcão ativo que não entra em erupção há bastante tempo, mas eventualmente entrará. Pode acontecer de maneira inesperada, mas, na maioria dos casos, ele apresenta uma série de atividades sísmicas e liberação de gases antes de romper seu fluxo de lava.

Um vulcão extinto, como o próprio nome sugere, é classificado dessa maneira quando nos últimos 10.000 não houve nenhuma erupção e, portanto, é bem provável que ele não entre em atividade no futuro próximo — o que não significa que ele não passa ser eventualmente reativado pela dinâmica do interior da Terra, apesar de este processo geológico superar o tempo de vida humana.

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O que faz um vulcão despertar?

Vulcões ativos e dormecidos possuem algumas características físicas bem definidas, que ajudam a compreender sua atividade: o cone, formado pela montanha de lava solidificada acumulada ao longo do tempo; a câmara vulcânica, uma espécie de piscina de magma armazenada abaixo do cone; a chaminé vulcânica, túnel por onde o magma sai da câmara até acessar a estrutura seguinte; e a cratera ou caldeira vulcânica, onde ocorre a erupção.

À medida que as células de convecção — também conhecidas como correntes de convecção — movimentam o magma localizado no manto terrestre, as placas tectônicas são deslocadas. Inclusive, é esta dinâmica que explica a formação dos vulcões entre estas placas, pois nessas fissuras a lava escapa com maior facilidade.

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Enquanto este processo ocorre no interior da Terra, logo abaixo de um vulcão, os gases liberados por ele se acumulam na câmera vulcânica. Por conta do calor, os gases também passam a se expandir e, com isso, a pressão ali dentro começa a subir. Então o magma é empurrado pelas fissuras vulcânicas até alcançar a caldeira, liberando toda a pressão acumulada em forma de erupção.

Portanto, um vulcão adormecido tem grande potencial para em erupção novamente, mas, para estimar quando isso acontecerá, é necessário analisar as atividades que ocorrem em seu interior e que normalmente chegam antes do derramamento de lava. Felizmente, no Brasil, não existe nenhum vulcão, mas, o redor do mundo, diversas agências de monitoramento acompanham os “gigantes adormecidos“ — tarefa difícil, mas essencial.

Fonte: Phys.org, GSI