Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Geleiras ao norte da Groenlândia estão derretendo em velocidade recorde

Por| Editado por Rafael Rigues | 21 de Junho de 2022 às 17h00

Link copiado!

Foto:  I. Joughin
Foto: I. Joughin

As pequenas geleiras da Groenlândia, conhecidas como periféricas, estão derretendo em velocidades recordes, especialmente as localizadas mais ao norte do globo, conforme aponta um novo estudo liderado pela DTU Space. Para esta conclusão, o trabalho estimou a perda em massa destas geleiras nas últimas duas décadas.

Diversas pesquisas demonstram como a temperatura do Ártico está subindo mais rapidamente do que em qualquer outra parte do mundo. Um resultado direto disto é a perda cada vez mais acelerada das geleiras periféricas da Groenlândia, aquelas que não possem conexão com o manto de gelo da grande ilha.

Continua após a publicidade

As geleiras periféricas correspondem a 4% do gelo que cobre a Groenlândia, uma área com quase o mesmo tamanho da Irlanda (pouco mais de 70 mil km quadrados). Ainda assim, elas contribuem com até 11% da perda total da camada de gelo da região, colaborando também para a elevação do nível do mar.

O professor da DTU Space, Shfaqat A. Khan, principal autor do estudo, explica que estas pequenas geleiras são mais sensíveis às mudanças contínuas de temperatura. “Portanto, derretem mais rápido do que vemos em muitos outros lugares do Ártico”, diz. Para ele, um sinal evidente de como as mudanças climáticas estão afetando o polo norte.

Geleiras periféricas ameaçadas

A partir dos dados coletados pelos satélites norte-americanos ICESat e ICESat-2, os pesquisadores observaram o aumento do derretimento destas pequenas geleiras nos últimos 20 anos. Entre outubro de 2018 e dezembro de 2021, houve um perda anual média de 42,3 gigatoneladas de gelo.

Continua após a publicidade

No período de fevereiro de 2003 a outubro de 2009, a perda anual foi, em média, de 27,2 gigatoneladas. "Podemos ver que há um aumento acentuado no derretimento das geleiras no norte da Groenlândia”, ressalta Khan. O número, apesar de assustador, é esperado, dado o aumento da temperatura global neste período.

Mesmo que estas geleiras não estejam diretamente conectadas ao manto de gelo da Groenlândia, os pesquisadores ressaltam a importante de incluí-las no total do derretimento de gelo para avaliar o quanto a região, como um todo, tem contribuído para a elevação do nível do mar.

Por exemplo, no manto de gelo da Groenlândia existe uma variação sazonal, onde o gelo se recupera no inverno e recua no verão — quando o derretimento é maior que o depósito de neve, o manto diminui. No entanto, existem poucas pesquisas sobre esta dinâmica nas geleiras periféricas.

Continua após a publicidade

trabalho foi apresentado na revista Geophysical Research Letters.

Fonte: Geophysical Research Letters, Via Phys.org