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Aumento da temperatura global é o maior já observado nos últimos 24 mil anos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 12 de Novembro de 2021 às 11h55

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Gerd Altmann/Pixabay
Gerd Altmann/Pixabay

Não há dúvidas sobre o quanto a temperatura global tem aumentado ao longo das últimas décadas — e mais um estudo reforça as atividades humanas como um dos principais motores desta mudança. Uma nova pesquisa, liderada pela University of Arizona, analisou uma série de registros de temperaturas de climas passados e concluiu que o planeta está se aquecendo a um ritmo jamais visto nos últimos 24.000 anos.

Este é mais um estudo que não deixa dúvidas sobre o quanto as atividades humanas baseadas na queima de combustíveis fósseis empurram o clima da Terra para um aquecimento muito acima do normal. "Esta reconstrução sugere que as temperaturas atuais são sem precedentes em 24.000 anos”, explicou a paleoclimatologista Jessica Tierney, coautora do estudo. Além disso, ela destacou a velocidade do aquecimento global, que está mais rápida do que nunca.

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Conforme já apontado pelo mais recente Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU, publicado em agosto deste ano, a queima de combustíveis fósseis aqueceu o planeta a uma taxa jamais registrada nos últimos 2.000 anos. "O fato de estarmos hoje tão longe dos limites do que podemos considerar normal, é motivo de alarme", ressaltou o cientista climático Matthews Osman, principal autor do estudo.

Os pesquisadores analisaram 539 registros de paleoclima, cada um com aproximadamente 4.000 anos que abrangem os últimos 24.000 anos — quando ocorreu o ponto máximo da última era glacial, conhecido como Último Máximo Glacial, e a maior parte do hemisfério Norte era coberto por uma camada de gelo. A partir das assinaturas geoquímicas dos sedimentos coletados ao redor do mundo, as temperaturas históricas foram estimadas.

Então, estes novos dados serviram para atualizar modelos de simulações climáticas, que, embora cada vez mais sofisticados, ainda precisam ser alimentados por novas informações. A partir do gráfico, é possível observar os aumentos repentinos nas temperaturas dos últimos 150 anos em relação ao aquecimento gradual anterior. Isto significa, segundo os autores, que o aquecimento moderno é “extraordinário” se comparado aos últimos 10.000 anos.

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A análise dos sedimentos também permitiu mapear as mudanças na temperatura em intervalos de 200 anos, à medida que as camadas de gelo diminuíram e os gases de efeito estufa aumentaram. "Com eles, é possível para qualquer um explorar como as temperaturas mudaram na Terra, em um nível muito pessoal", acrescentou Osman. Vale destacar que o estudo foi realizado com apenas um modelo climático, sendo que dados terrestres não foram incluídos na modelagem.

Mesmo assim, o estudo segue em conformidade com as projeções anteriores, que revelam o mesmo aquecimento global acelerado e inédito. Agora a equipe pretende aplicar esta abordagem em climas ainda mais antigos. "Por esses tempos serem essencialmente janelas para o nosso futuro, à medida que as emissões de gases do efeito estufa aumentam", ressaltou Tierney.

A pesquisa foi publicada em agosto deste ano, na revista Nature.

Fonte: ScienceAlert, University of Arizona