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Criosfera: o gelo que cobre a Terra cumpre um papel vital no sistema terrestre

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Abril de 2021 às 17h20

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NASA/Jeremy Harbeck
NASA/Jeremy Harbeck
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A superfície da Terra é o resultado de inúmeras interações que ocorrem através de processos químicos, físicos e biológicos, onde a terra, a água, o ar e os seres vivos que nela habitam constituem o que chamamos de superfície terrestre. Entre os agentes protagonistas desse sistema, temos a criosfera, que é, basicamente, toda a água congelada do planeta, encontrada em lugares como o Alasca, a neve nos picos do Himalaia e as regiões polares. Ao longo dos últimos anos, a NASA tem estudado com grande empenho a importância desta camada de gelo para o planeta.

Hoje sabemos que o gelo presente na superfície da Terra é responsável por controlar o clima global. Graças às grandes áreas de gelo branco e brilhante, parte da radiação do Sol volta para o espaço. Através das missões realizadas com o recém-desativado satélite Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE) e seu sucessor GRACE Follow-On, cientistas foram capazes de observar e estudar as mudanças de massa do manto de gelo ao longo das últimas décadas, assim como as variações gravitacionais do planeta diretamente relacionadas com as mudanças da superfície.

Entre 2009 e 2019, o chamado Operação IceBridge, com mais de mil voos realizados, mapeou o Ártico, a Antártica e o Alasca e coletou dados como a altitude, profundidade, espessura e fluxo do gelo marinho, das geleiras e dos mantos de gelo. Embora oficialmente encerrada em 2021, a operação gerou centenas de terabytes de dados da terra e do gelo marinho que ainda renderão muitos novos estudos. Todas essas informações também preenchem as lacunas deixadas pelos altímetros de laser espaciais da NASA, construídos exclusivamente para estudarem a criosfera — a elevação de gelo, nuvem e terra —, chamados ICESat e ICESat-2.

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A partir destes dados, cientistas conseguiram observar grandes perdas de gelo na Groenlândia e na Antártica no ano passado. Entre 2003 e 2019, a Groenlândia perdeu, em média, 200 gigatoneladas de gelo, enquanto a Antártica perdeu uma média de 118 gigatoneladas. E, claro, toda essa perda refletiu diretamente no nível dos mares, o qual subiu cerca de 14 milímetros em média. Os pesquisadores também concluíram que as camadas de geleiras costeiras da Groenlândia se tornaram mais finas.

A missão Oceans Melting Greenland, da NASA, procura entender como o aquecimento dos oceanos afeta as geleiras costeiras. Em 2020, cientistas concluíram que a água mais aquecida do oceano é responsável por acelerar o derretimento das bases das geleiras, provocando o desprendimento de grandes blocos de gelo lançados ao mar. Este rápido derretimento também afeta diretamente a dinâmica das correntes oceânicas — fundamentais para o equilíbrio da temperatura global —, como é o caso da corrente chamada de Giro Beaufort. Através de 12 anos de dados, cientistas concluíram que o Giro recebeu uma grande quantidade de água doce fria.

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O gelo presente em regiões montanhosas também é estudado — embora a maior parte do gelo do planeta esteja localizado nos polos —, sendo que lugares como Sierra Nevada, na Califórnia, têm seu sistema hídrico alimentado ao longo dos meses (inclusive os mais quentes) por essa camada de gelo no alto das montanhas. Em outro empreendimento de pesquisas da NASA, a equipe da High Mountain Ásia procura estudar a vulnerabilidade de inundações, deslizamentos de terra e outros tipos de desastres naturais relacionados com as mudanças climáticas.

De qualquer maneira, todos esses dados sobre a criosfera, ao longo de todos esses anos, revelam a grande importância dessa peça congelada no sistema terrestre. Através dessas pesquisas, novos estudos podem prever os efeitos da mudança climática e tentar diminuir os riscos e desastres em potenciais.

Fonte: NASA