Guaíba tem ondas maiores que Copacabana e dificulta resgates no RS
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Moradores de Porto Alegre tiveram que enfrentar outro perigo em meio às enchentes e danos causados pela água torrencial que aflige o estado — ondas no Lago Guaíba, que banha a capital, na última terça-feira (14), chegando a até 1,5 metro de altura — maior que as ondas da praia de Copacabana, que chegam a 0,8 metro nesta semana. O fenômeno é causado pelo vento sul, também responsável pela chegada do frio, deixando a cidade em 11 ºC pela manhã.
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O evento levou a Brigada Militar a retirar cerca de 30 pessoas do bairro de Lami, no sul do município, embora não tenha sido necessária uma evacuação de todo o distrito — apenas alguns moradores de residências já alagadas e comprometidas. Isso foi feito ainda na noite de segunda-feira (13).
Cheia do Guaíba e as ondas
O Lago Guaíba, alimentado pelo delta do rio Jacuí, ainda apresenta nível de água de 5,21 metros, segundo medição atualizada — dois metros acima da cota de inundação de Porto Alegre. A Defesa Civil do RS, em conjunto com cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que o nível ainda chegue a 5,5 metros, batendo o recorde da enchente da semana anterior.
Em um esforço para remediar a situação, a prefeitura da capital gaúcha instalou barricadas de areia na Usina do Gasômetro, medida de improviso para impedir que as casas de bombas tanto da avenida Duque de Caxias quanto do próprio gasômetro sejam impactadas pelas ondas da enchente.
Segundo informações da Defesa Civil do estado, já há 147 mortes confirmadas por conta das enchentes, além de 125 desaparecidos e 806 feridos. Mais de 2,1 milhões de pessoas já foram impactadas de alguma maneira pelas chuvas extremas, com mais de 538 mil desalojados e mais de 76 mil habitantes alocados em abrigos. Cerca de 450 municípios foram afetados.
Fonte: ANA, Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Waves