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Enchentes no RS | Escoamento do Guaíba é atrasado pela Lagoa dos Patos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Maio de 2024 às 20h50

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NASA/Domínio Público
NASA/Domínio Público

No Rio Grande do Sul, o lago Guaíba está escoando para o mar através da Lagoa dos Patos, tendo diminuído até ficar abaixo dos cinco metros na região metropolitana de Porto Alegre na última quinta-feira (9), algo inédito desde o último sábado (4). Embora seja uma boa notícia para os porto-alegrenses e habitantes das cidades no entorno, é uma má notícia para as cidades às margens da lagoa.

Em Pelotas, que fica a 220 km da capital do estado, a prefeitura emitiu um alerta avisando que a água da Lagoa dos Patos atingiu os 2,14 metros — no município, há 505 moradores em abrigos públicos. Na cidade costeira de Rio Grande, as ruas da região central foram tomadas pela água da lagoa, que está um metro acima do nível normal. No local, há 1.516 pessoas em abrigos e 333 animais foram resgatados.

Já em São José do Norte, na outra margem da lagoa em relação a Rio Grande, recomendou-se a evacuação dos moradores da margem pela prefeitura, sob risco de enchentes. No município, o nível da água subiu 1,14 metros acima do normal, deixando 102 pessoas em abrigos, bem como 65 animais domésticos.

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Em São Lourenço do Sul, a lagoa chegou a 2,4 metros, e, segundo estimativa da Sala de Situação de Emergência do RS, pode ultrapassar os três metros até o final da semana.

Escoamento da Lagoa dos Patos para o mar

Segundo a MetSul Meteorologia, o volume de água descendo os 300 km entre o Guaíba e a parte sul da Lagoa dos Patos é colossal, já que todos os rios que deságuam no corpo d’água tiveram enchente recorde.

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São cinco rios que formam o Delta do Jacuí, desaguando no lago Guaíba. normalmente, eles descem até a planície de Porto Alegre, a poucos metros acima do nível do mar, com força suficiente para levar a água até o mar. Com a cota de inundação estourada, a lagoa não escoa o suficiente, no entanto. Tecnicamente, aliás, a Lagoa dos Patos é uma laguna, já que se conecta com o mar e tem água salgada.

As prefeituras da região, como a de Pelotas, emitiram alertas por conta da expectativa de aumento do nível da Lagoa dos Patos e da Lagoa Mirim, mais ao sul — na pior das hipóteses, ambos os corpos de água podem acabar se unindo e formando uma lagoa só, no caso de inundação na região do canal São Gonçalo.

O escoamento da água para o mar, através da Lagoa dos Patos, está sendo dificultada pela mudança de direção dos ventos na última quinta-feira (9), fatores importantes para vazão ou retenção. Ventos indo no sentido sul e sudeste represam a água, piorando as enchentes e elevando o nível da lagoa, mas, quando estão na direção norte ou nordeste, aceleram o fluxo da água.

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Além disso, o aumento no nível das marés, no Oceano Atlântico, impede que a água escoe a partir da lagoa — a pressão das ondas e do vento causou marés de tempestade, impedindo que o excesso chegue ao mar.

A saída da laguna para o mar também é estreita, tendo apenas 1,4 km, seguido do molhe — estrutura que impede ondas pesadas de chegarem aos navios —, que se estende por 4 km e termina em uma saída de 600 metros. A água, assim, fica mais tempo presa na Lagoa dos Patos, demorando para baixar.

Fonte: Prefeitura de Pelotas (Twitter), MetSul (1) e (2)