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Qual é a diferença entre enchente, inundação e alagamento?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Janeiro de 2023 às 18h00

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Envato/twenty20photos
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As fortes chuvas do verão costumam causar preocupação nas regiões metropolitanas brasileiras por conta das graves consequências que elas podem ter. Chuvas intensas estão relacionadas às enchentes, inundações e alagamentos, que causam prejuízos e até mesmo ameaçam a vida das pessoas.

Esses três fenômenos, porém, não são sinônimos: há uma diferença sutil entre eles. Resumindo bastante, a enchente e a inundação são partes do ciclo de um rio e só representam risco se a área que naturalmente abrange foi ocupada pelos humanos, enquanto os alagamentos são acúmulos artificiais de água, não estando relacionados com corpos d’água naturais.

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Nesta matéria, você entende melhor os conceitos de enchente, inundação e alagamento, bem como o que está fazendo as ocorrências desses desastres aumentarem nos últimos anos.

O que é enchente?

Todo rio possui três áreas que naturalmente pode ocupar, entre as quais ele varia com o tempo.

As duas primeiras são o seu leito menor e o leito maior. O leito menor representa o volume de um rio em épocas de estiagem — as temporadas de seca. Já o leito maior é atingido em épocas de chuva, especialmente em precipitações fortes e constantes.

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Durante uma enchente, a água do rio atinge sua cota máxima de altura, porém não há transbordamento. Mas isso não significa que enchentes não possam causar danos às pessoas: especialmente em cidades altamente urbanizadas, o leito maior dos rios pode estar ocupado por ruas, avenidas e residências.

O que é inundação?

A terceira área que um rio ocupa naturalmente é a sua planície de inundação, também chamada de várzea. Isso acontece quando, por conta de chuvas mais intensas, a água transborda inclusive do leito maior que o rio ocupa.

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Em regiões planas e com alta incidência de chuvas, a área correspondente à várzea de um rio pode ser enorme. No caso do Rio Amazonas — que além de ser o maior do mundo, passa por uma região extremamente plana —, a várzea pode chegar a 200 quilômetros de largura.

No caso de cidades como São Paulo, as planícies de inundação não são tão grandes, mas outro problema pode acontecer: a retificação dos rios e córregos faz com que o volume que ocuparia essa área seja limitado a um canal menor, enquanto a planície é ocupada por casas e prédios.

O que é alagamento?

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Os alagamentos, por sua vez, não estão relacionados com rios. Eles são acúmulos momentâneos de águas, causados artificialmente em ruas cuja drenagem não é capaz de suportar o volume de água de um evento intenso de chuva.

O que causa alagamentos?

As principais causas dos alagamentos são a alta impermeabilização do solo, que impede a infiltração da água da chuva; um sistema de drenagem urbana ineficiente; e o descarte irregular de lixo nas ruas, que pode obstruir esses sistemas de escoamento de água.

A intensificação das chuvas, inundações e alagamentos

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É de grande importância ambiental conservar os rios e a vegetação em suas margens. A legislação brasileira proíbe a construção de 30 a 500 metros nas margens dos rios, a depender de sua largura. Porém, o contexto histórico da urbanização brasileira fez com que muitas destas áreas fossem ocupadas de forma irregular.

Além de essa ocupação estar consolidada, as chuvas intensas, inundações e alagamentos vêm aumentando significativamente nos últimos anos. Esse aumento está relacionado com as mudanças climáticas que afetam a Terra e exige esforços em grande escala, como a redução de emissões de poluentes no ar, para ser revertido.