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Fóssil de mosquito mais antigo do mundo é encontrado em âmbar

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Dezembro de 2023 às 19h16

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Azar et al./Cretaceous Research
Azar et al./Cretaceous Research

Paleontólogos encontraram o fóssil de mosquito mais antigo do mundo no Líbano, um sugador de sangue preservado em âmbar do início do período Cretáceo, com 125 milhões de anos. Além de mostrar que a espécie existe há mais tempo do que a ciência acreditava, o achado também mostra algumas das adaptações pelas quais esses insetos passaram para passar a se alimentar do sangue de animais vertebrados.

Os pesquisadores acreditam que a hematofagia (consumo de sangue) nos insetos é uma mudança alimentar adaptada a partir do consumo de fluidos de plantas, com o órgão responsável servindo para ambos os propósitos. Isso é conhecido como exaptação, ou seja, o uso de uma parte do corpo ou função que já existia para um novo comportamento ou uso.

A evolução dos mosquitos

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A família dos mosquitosCulicidae — contém cerca de 3.600 espécies de insetos voadores. Todas as espécies vivas, e provavelmente também as extintas, possuem fêmeas hematófagas e nectarívoras, enquanto sua família irmã — Chaoboridae, da qual fazem parte os mosquitos-fantasmas — se alimenta apenas de néctar.

Isso sugere, evolutivamente, que uma mudança da dieta exclusivamente nectarívora para a hematofagia parcial deve ter ocorrido. A ciência ainda não sabe se os primeiros mosquitos existentes se alimentavam de sangue desde o início. O inseto fossilizado encontrado no Líbano era um macho com boca perfurante, mandíbulas afiadas e hematofagia praticamente certa. Ele foi descrito como uma nova espécie, Libanoculex intermedius, e ganhou até mesmo sua própria subfamília, Libanoculicinae.

Segundo os paleontólogos responsáveis pelo achado, o âmbar libanês é o mais antigo com inclusões biológicas intensas, ou seja, o que trouxe mais criaturas preservadas em sua mineralização. O material é muito importante, já que se formou na mesma época em que as plantas com flores começaram a se diversificar, trazendo consigo a co-evolução dos insetos polinizadores.

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Pela datação das moléculas da família dos mosquitos, a suspeita era de que eles teriam surgido no Jurássico, mas o fóssil mais antigo até agora era de meados do período Cretáceo. O novo fóssil é, no entanto, do início do Cretáceo, cerca de 30 milhões de anos mais antigo do que o recorde anterior.

As análises nos restos sugerem que os mosquitos machos também se alimentavam de sangue no passado, e ajudam a estreitar as possibilidades acerca de quando os mosquitos-fantasmas se diferenciaram de seus parentes. Além de estudar a utilidade da hematofagia para os machos de mosquito no Cretáceo, os cientistas também estão curiosos para saber porque isso se perdeu.

Fonte: Current Biology