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Descoberta nova espécie de inseto preservado em âmbar de 35 milhões de anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Outubro de 2022 às 19h19

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Godunko et al./Scientific Reports
Godunko et al./Scientific Reports

Uma equipe internacional de cientistas localizou e descreveu um novo gênero de inseto preservado em âmbar: é o Calliarcys antiquus, pertencendo à ordem Ephemeroptera, criaturas aquáticas conhecidas como efeméridas. O fragment, proveniente da região báltica e tendo entre 35 milhões e 47 milhões de anos, foi analisado através de microtomografias.

As árvores coníferas e algumas leguminosas se protegem secretando uma resina espessa e grudenta quando seu córtex sofre danos. Insetos presos nela acabam preservados quando ela se solidifica, virando fósseis enclausurados por milhões de anos. Depósitos de âmbar podem ser encontrados em vários lugares do mundo, como no norte da Espanha, mas são especialmente abundantes no Báltico.

A boa conservação dos insetos e a transparência do âmbar ajudam no seu estudo, até mesmo em grande detalhe, via microscópio. Algumas áreas opacas, no entanto, podem atrapalhar análises profundas. Nesse caso, microtomografias por raios-X costumam ajudar na visualização dos fósseis.

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Colaboração internacional

Arnold Staniczek, especialista nas efeméridas que encontrou o espécime, notou a transparência completa do âmbar de milhões de anos, mas o inseto em seu interior tinha áreas hialinas — vitrais, translúcidas — ao redor de certas partes do corpo essenciais para a identificação da espécie, como a parte inferior do abdômen, onde a genitália dos machos fica localizada.

Como isso impedia a identificação, o cientista teve de chamar um especialista em microtomografias: Javier Alba-Tercedor, da Universidade de Granada. A microtomografia consegue gerar imagens 3D através de raios-X, assim como é feito na medicina, mas em escalas menores e com uma resolução muito maior.

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A tomografia comum é medida em milímetros, mas a microtomografia permite resoluções de até 0,5 micrômetros. O método também é simples e rápido de se coletar: um escaneamento basta para gerar diversas imagens radiográficas, que então podem ser usadas para gerar imagens em 3D de alta resolução mostrando toda a estrutura interna da amostra, inclusive as fossilizadas.

O inseto pôde, assim, ser reconstruído completamente, o que permitiu sua identificação e descrição. Esse espécime é do gênero Calliarcys, o primeiro a ser formalmente descrito, uma espécie encontrada na Península Ibérica. Em seguida, ele foi comparado com espécies ainda existentes do gênero, o que permitiu determinar a posição do animal na árvore evolutiva.

Os cientistas notam que o trabalho requereu a colaboração de 5 cientistas em centros de pesquisa de 4 países, utilizando as técnicas mais sofisticadas de análise. Assim é a ciência: um trabalho colaborativo, muitas vezes internacional, que requer profissionais no topo de suas áreas para avançar nos conhecimentos sobre o mundo natural.

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Fonte: Scientific Reports