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Barata pré-histórica preservada em âmbar tinha olhos grandes e hábitos diurnos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Fevereiro de 2022 às 17h20

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Erik_Karits/Pixabay
Erik_Karits/Pixabay

As baratas modernas, que aparecem em todos os lugares, são insetos noturnos e que evitam aparecer durante o dia. As baratas de antigamente, no entanto, eram o oposto, de acordo com estudo de um fóssil da criatura encontrado em âmbar.

O inseto em questão viveu no período Cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos, e é conhecido na comunidade científica como Huablattula hui. Essa é a primeira vez que a barata é vista de forma detalhada, principalmente na região dos olhos.

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Ryo Taniguchi, pesquisador do departamento de história natural da Universidade Hokkaido, no Japão, conta que a espécie de barata está muito bem preservada, apresentando diversas características morfológicas em detalhes.

Características

Animais usam seus órgãos sensoriais para circular em seus habitats à procura de comida e evitando o ataque de predadores. Essa característica é adaptada a estilos de vida específicos, facilitando os estudos dessas criaturas por pesquisadores.

No caso de animais extintos, no entanto, a situação é diferente, principalmente com insetos, que contam com detalhes muito delicados. Seus olhos, antenas, ouvidos e língua não são bem fossilizados em sedimentos. Então, insetos preservados em âmbar são cruciais para estudos mais precisos.

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Como a Huablattula hui estava presa em âmbar, foi possível entender melhor sobre a espécie. Taniguchi e seus colegas de equipe usaram diversas técnicas de estudo, como fotografia e micro-CT, essas para analisar os órgãos sensoriais.

Para estudar os olhos, foi usada a técnica de microscopia e fotografia, e para as antenas foi feita uma técnica chamada corte fino, que consiste em fazer minúsculas fatias do âmbar, com apenas 200 micrômetros de largura. Essa medida é um pouco mais larga do que um fio de cabelo humano.

Olhar diurno

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Ao contrário das baratas conhecidas atualmente, a barata do passado tinha os olhos muito bem desenvolvidos, mas menos sensibilidade nos sensores das antenas. "Essas linhas de evidências morfológicas em órgãos sensoriais indicam que essa espécie dependia do sistema visual em seu comportamento, como procurar por comida e encontrar predadores", explica Taniguchi.

Com base em suas características, portanto, os cientistas acreditam que a espécie era mais parecida com o louva-a-deus moderno, um parente da barata que é mais ativo durante o dia.

Os estudos sugerem ainda que as baratas eram mais diversas no passado do que hoje, pois a maioria das espécies atuais estão adaptadas a viver na escuridão. Já a barata do Cretáceo representa uma linhagem que pode ter sido extinta pela competição com outros insetos.

Fonte: LiveScience