Fóssil de nova família de inseto de 100 milhões de anos tinha visão em 360º
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Fóssil de inseto preservado em âmbar de 100 milhões de anos é tão diferente que precisou de uma nova família taxonômica extinta: é um curioso animal com visão de 360º que utilizava resina para capturar suas presas. Publicado na revista científica BioOne Complete, o achado foi feito por cientistas da Oregon State University, nos Estados Unidos.
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O nome científico da nova criatura é Palaeotanyrhina exophthalma, da ordem Hemiptera, considerada a dos "insetos verdadeiros". O âmbar contendo o animal veio de Myanmar, na Ásia. Segundo os cientistas, o pequeno predador utilizava os olhos saltados para buscar outros insetos, suas presas principais.
Insetos e seu novo membro
A ordem à qual o inseto pertence inclui mais de 80.000 espécies, variando de 1 mm a 15 cm de comprimento, todos com algum arranjo de sucção nas bocas. Em grego, Hemiptera significa "meio alado". O P. exophthalma tem um comprimento de apenas 5 mm, e característica parecidas com as da superfamília Reduvoidea, da qual os barbeiros são os principais expoentes.
O que diferencia o novo inseto é seu lábio inferior longo e pronunciado, o formato da cabeça e as veias das asas dianteiras, que impedem sua inclusão na família Reduvoidea. Seu nome faz referência a essas características: Do grego, "palaios" significa velho, "tanyo" é alongado e "rhinos" é bico, em referência à cabeça do animal.
Já "exhophthalma" significa olhos protuberantes, dada a incrível capacidade do inseto de ver o ambiente ao seu redor em 360º. Segundo o próprio cientista que liderou o projeto, George Poinar Jr., o bicho lembra 1984, o livro de George Orwell onde pessoas são vigiadas constantemente, e sua frase mais famosa: "O grande irmão está sempre vigiando".
Outra característica única do animal é a bainha estendida no segmento final do tarso frontal, ou seja, na frente das patas. Essa seção do animal estava cheia de uma substância resinosa, um líquido grudento produzido pelas glândulas dermais que ajudava o bicho a prender presas em potencial. Participaram da pesquisa também cientistas húngaros e americanos, como Pétér Kóbor, de Budapeste, e Alex E. Brown, dos EUA.
Fonte: BioOne