Alexa vai virar chatbot com IA após grande atualização
Por Felipe Demartini • Editado por Douglas Ciriaco |
A assistente de voz Alexa ganhará novas habilidades e capacidades a partir de uma grande atualização que será liberada pela Amazon no ano que vem. A ideia é aproximar a tecnologia dos chatbots do mercado atual, aos moldes do ChatGPT e Google Bard, para que a robô entenda melhor o contexto das conversas, dê respostas melhores aos usuários e esteja conectada com mais dispositivos e sistemas.
- Qual é o melhor assistente digital para sua casa inteligente?
- Alexa | 280 comandos de voz que você precisa conhecer
Os novos recursos entram em fase de testes em 2024, tanto para quem já possui dispositivos da linha Echo quanto para novos aparelhos comercializados pela Amazon. A empresa diz estar trabalhando em um modelo de linguagem focado especificamente na voz, com pesquisas voltadas para a forma como os usuários interagem com os dispositivos e a busca por informação em tempo real.
As novas capacidades de conversa da Alexa foram demonstradas nesta quarta-feira (20), em um evento da Amazon voltado a seus dispositivos. A principal diferença demonstrada no palco apareceu na forma como a assistente de voz interage com o usuário, sendo capaz de entender o andamento de uma conversa e não exigindo mais tantas repetições de comandos ou pedidos individuais para que as ações aconteçam.
Na demonstração exibida no evento da Amazon, a Alexa foi capaz de reconhecer quando o diretor de produtos e serviços da Amazon, Dave Limp, interrompia a fala com ela para se voltar à plateia. Ao retornar ao papo, não foi preciso chamar a atenção da assistente, enquanto a conversa continuou sem que fosse necessário introduzir o assunto novamente.
A tecnologia também deve ser capaz de compreender frases com mais facilidade, entendendo quando o usuário fizer uma correção no meio do caminho ou desejar adicionar um elemento a uma conversa em andamento. Nos dispositivos Echo com tela e reconhecimento facial, bastará encarar o equipamento para que a Alexa entenda que é hora de conversar, enquanto o tom da fala deve se tornar menos robótico e mais natural de acordo com o teor do assunto.
Atualização marca mudança de foco da Amazon
Entre as mudanças de rota que estão sendo trabalhadas pela gigante, está uma nova visão sobre o futuro de sua assistente de voz. Por mais que ela seja baseada em som, Limp explica que sua otimização sempre foi focada para as telas; enquanto aparelhos da linha Echo representavam a principal forma de interagir com a Alexa, seu desenvolvimento era mais voltado para displays e celulares do que para microfones e alto-falantes.
Isso muda agora, afirma o executivo, com a introdução da IA generativa e um novo modelo de machine learning sendo o principal passo na adição de funcionalidades à tecnologia. Segundo a Amazon, são cinco os pilares dessa nova Alexa: as conversas, as aplicações reais, personalização, personalidade para a própria assistente e confiabilidade, principalmente em relação à privacidade.
Foi preciso, por exemplo, garantir que os equipamentos escutassem somente quando acionados, mas garantir que eles também se comportem de forma mais natural e objetiva. Ao mesmo tempo, a Amazon trabalha mais do que nunca ao lado de fornecedores e parceiros de desenvolvimento, com a conexão a APIs e skills preenchendo lacunas e ampliando as possibilidades de interação e automação disponíveis para os equipamentos.
Os usuários dos Estados Unidos serão os primeiros a receberem a versão prévia da nova Alexa, que ainda não tem data exata para ser liberada. A disponibilização em outros territórios, principalmente em idiomas além do inglês, não tem data prevista para acontecer.