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Intel destaca integração das linhas Core e Arc para gamers e profissionais

Por| Editado por Wallace Moté | 10 de Outubro de 2022 às 16h40

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Como é costume para esse período do ano, os últimos dois meses foram intensos para o mundo da tecnologia, que presenciou o lançamento de inúmeras novidades para smartphones, notebooks, desktops e outros dispositivos. A Intel esteve entre as companhias a apresentar novos produtos, sendo a ampla disponibilidade da família Arc, primeiras placas de vídeo dedicadas para games da marca, um dos principais anúncios.

Marcando presença na BGS 2022, a gigante de Santa Clara deu destaque à família Arc e o apelo das placas para streamers e profissionais, além de algumas iniciativas que desenvolve no Brasil, como o projeto Recicla PC.

O Canaltech conversou com o diretor de marketing da Intel Brasil, Carlos Augusto Buarque de Almeida, o "Guto", para saber um pouco mais sobre a linha Arc, os benefícios do "casamento" entre processadores e GPUs Intel, além do Recicla PC e os impactos positivos que a plataforma traz ao meio ambiente.

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Intel Arc Limited Edition pode chegar ao Brasil

Limitada por muito tempo a oferecer chips gráficos integrados nas CPUs, as chamadas iGPUs (integrated GPU), a Intel buscou durante anos, sem muito sucesso, estrear no mercado de GPUs com projetos ambiciosos como a placa de codinome Larrabee. O desejo da gigante ganhou forças após o reestabelecimento de uma divisão de gráficos dedicados reformulada, e o desenvolvimento do que hoje veio a se tornar a família Intel Arc.

Baseada na microarquitetura Xe-HPG, a linha estreou prometendo ser uma opção extremamente competitiva pelo custo-benefício, equipada com recursos até então inéditos na indústria, como a possibilidade de codificar vídeos utilizando o codec AV1, ainda que encare desafios quanto à estabilidade dos drivers, à compatibilidade com games antigos e às instabilidades de produção.

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O primeiro modelo a chegar às lojas foi a solução de entrada Intel Arc A380, em junho, sucedida agora em outubro pelas topos de linha Arc A750 e A770. Conforme Guto explica, enquanto a GPU mais básica já está amplamente disponível no Brasil em variante customizada da ASRock, as placas mais avançadas devem demorar um pouco para chegar ao mercado brasileiro em virtude da demanda de múltiplos países. A boa notícia é que há uma probabilidade de vermos a linha Limited Edition por aqui.

[...] a gente ainda não tem confirmação se a gente vai conseguir trazer ou não pro Brasil, porque é um volume limitado. A gente obviamente trabalha com os parceiros, com os fabricantes que têm uma escala maior, têm o volume maior. [...] Mas a gente está avaliando sim trazer a Limited Edition, ou a A750 ou a A770, mas a gente ainda não tem confirmação, sendo bem transparente [...] — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil

Projetadas pela própria Intel, a série Limited Edition possui um visual sóbrio com iluminação RGB relativamente suave que chama atenção em comparação a outras soluções, e tem opção garantida de 16 GB de VRAM para a A770. Independente de vermos esses "modelos de referência" no mercado nacional, podemos esperar que outras parceiras, como a própria ASRock, tragam a linha em variantes customizadas para cá, mesmo que não haja um prazo preciso no momento.

[...] a gente ainda não tem um prazo, [...] e a gente depende muito dos parceiros, dos fabricantes. Então a gente sabe que tem alguns fabricantes já avaliando e começando a ofertar pro mercado brasileiro, mas eu não sei qual que é o timing deles [...] porque como é um lançamento, acaba tendo demanda, a gente acaba competindo com outros países, né? [...] Mas a gente tá brigando pra trazer o quanto antes aqui pro país. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil
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Os benefícios do combo Intel Core com Arc

Uma das características mais destacadas pela Intel durante o anúncio da linha Arc foi a integração entre as GPUs dedicadas e os processadores da linha Intel Core, em especial pela presença das GPUs integradas Iris Xe. A tecnologia que estabelece essa comunicação é chamada pela empresa de Deep Link, resultando em uma otimização de desempenho em tarefas que incluem streaming e codificação de vídeos graças ao trabalho conjunto dos componentes.

Perguntado sobre esses benefícios, Guto destaca o trabalho conjunto da GPU dedicada com a integrada, bem como o "casamento" das linhas Core de 12ª e 13ª gerações junto à Arc, que também gera benefícios pela adoção dos núcleos de alta eficiência, os E-Cores, capazes de acelerar as mais variadas cargas de trabalho aproveitando o hardware disponível ao máximo.

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[...] um dos pontos que a gente tem de diferencial é que a placa Arc, quando você tem um processador gráfico Iris Xe, você consegue fazer uma otimização. Então tem workloads que você consegue usar a própria placa integrada do processador para fazer processamento, e outros conteúdos vão ser processados, outras demandas reforçadas na placa de vídeo dedicada. Então, você consegue tirar o máximo proveito dessa arquitetura, que você tenha já uma placa de vídeo integrada e ela não vai ficar [...] parada. Ela também vai ser utilizada para determinados tipos de demanda e com isso fazer a otimização da aplicação pro consumidor. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil

Outro ponto interessante destacado pelo executivo é o real impacto dos E-Cores em games — mesmo que não haja ganhos diretos nos jogos, que tiram mais proveito dos núcleos de alto desempenho (os P-Cores), a presença desses E-Cores alivia o estresse sobre os P-Cores ao lidar com tarefas em segundo plano, de certa maneira aprimorando a performance dos títulos em execução.

[...] muitas vezes a gente fala "ah, o gamer não precisa tanto dos núcleos de eficiência". Isso é verdade, se ele estiver só jogando. Mas a gente sabe que o gamer muitas vezes ele está jogando, ele está streamando, ele está no Discord ao mesmo tempo, ou está ouvindo música ao mesmo tempo. E essas outras tarefas que estão rodando em paralelo vão tirar o benefício, vão tirar proveito dos núcleos de eficiência. [...] Isso também é um diferencial quando a gente pensa no mercado de notebooks. [...] A gente está vendo cada vez mais notebooks gamer, e aí você tira proveito dos núcleos de performance e eficiência, que fazem com que a bateria dure mais. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil

A ausência de NUCs no mercado brasileiro

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Um projeto curioso da Intel que já se estende por alguns anos é o NUC, ou Next Unit of Computing (Próxima Unidade de Computação, em tradução livre), mini PCs e notebooks experimentais de referência projetados pela companhia em torno de alguma geração da família Core. Essa iniciativa atende a 4 categorias, indo de máquinas ultracompactas a computadores modulares para entusiastas, e ganhou modelos muito peculiares com a 12ª geração Alder Lake.

Além do NUC 12 Enthusiast com GPU Intel Arc A770M, de codinome "Serpent Canyon", também chama atenção o NUC 12 Extreme "Dragon Canyon", que concentra o processador de desktop, memórias e outros componentes em uma placa PCIe, plugada em um extensor para se comunicar à placa de vídeo em um gabinete pouco menor que um PlayStation 5. Apesar das caracteristicas empolgantes, nenhum dos dois dispositivos está disponível no Brasil, e não devemos vê-los por aqui tão cedo.

Perguntado se poderíamos esperar pela estreia de algum desses aparelhos mais avançados da família no mercado nacional, o diretor de marketing da Intel indica que não, apesar de não descartar que fabricantes parceiras — como a Avell, que distribuiu dois dos NUCs mais robustos da 11ª geração — possam sim disponibilizar alguns dos designs por aqui.

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Essa linha [os NUCs] eu diria que ainda não [...], mas o que acaba acontecendo mais é dos parceiros lançarem produtos inspirados nessa linha, [...] e que acaba chegando no Brasil com volume mesmo, com a capacidade. [...] A gente já chegou a trabalhar com eles importados [os NUCs], mas devido ao mercado brasileiro eu acho que o volume acaba sendo maior quando tem fabricação local, do parceiro local. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil

Outro ponto que pode ajudar a justificar esse posicionamento da marca é a demanda do mercado brasileiro quando falamos desse tipo de dispositivo, mais voltada para a Internet das Coisas (IoT) e a Computação de Borda (Edge Computing) conforme observou a Intel com os últimos NUCs lançados por aqui.

[...] muita dessa demanda [dos NUCs] acabou entrando, por exemplo, em aplicações como a Internet das Coisas, ou de Computação na Ponta, de Edge Computing. Por exemplo, aplicação de painéis eletrônicos, vitrines digitais, que aí você coloca um computador, você tem todo o gerenciamento remoto, você tem toda a facilidade de gestão. Você tem um mini computador compacto que consome pouca energia e que entrega um desempenho legal [...]. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil

Projeto Recicla PC e o impacto ambiental

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Segundo a pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2021 realizada pela Green Eletron, agência especializada na logística reversa de eletrônicos (do consumidor de volta para a fabricante) criada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), o Brasil é o quinto maior gerador de lixo eletrônico no mundo. Do total de resíduos desse tipo gerados no país, tablets, notebooks e desktops figuram entre os dispositivos mais citados.

Visando atacar esse ponto e colaborar com as metas de sustentabilidade da Intel global, a Intel Brasil lançou no final de 2021 o projeto Recicla PC, em parceria com a Circular Brain, startup focada em soluções de logística reversa e a chamada economia circular, estabelecida na reciclagem e no reuso.

Através dessa iniciativa, usuários preocupados com o impacto ambiental do lixo eletrônico, ou que querem se desfazer de dispositivos antigos de maneira mais consciente, podem acessar o site da plataforma, fazer uma avaliação do equipamento em questão para ganhar desconto na compra de uma nova máquina. Após ter os dados totalmente apagados, o aparelho antigo poderá receber dois destinos: o descarte consciente, ou ainda um novo usuário, dependendo do estado em que estiver.

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Guto destaca a importância da Recicla PC para o cumprimento do RISE — o plano de sustentabilidade da Intel com metas previstas para serem atingidas até 2030 — e a oportunidade que a companhia enxergou na hora de criar a plataforma.

Pra Intel, essa é uma iniciativa muito importante, porque ela faz parte de um projeto que a gente chama RISE, são os pilares de sustentabilidade, responsabilidade social, de diversidade e inclusão da Intel, onde a gente tem metas claras pra 2030, pra atingir. [...] A gente viu essa oportunidade, a gente viu que outros mercados, como por exemplo o mercado de celular, vários players [as empresas] faziam isso, mas com o mercado de PC não tinha alguém estruturando e fazendo algo que fosse fácil para os parceiros entrarem, e aí a gente foi atrás de uma forma de fazer isso. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil

Questionado quanto ao retorno dos usuários e eventuais impactos positivos do projeto, o diretor de marketing revela que, apesar de pequena, a proposta teve feedback positivo, conseguindo atender principalmente usuários que querem evitar fraudes na revenda, ou que não possuem a fluência sobre o hardware e sobre o processo de passar o dispositivo adiante.

Esse projeto ainda está pequeno, em termos de volume, mas a gente tem todos os feedbacks das pessoas, existem várias pessoas falando "pô, é muito legal, eu tinha um computador aqui parado na gaveta de casa, se tornando cada vez mais obsoleto, e eu consegui trocar por um novo e ainda ter um reembolso de um valor legal". [...] É óbvio, algumas pessoas vão falar "ah, eu consigo vender o meu computador por um valor mais alto do que o que a gente tá tendo de reembolso", sim, é possível. [...] Mas a gente acaba facilitando muito para aquela pessoa que não tem essa fluência, que não conhece tanto de hardware [...]. — Carlos "Guto" Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil