GPU chinesa Biren BR100 promete superar Nvidia A100
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
A companhia chinesa Biren Technology anunciou nesta terça-feira (9) a família de GPUs para data centers Biren BR100, composta pelos chips BR100 e BR104. Fabricados com o processo de 7 nm da TSMC, e munidas de mais algumas tecnologias de ponta da fundição taiwanesa, os componentes prometem entregar enorme desempenho em tarefas de computação geral, superando até mesmo a poderosa A100 da Nvidia.
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Biren BR100 promete superar Nvidia A100
Mais avançada entre os lançamentos, a GPU BR100 utiliza uma microarquitetura proprietária, a BiLiren, e vem equipada com 77 bilhões de transistores, produzidos com a litografia N7 de 7 nm da TSMC, além de 300 MB de cache.
O componente utiliza o processo de fabricação CoWoS 2,5D da gigante taiwanesa, que basicamente possibilita a instalação de múltiplos chiplets em um substrato de silício com alta velocidade de comunicação entre eles.
A conexão entre esses chips é chamada pela Biren de BLink e contará com 8 pistas, que fornecem taxas de transferência de até 512 GB/s. Outros detalhes sobre quantidade de núcleos, frequências ou informações mais detalhadas sobre a arquitetura não foram divulgados, mas sabe-se que a novidade equipará o Bili 100, um módulo no formato OAM (pequeno módulo com heatsink próprio a ser encaixado em racks de servidores).
Nessa configuração, a BR100 será acompanhada de 64 GB de VRAM HBM2e, operando em uma interface de 4.096-bit para entregar largura de banda de até 2,3 TB/s, e utilizará o barramento PCIe 5.0, com 16 pistas ativadas e suporte ao protocolo CXL para expansão de memória e adição de outros periféricos. O conjunto teria consumo estabelecido em 550 W.
A companhia garante que o chip consegue entregar até 256 TFLOPs no processamento de dados em FP32, 512 TFLOPs em TF32+, 1.024 TFLOPs em BF16 e 2.048 TOPS em INT8. Diante disso, a BR100 seria significativamente mais potente em treinamento de IA com dados em INT8 que a A100, atual solução para data centers da Nvidia, capaz de fornecer "apenas" 1.248 TOPS, diferença de quase 64% a favor da GPU asiática.
Apesar disso, o lançamento chinês passa longe da próxima solução de data centers da Nvidia, a H100, que consegue entregar de 2x a 2,5x mais performance que a GPU da Biren. Curiosamente, ambas possuem uma contagem muito similar de transistores — o componente do time verde apresenta 80 bilhões de transistores, uma diferença de apenas 3 bilhões, mas é fabricado no processo customizado 4N de 4 nm da TSMC.
Ainda assim, a Biren BR100 não apenas atinge um marco impressionante considerando a diferença de expertise e de tecnologia utilizada entre a fabricante chinesa e a Nvidia, como ainda abre mais margem para que a China deixe de depender de hardware vendido por empresas do Ocidente, evitando que conflitos geopolíticos e consequentes sanções afetem o mercado local de tecnologia e desenvolvimento.
Biren BR104 é GPU mais simples em formato PCIe
Ainda durante o evento, a Biren anunciou a BR104, GPU mais simples que apresenta exatamente a metade das especificações da BR100 e será implementada em placas de 2 slots de espessura no formato PCIe — o mesmo utilizado por placas de vídeo gamer, por exemplo. Um ponto interessante a se destacar é que a BR104 será monolítica, ou seja, contará com um único chip.
Com isso em mente, é possível que o modelo seja uma versão escalonada da BR100 equipada com apenas um dos chiplets. A placa PCIe será chamada Bili 104, trazendo 32 GB de VRAM HBM2e, operando com interface de 2.048-bit para fornecer até 1,14 TB/s de largura de banda, barramento PCIe 5.0 com suporte ao protocolo CXL e consumo de 300 W.
O conjunto promete entregar até 128 TFLOPs no processamento de dados em FP32, 256 TFLOPs em TF32+, 512 TFLOPs em BF16 e 1.024 TOPS em INT8, sendo uma alternativa viável para a Nvidia A100 PCIe.
Por serem produtos destinados a data centers, a Biren não anunciou preços, mas revelou que servidores próprios munidos de múltiplos Bili 100 estrearão ainda no quarto trimestre deste, enquanto a Bili 104 está em testes internos com clientes e deve iniciar a etapa de produção em massa em breve.