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BGS 2023 | O amor dos brasileiros trouxe SEGA, Sonic e Yakuza ao país

Por| Editado por Durval Ramos | 16 de Outubro de 2023 às 18h00

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Divulgação/SEGA
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A piada que mais circulou nos corredores da Brasil Game Show deste ano é de que a feira mais parecia um retorno aos anos 1990. Sem PlayStation e Xbox, coube a Nintendo e SEGA capitanearem o rol das grandes novidades do mundo dos jogos, com títulos não lançados e muito hype dos visitantes. Takashi Iizuka, líder do Sonic Team e um dos principais nomes entre os produtores da empresa responsável pelo ouriço azul, era só sorrisos.

O espaço, com o qual os visitantes davam de cara assim que chegavam ao evento, também veio como uma resposta a um amor dos brasileiros que o designer sentiu em 2022, quando veio ao Brasil pela primeira vez. “A paixão que vimos no ano passado foi bem maior do que esperávamos. Quando retornamos ao Japão, já sabíamos que era preciso voltar e trazer os nossos novos títulos para serem experimentados pelos jogadores”, contou, em entrevista ao Canaltech.

No evento de 2022, esse calor sempre citado por convidados internacionais foi sentido em encontros com fãs e aparições no palco. Agora, Iizuka retornou com um dos maiores espaços da feira e também um raro caso, na história da BGS, de estande apenas com jogos ainda não lançados. O resultado foram filas constantes e enormes diante dos logos de SEGA e Atlus, além de alguns dos espaços instagramáveis mais interessantes do evento.

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Os sorrisos de Iizuka se refletiam do lado de fora. Sonic Superstars, um dos melhores títulos da feira, era o abre-alas para uma sequência que também trazia Persona 5 Tactica, Endless Dungeon, Persona 3 Reload, Infinite Wealth e The Man Who Erased His Name, dois títulos da velha franquia Yakuza, que agora atende por Like a Dragon. Tudo isso também serve de laboratório para as equipes de produção.

“Assistir às pessoas jogarem nossos títulos é uma experiência direta e gera feedbacks preciosos para as equipes”, completa o líder do Sonic Team. Um retorno necessário, principalmente, quando falamos de uma franquia das mais antigas do mundo dos games e que, nos últimos anos, têm adotado uma perspectiva 3D que acompanha a era moderna dos jogos, ao mesmo tempo em que garante que a tradição e o velho estilo do ouriço azul sejam mantidos vivos.

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O boss final de todo desenvolvedor de jogos

É essa composição que percebemos quando colocamos lado a lado os dois lançamentos mais recentes. Sonic Superstars, que chega neste 20 de outubro, é um retorno às origens, mas com um toque moderno e gráficos impressionantemente belos, enquanto o título anterior, Sonic Frontiers, é a novidade. Ainda que carregue trejeitos que vêm desde os idos do Dreamcast, para a SEGA e Iizuka, é o espaço de surpreender os fãs e inserir novos elementos que podem ou não se tornarem clássicos a ponto de retornarem no futuro.

“Tomamos muito cuidado a cada jogo novo. Precisamos ter certeza de que estamos trazendo uma experiência inédita, mas também aquilo que é esperado pelas pessoas”, explica o designer. Acima disso, ainda temos o desafio maior: fazer algo divertido e que seja bem-recebido pelos fãs, tanto os de longa data quanto aqueles que estão chegando agora; eles têm diferentes idades, experiências com a franquia e, principalmente, bagagens. Tudo isso precisa ser abraçado nos lançamentos.

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Nem sempre dá certo, como as críticas negativas iniciais a Frontiers mostraram. O contraste com Superstars também vai além do estilo e se encaixa aqui, com reviews elogiosos à visão de amor ao passado e aos elementos modernos adicionados. Para o líder do Sonic Team, são aprendizados que vão surgindo pelo caminho e levam a SEGA adiante, para mais e mais títulos do mascote, adição de novos elementos e preservação do que deu certo, além da melhoria no que não funcionou.

Mais do que o Dr. Eggman ou o mercado altamente competitivo, o maior inimigo de Iizuka é decepção. É ele que o líder e sua equipe desejam evitar a todo custo, principalmente quando falamos de uma marca com décadas de história e um personagem que ainda é símbolo global dos vídeo games.

A equipe do Sonic Team divide esse trabalho com a equipe de marketing, com a receita para o sucesso, na visão do designer, passando também por garantir que o público entenda os conceitos de um novo título. “Nosso objetivo é passar mensagens claras do que é possível esperar e garantir que o que desejamos fazer seja compreendido. Trair as expectativas dos fãs é a última coisa que queremos”, completa.

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Os clássicos são o futuro?

O retorno do estilo antigo de fazer as coisas, em Sonic Superstars, também acompanha um elemento mercadológico, com um público que vem aceitando a nostalgia muito bem. Títulos recentes como Streets of Rage 4, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge e até o 2D anterior da SEGA, Sonic Mania, mostram que a velha guarda ainda respira e que há interesse das novas gerações em conhecer os clássicos.

Para Iizuka, porém, lançar um título com esse caráter é uma responsabilidade a mais, afinal de contas, não dá para viver apenas de passado. “O centro da jogabilidade pode ser retrô e podemos pegar tudo o que as pessoas amam [dos games antigos]. Mas ao colocarmos tudo isso em um novo game, precisamos adicionar elementos que apoiam a experiência clássica”, conta o designer.

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Em Sonic Superstars, um dos principais elementos dessa renovação é o multiplayer. Com até quatro jogadores podendo compartilhar a jogatina usando os personagens clássicos da turma do ouriço, vieram também elementos de competitividade e uma nova forma de explorar os cenários.

Eu tive que perguntar: há alguma chance de vermos outras franquias em que Iizuka trabalhou durante sua carreira, como Nights ou Golden Axe, retornando nesse formato que mistura passado e presente? “Neste momento, meu comprometimento é como diretor criativo de tudo o que envolve Sonic”, explicou o designer, apontando que suas atribuições envolvem os games, mas também desenhos animados, filmes e demais mídias.

Nights é uma franquia muito próxima do meu coração, pois fui um dos membros de seu time original de desenvolvimento. Caso existissem dois de mim e a oportunidade surgisse, eu poderia retornar”, finalizou, com um sorriso maior do que Iizuka tinha estampado ao me receber para a entrevista. Resta torcer.