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Review TMNT: Shredder's Revenge | A celebração de um clássico

Por| Editado por Bruna Penilhas | 17 de Junho de 2022 às 16h15

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Review TMNT: Shredder's Revenge | A celebração de um clássico
Review TMNT: Shredder's Revenge | A celebração de um clássico

Tartarugas Ninja é um produto que, surpreendentemente, sobreviveu bem além do seu tempo nos anos 80. Com animações, filmes live-action e uma série de jogos, é incrível pensar que tudo saiu de um quadrinho feito para zoar com a origem do Demolidor e dos X-Men. Nos jogos, Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in Time, da Konami, continua como uma grande referência na cabeça dos fãs.

Agora, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge chega usando essa nostalgia dos jogos de pancadaria das Tartarugas para oferecer um grato retorno aos clássicos games beat 'em up. No preview do título, falamos sobre como a mão pesada na nostalgia pode ser uma faca de dois gumes, apesar do game corresponder às expectativas na hora de entregar uma diversão descompromissada. Agora com o jogo completo, é possível afirmar que, sim, Shredder's Revenge consegue prestar suas homenagens sem soar desnecessário ou raso.

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Ao entrar na versão final de Shredder’s Revenge, o jogo consegue ser bem mais divertido do que aparenta ser, apesar de nem tudo ser perfeito. A Tribute Games acerta ao trazer o estilo bem próximo ao da animação e dos jogos antigos, mas consegue adicionar mais conteúdo e também identidade própria para a nova incursão das Tartarugas nos videogames. Mesmo que o ato final possa ser esticado até demais para incluir mais conteúdo, o título é capaz de entregar boas batalhas contra chefes, desafios em fases voadoras e um design de fases bem divertido para os fãs da época dos arcades.

A seguir, contamos as nossas impressões finais de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, o qual jogamos no PC, em uma cópia digital gentilmente cedida pela publisher Dotemu e agência Masamune. O game já está disponível para PC, PlayStation 4Nintendo Switch e Xbox One, além de integrar o catálogo do Xbox Game Pass.

Homenagem aos clássicos sem perder originalidade

Algo que deve ser dito já de cara é como a Tribute Games e a Dotemu integram o universo da animação e dos jogos nesta nova aventura. Dessa vez, Destruidor e Krang se unem em um plano para tentar acabar de vez com os heróis de Nova Iorque, conduzindo as Tartarugas Ninja a uma perseguição desenfreada contra os capangas dos vilões.

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Encontramos antagonistas de vários outros games da franquia, alguns com visuais repaginados para a nova versão. Sejam de games antigos ou novos, Shredder’s Revenge usa de forma bem acertada a galeria de vilões das Tartarugas.

A jogabilidade é uma versão clássica dos jogos de pancadaria, mas remodelada. Agarrões, golpes aéreos e jogar os inimigos na tela fazem parte do pacote, e ainda são ações divertidas de executar, com algumas novidades para tentar não deixar tudo muito “entregue” e sem trazer uma novidade.

Em Shredder’s Revenge, os personagens podem evoluir ao longo das fases, sendo possível receber novas habilidades, mais pontos de vidas e por aí vai. Isso também ajuda no fator replay do game, principalmente para aqueles jogadores que desejam colocar todos os lutadores no nível máximo para desbloquear tudo — aliás, estes são os personagens jogáveis: além das quatro Tartarugas, temos Mestre Splinter, April O’Neil e Casey Jones.

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Como já mencionamos, Shredder’s Revenge cumpre um papel muito bacana de manter a jogabilidade clássica e a esmagação de botão, sem deixar de apresentar novos conceitos para o gameplay — o modo “Radical” é exemplo. A novidade faz com que os personagens sacrifiquem sua barra de especial para entrar em um modo que causa mais dano aos adversários.

Infelizmente, não tive a possibilidade de testar o modo online e o multijogador local, mas espero conseguir agora que o jogo já foi lançado. Não quero perder a chance de juntar alguns amigos para jogar e dar boas risadas enquanto derrotamos capangas do Clã do Pé. A possibilidade de conseguir jogar com até 6 jogadores parece caótica, mas também bem divertida caso você seja adepto da loucura acontecendo na tela.

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Go Ninja, Go

Em Tartarugas Ninjas 2: O Segredo do Ooze, Vanilla Ice foi responsável pela música tema do filme, “Ninja Rap”, que toca principalmente na luta contra Tokka e Rahzar. Um clássico. Essa música acabou ligando as Tartarugas com o rap, conexão que está presente na trilha sonora de Shredder’s Revenge. O jogo, aliás, conta com uma adição mais do que especial para um dos seus temas.

Com a colaboração de Raekwon The Chef e Ghostface Killah, do Wu-Tang Clan, Shredder’s Revenge eleva o nível da trilha sonora composta por Tee Lopes para o jogo, trazendo muita personalidade para as músicas. Mike Patton, vocalista do Faith no More, também colaborou com o game, cantando o tema clássico da animação de 1987 para a abertura de Shredder’s Revenge.

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Tee Lopes também é responsável pela trilha sonora de Sonic Mania, o que casou perfeitamente com a proposta oitentista de Shredder’s Revenge, trazendo faixas que remetem a estética dos jogos clássicos de arcade. Em algumas fases, era impossível não dar aquela balançadinha de cabeça ao escutar as músicas. Eu, particularmente, estou ansioso para colocar esta trilha sonora na minha playlist.

Sendo uma franquia com músicas tão marcantes, o trabalho feito aqui para criar uma atmosfera condizente com suas origens é notável. Para mim, a trilha é o carro-chefe do jogo ao lado do visual. "Mutants Over Broadway!" é uma baita música e, ao lado de "Panic in the Sky!", temos os melhores temas de fase de Shredder’s Revenge.

Nem toda pizza requentada é boa

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Mesmo tendo a possibilidade de jogar com mais de um personagem e melhorar suas habilidades, não existe muito um fator maior que faça com que o jogador termine o game com os outros personagens, a não ser a vontade de fazer isso. Entre as Tartarugas, o estilo de cada arma que elas usam é marcante, mas falta aquele algo a mais para diferenciar cada uma delas.

Durante a minha primeira incursão pelo jogo, usei Leonardo para finalizar a história, e depois fui testando as outras Tartarugas. Mas não existem grandes mudanças por aqui, pelo menos nada que tenha despertado a minha a vontade de terminar a história mais uma vez.

Donatello e Michelangelo possuem características distintas de Leonardo e Raphael. Até mesmo na abertura do jogo, vemos ambos mostrando sua personalidade, com Donatello pilotando um triciclo voador e Michelangelo andando de skate, mas isso não é transportado em 100% para a jogabilidade.

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Com uma grande lista de golpes, não seria difícil eliminar algumas repetições para colocar nem que fosse um golpe especial usando essas características. Para um jogo que possui tanto carinho e apreço pelo material original, acredito que faltou um bocado de cuidado de trazer a personalidade das Tartarugas para algo além do que suas armas.

Tamanho Família

O grande trunfo dos jogos de pancadaria é o fator replay. Muito pelo fato de você poder jogar com outros personagens, desbloquear segredos ou tentar fechar o jogo sem tomar dano. O problema de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s é estender demais a sua história para ter mais fases. Com 16 missões, o jogo se prolonga demais na parte final, na trama envolvendo Destruidor e Krang. Caso você esteja tentando finalizá-lo em um único dia, provavelmente sentirá um certo desgaste com a história, assim como eu senti.

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Isso não quer dizer que a história do jogo é ruim, pelo contrário. Digo isso porque as cenas que ajudam a explicar o que está acontecendo são somente imagens estáticas, então não é o melhor jeito para consumir a narrativa. E quando chegamos na Dimensão X, o jogo dá uma estagnada em prol de “valorizar” uma certa luta antes de ir para os momentos finais. Isso faz com que a parte final seja um pouco cansativa caso você esteja tentando terminar tudo em uma tacada só.

Porém, não pense que você vai desgostar do jogo por ele ter uma “barriga” no final. Afinal, você já estará tão investido em terminá-lo que, apesar de parecer um pouco esticado, continuará jogando de qualquer forma. O gameplay fluído, divertido e bem executado de Shredder’s Revenge ajuda a carregar a experiência até o final, sendo um fator bem determinante para manter o jogador entretido. Talvez, se você jogar aos poucos, não sinta tanto esta falta de ritmo que mencionei. Mas, lembre-se: não dá para comer uma pizza inteira de uma vez e esperar que não fique exausto, não é mesmo?

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Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge vale a pena?

Se você é um fã da franquia, sim, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge vale muito a pena. Se é fã de jogos beat em’ up, ainda mais. Cumprir todos os desafios, achar fitas escondidas no mapa, encontrar os Genghis Frog e coletar os diários de Irma são tarefas interessantes. A falta de variedade nos golpes das Tartarugas é uma falha, mas não compromete no grande escopo das coisas. A trilha sonora e o visual dos personagens formam um combo de deleite absurdo. No geral, o cuidado com o game é bem sólido e cumpre o papel de evocar o sentimento de estar jogando um clássico dos fliperamas.

Sendo um game em que seu principal objetivo é trazer uma experiência similar aos clássicos jogos de arcade das Tartarugas, Shredder’s Revenge é uma pizza crocante com aquele queijo quentinho derretendo, pronta para ser devorada. Caso você revisite o título para zerar mais uma vez, sem a pretensão de completar os desafios e só para se divertir, pode ser que acabe sentindo um pouco de tédio. Mas, se a ideia é completar todas as tarefas de fase, achar os segredos e completar outros extras, você gastará um bom tempo e se divertirá, com certeza.

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No final de toda a experiência, Shredder’s Revenge é um jogo seguro, sem medo de emular as sensações dos materiais que usa de inspiração, e ainda consegue trazer um frescor com seu estilo artístico, trilha sonora envolvente e gameplay repaginado. O jogo é uma viagem agradável e nostálgica para o passado das Tartarugas nos videogames, mas se mantém firme como uma experiência moderna, que pode ser desafiadora e muito bem executada. O saldo é extremamente positivo para um game que poderia ser um desastre ao se agarrar demais na nostalgia.