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Rover Perseverance segue rumo a delta de antigo rio com a ajuda de IA

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Março de 2022 às 20h30

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 NASA, JPL-Caltech, MSSS
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O rover Perseverance está seguindo com destino ao antigo delta do rio que existiu na cratera Jezero, em Marte, com a ajuda de um sistema de inteligência artificial (IA). O robô iniciou sua jornada no dia 14 de março e precisará percorrer cerca de 3 quilômetros até chegar ao local, a maior distância já percorrida por rovers em Marte em um único mês. Para isso, o Perseverance irá contar com o sistema AutoNav, que permitirá evitar crateras, rochas afiadas e outros obstáculos.

O delta é de grande interesse científico, porque representa uma das melhores localizações em Marte para o rover buscar sinais de seres vivos microscópicos, caso tenham existido.

“O delta é tão importante que, na verdade, decidimos minimizar as atividades científicas e focar em dirigir até lá, para chegar mais rapidamente”, explicou Ken Farley, cientista de projeto do Perseverance. Segundo ele, o rover irá capturar várias fotos ao longo do caminho.

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Abaixo, você confere a rota proposta para a viagem até o delta:

Quanto mais perto estiver do delta, mais interessante será o material. Essas fotos vão ajudar a equipe a encontrar rochas relevantes para estudos mais detalhados e a definir a melhor rota para o Perseverance. Claro que, antes de explorar o local e fotografá-lo, o rover ainda precisa chegar lá. Para isso, o Perseverance conta com o sistema AutoNav, de navegação autônoma.

Para prepará-lo para a viagem, uma equipe de especialistas em planejamento de mobilidade escreveu os comandos de direção que o rover irá executar. Estes comandos são enviados para Marte através da rede Deep Space Network, da NASA, e depois o rover retorna dados que confirmam seu progresso para a equipe. Só que, às vezes, alguns deslocamentos exigem mais “toques humanos” que outros — e é aqui que o AutoNav entra.

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Navegando em Marte com inteligência artificial

O AutoNav sistema é bastante útil em deslocamentos por terrenos planos com possíveis obstáculos que podem ser identificados pelo rover, que desvia deles por conta própria.

Esse recurso reflete a evolução das ferramentas de direção autônomas desenvolvidas para outros rovers enviados a Marte, como o Curiosity, mas o AutoNav tem uma grande diferença em relação aos seus antecessores: ele permite que o Perseverance tire fotos e as processe enquanto se move.

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Como consegue, portanto, “pensar enquanto dirige”, o rover pode navegar com base nas imagens que captura. Este recurso é fruto de hardware atualizado, junto de câmeras mais rápidas e um computador adicional, dedicado somente ao processamento das imagens.

“Nos rovers anteriores, a autonomia significava desacelerar, porque os dados tinham que ser processados e um único computador”, disse Mark Maimone, planejador do rover no Laboratório de Propulsão a Jato, na NASA.

Segundo ele, o computador extra tem altíssima velocidade em comparação com os anteriores — o que não significa que a ação humana não é necessária, já que a equipe precisa planejar a rota básica com imagens obtidas por missões que orbitam Marte. Além disso, são eles que indicam zonas das quais o rover deve se afastar, no caso de obstáculos, ou onde deverá se manter.

Por fim, enquanto rovers anteriores levavam mais tempo para explorar os locais necessários, o AutoNav permite que o Perseverance se desloque mais rapidamente até as regiões mais importantes para a equipe. Assim, isso mostra que a missão está mais focada em seu objetivo principal: encontrar amostras e, depois, enviá-las à Terra através de uma campanha conjunta entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA).

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Fonte: NASA