Planeta Terra | O que sabemos da superfície ao núcleo
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
No Sistema Solar, o planeta Terra é o mais denso, o terceiro mais próximo em relação ao Sol e o quinto maior quando se considera apenas o tamanho. Por motivos óbvios, é o astro mais estudado pela humanidade — que o investiga da superfície terrestre até o núcleo, que ostenta uma temperatura superior a 5.000 °C — desde antes da invenção do método científico.
Formado há 4,54 bilhões de anos, o planeta Terra é normalmente representado como uma esfera, mas, do ponto de vista científico e matemático, é um geoide. Isso significa que possui uma forma arredondada e irregular. O diâmetro equatorial é de 12,7 mil km.
No total, a superfície da Terra tem aproximadamente 510 milhões de km², o que é algo extremamente grande para os padrões humanos. No entanto, se o Sol tivesse o tamanho de uma porta, o planeta teria a dimensão equivalente a de uma moeda.
Superfície do planeta Terra
Entre o Sol e a Terra, há uma distância de 150 milhões de km, o que representa uma Unidade Astronômica (AU). Mesmo com relativa proximidade, este é o único astro que consegue preservar grandes quantidades de água em estado líquido no Sistema Solar, após o longo (e histórico) período de resfriamento do magma.
Hoje, a superfície da Terra é quase toda coberta por água (mais de 70%), o que deu origem ao seu apelido de planeta azul quando vista do espaço pelos astronautas. A maior parte da água está concentrada nos quatro oceanos (Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico), além das planícies congeladas em processo de acelerado derretimento. Essas águas profundas escondem a maioria dos vulcões e das cadeias de montanhas, que curiosamente permanecem submersas.
Já a cobertura terrestre está dividida em seis grandes continentes (América, África, Ásia, Europa, Oceania e Antártida). Entretanto, outras distribuições na crosta foram observadas ao longo dos bilhões de anos de existência do planeta, em constante transformação.
É o caso da Pangeia, quando todos os continentes conhecidos hoje estavam unidos em uma única e enorme superfície de terra, há 255 milhões de anos. Outro exemplo mais antigo é o supercontinente Gondwana, há 500 milhões de anos.
Os continentes e as áreas com água se transformaram (e se transformam) devido à existência das placas tectônicas, demonstrada pela Teoria da Tectônica de Placas. Tudo se move, mesmo em um ritmo bastante lento de alguns centímetros por ano, devido ao movimento causado pelas forças internas do planeta.
Camadas da Terra
Como um planeta telúrico (planeta sólido), a Terra é basicamente constituída por rochas e está dividida em diferentes camadas, sendo que a crosta é somente a mais externa. A crosta terrestre tem entre 20 km a 70 km de espessura, enquanto a oceânica tem até 15 km. São abundantes os óxidos de silício, alumínio, ferro, cálcio, magnésio, potássio e sódio.
Em seguida, está o manto. É a camada da Terra mais espessa, com 2,9 mil km, composta por rochas e minerais ricos em ferro e magnésio. Na parte mais próxima da superfície, a temperatura pode variar de 100 °C a 1.000 °C. Já no seu limite, próximo ao núcleo, é bem mais quente, com 3.700 °C. Embora a camada seja sólida, há a presença de rochas fundidas (magma) com um aspecto viscoso, em alguns pontos. Isso está diretamente conectado com o vulcanismo.
Núcleo da Terra
Localizado a mais de 5 mil km de profundidade, o núcleo do planeta é a menos compreendida das camadas que compõem o globo terrestre e pode ser dividido em dois: a parte externa e a interna.
O núcleo externo é composto por um líquido rico em ferro e níquel, que está em constante movimento — é este movimento constante de convecção que dá origem ao campo magnético do planeta, protegendo a vida terrestre contra o vento solar e os raios cósmicos.
Já o núcleo interno é composto por metais e é sólido, medindo cerca de 1,2 mil km. Ali, as temperaturas podem chegar a 5.400 °C. Por enquanto, nenhum equipamento conseguiu perfurar tão fundo, obtendo amostras desta camada tão misteriosa. Ainda faltam tecnologias para a sonhada viagem ao centro da Terra.
Movimentos do planeta Terra
Nosso planeta realiza dois principais movimentos: a rotação da Terra e a translação da Terra. A rotação ocorre quando a Terra gira em torno de seu próprio eixo, completando um giro a cada 23 horas e 56 minutos, o que define a duração aproximada de um dia.
Enquanto isso, a translação é o movimento da Terra ao redor do Sol, que dura aproximadamente 365,25 dias. É pouco mais de um ano, o que explica a existência de um dia adicional a cada quatro anos, durante o ano bissexto.
Vale observar que a Terra possui um eixo de inclinação, que é de cerca de 23,4 graus, responsável pelas estações do ano. Essa inclinação faz com que diferentes hemisférios recebam quantidades divergentes de luz ao longo do ano. Quando o hemisfério norte está inclinado em direção ao Sol, ele experimenta o verão, enquanto o hemisfério sul enfrenta o inverno, e vice-versa. Apenas alguns outros planetas, como Netuno, também apresentam esse tipo de inclinação axial.
Lua, o satélite natural
Diferente de outros planetas, a Terra é conhecida por ter um único satélite natural, a Lua. Este é o quinto maior do Sistema Solar, com uma área de 38 milhões de km². Isso é cerca de 13 vezes menor do que a Terra.
A distância entre Lua e o planeta é de 384 mil km, mas, independentemente disso, a atração gravitacional lunar exerce influência sobre as águas e as marés (a subida e a descida do nível do oceano). Também impacta a duração dos dias e o eixo de inclinação da Terra.
Origem da vida na Terra
A vida começou a surgir no planeta Terra após o primeiro bilhão de anos. Hoje, são mais de 8 bilhões de humanos, além de outras inúmeras espécies provenientes dos mais diversos reinos (animal, vegetal, fungi, protista e monera) e aquelas que já foram extintas ao longo da evolução — os fósseis são fundamentais para revelar este passado tão fascinante, e os mais antigos têm cerca de 3,5 bilhões de anos. Este achado envolve os primeiros estromatólitos conhecidos.
Até o momento, o planeta Terra é o único corpo celeste do universo em que a existência de vida é conhecida. Logicamente, isso não descarta a existência de organismos vivos em outros planetas.
Os avistamentos de OVNIs (objetos voadores não identificados) costumam ser estudados em busca de uma possível prova de que não estamos sozinhos. No entanto, nem os satélites que monitoram o planeta, de forma ininterrupta, encontraram essas evidências.
Inclusive, há uma teoria que defende que a Terra é o único planeta a conter as placas tectônicas, o que está diretamente relacionado com a existência tão rara da vida.
Idade média | 4,5 bilhões de anos |
Distância do centro da galáxia | 150 milhões de km |
Satélites naturais | 1 |
Composição | Fe, O, Si, Mg, Ni, S, Ca, Al |
Temperatura no núcleo | Superior a 5.000 °C |
Área da superfície | 510 milhões de km² |
Duração do dia | 23 horas, 56 minutos e 4 segundos |
Período orbital | 365,25 dias |
Gravidade | 9,807 m/s² |
Massa | 5,9 sextilhões de toneladas |