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Nova geração de satélites Starlink pode prejudicar missões da NASA

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Fevereiro de 2022 às 13h30

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A nova geração de satélites Starlink, da SpaceX, poderá levar a um aumento significativo em possíveis colisões na órbita baixa da Terra. A constatação foi feita pela NASA em uma carta de cinco páginas enviado à Federal Communications Commission (FCC), a agência reguladora de telecomunicações nos Estados Unidos, na qual a agência espacial apresenta preocupações com possíveis colisões e interferências nas atividades e lançamentos científicos, causadas pelos satélites de Elon Musk.

No documento, a NASA aborda o aumento das solicitações de grandes constelações à FCC e descreve preocupações com um possível aumento significativo em eventos de conjunção e impactos nas missões científicas e tripuladas da agência espacial.

“A NASA quer garantir que a implantação da 2º geração Starlink seja conduzida com prudência, de forma que apoie a segurança dos voos espaciais e a sustentabilidade do ambiente espacial a longo prazo”, afirmou a carta assinada por Samantha Fonder, representante da NASA no Commercial Space Transportation Interagency Group.

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Além disso, a carta levanta preocupações sobre a constelação proposta: a SpaceX planeja criá-la com 30 mil satélites na órbita baixa da Terra, e a NASA teme que isso represente um aumento de mais de cinco vezes na quantidade de objetos monitorados nesta órbita. “Um aumento desta magnitude nestas faixas de altitude confinadas traz, inerentemente, um risco adicional de eventos de colisão geradores de detritos espaciais, baseados somente no número de objetos”, escreveram.

A NASA questionou se o sistema de prevenção de colisões utilizado nos satélites Starlink atuais também será aplicado na nova geração, e recomenda que a SpaceX elabore análises demonstrando que o recurso pode ser escalado para todo o tamanho proposto à constelação. “Com o potencial de constelações múltiplas com milhares de naves, não é recomendado assumir que sistemas de propulsão, sistemas de detecção em solo e software são 100% confiáveis, ou que as operações manuais são 100% infalíveis”, alertaram.

Satélites ameaçam missões científicas

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Além dos perigos de colisão com a NASA e outros satélites, a agência espacial ressaltou que a nova geração poderá também interferir com missões científicas.

É que estes satélites vão estar em órbitas abaixo da maioria daqueles científicos utilizados pela NASA, e podem criar reflexos de luz capazes de afetar os instrumentos deles — tanto que a constelação da 2º geração poderá dobrar o número de imagens do telescópio Hubble que incluem rastros luminosos deixados pelos objetos.

A nova geração pode também interferir na astronomia em solo, principalmente no caso de observações de objetos próximos da Terra. “A NASA estima que haverá um Starlink em cada imagem de levantamentos de asteroides para a defesa planetária contra impactos perigosos, reduzindo a efetividade dos levantamentos por tornar inutilizáveis partes das imagens”, disse a agência espacial, na carta.

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Por fim, a NASA destaca que a constelação irá interferir nos lançamentos de missões tripuladas e cargueiras, mas destacaram também os possíveis riscos relacionados a outros tipos de missões. “Temos preocupações com uma crescente indisponibilidade de janelas de lançamentos seguras, especialmente para missões que exigem janelas curtas ou instantâneas”, explicaram, no documento.

Na carta, a NASA não declara uma oposição à autorização da FCC para sua nova geração de satélites, mas destaca áreas que precisam de atenção da SpaceX. “A NASA aprecia a colaboração da SpaceX e a parceria em abordar preocupações relacionadas a conjunções até o momento”, disseram. “O aumento proposto no número de satélites Starlink em órbita exigirá coordenação expandida e comunicação entre as duas partes, para garantir a segurança contínua das atividades da SpaceX e NASA”.

Fonte: Via: SpaceNews