Satélites Starlink e OneWeb por pouco não colidiram em órbita
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |

Em 30 de março deste ano, o 18º Esquadrão de Controle Espacial da Força Espacial dos EUA recebeu uma série de alertas a respeito de uma possível colisão entre satélites da empresa OneWeb e Starlink, da SpaceX. Embora a probabilidade de colisão tenha sido de 1,3%, os dois satélites ficaram a cerca de 57,9 metros um do outro — uma distância perigosamente próxima em termos espaciais. As duas empresas são donas das crescentes constelações de satélites de internet na órbita alta da Terre e, até agora, não há nenhuma forma de prevenção contra esses acidentes, muito menos medidas regulatórias.
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Assim que a Força Espacial recebeu os alertas, ela repassou os avisos para os engenheiros da OneWeb e também para a equipe responsável por monitorar os satélites Starlink. O objetivo era que ambas as partes colocassem os dois satélites a uma distância segura um do outro. De acordo com o chefe de assuntos governamentais da OneWeb, Chris McLaughlin, a SpaceX desativou o sistema automatizado de prevenção de colisões — comandado por uma inteligência artificial — e dirigiu manual o satélite para fora do caminho.
O problema é que, apesar de os satélites Starlink possuírem um sistema automático para evitar acidentes deste tipo, não há garantia que outras empresas de satélites saibam as trajetórias de cada componente desta frota. Atualmente, a SpaceX tem mais de 1.400 satélites orbitando a Terra e pretende alcançar a marca de 12.000. Já a OneWeb tem cerca de 146 — do total de 650 satélites iniciais que pretende colocar no espaço.
A chefe da divisão de dados e segurança de voos espaciais da Força Espacial dos EUA, Diana McKissock, diz que esse evento foi um bom exemplo de como os operadores de satélites podem ser responsáveis ao trocarem informações. Na ausência de uma regulamentação global, este seria o caminho mais eficiente para resolver o problema por enquanto. Apesar disso, o empreendimento da SpaceX com sua frota Starlink se desenvolveu mais rápido do que qualquer tentativa regulatória dessa enorme quantidade de satélites em órbita.
Manobras de satélites no espaço são bem comuns. Acontece que outras empresas se apressam em começar a montar sua própria frota, como a Amazon e seu projeto Kuiper, aumentando ainda mais o número de satélites em órbita — e, enquanto não for criado um sistema regulatório para estas empresas, inclusive exigir por uma transparência de dados total, o risco de colisões também aumentará.
Fonte: The Verge