Grupo ligado à SpaceX investe no desenvolvimento de um motor de dobra
Por Wyllian Torres • Editado por Rafael Rigues |
A organização sem fins lucrativos Limitless Space Institute (LSI), afiliada à SpaceX, tem trabalhado em diversos conceitos para tornar as viagens para outros sistemas planetários uma realidade. Mais do que isto, a LSI quer encurtar o tempo destas grandes distâncias espaciais e, para isto, ela tem oferecido bolsas para pesquisas teóricas e de pós-doutorado relacionadas ao tema.
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A LSI foi fundada em 2020 por Harold "Sonny" White, físico e ex-pesquisador da NASA, e por Brian Kelly, astronauta aposentado da agência. O objetivo da organização é levar a exploração espacial humana além do Sistema Solar até o fim deste século.
A organização conta com a participação de grandes nomes da indústria espacial, que compõem o Conselho de Administração da LSI. Entre eles estão Gregory “Ray J” Johnson, astronauta aposentado da NASA e Kam Ghaffarian, engenheiro e presidente executivo de empresas como a Axiom Space.
Além deles, está Gwynne Shotwell, presidente e diretora de operações da SpaceX, que atua como assessora independente do Conselho. O grupo está financiando bolsas com foco teórico abaixo de US$ 100.000 até de pós-doutorado com duração de dois anos, cujo investimento anual é estimado em US$ 90.000.
Dobrando o espaço-tempo
No entanto, percorrer grandes distâncias no espaço em tão pouco tempo ainda é um tremendo desafio para nossa atual tecnologia. Além disto, as leis da física impõem alguns limites: nada pode superar a velocidade da luz, constante e absoluta no universo.
De acordo com White, não há como realizar missões de longa distância em períodos razoáveis usando tecnologias atuais, como a propulsão química. Ele diz que, para isto, é necessário pensar além do domínio da física conhecida. A LSI tem trabalhando em três categorias de propulsão teórica.
O que a organização quer fazer é algo que até o momento só está presente no universo da ficção científica: a famosa dobra espacial (warp drive). Na ficção, ela é uma forma de propulsão mais rápida que a luz, que contrai o espaço à frente da nave e o expande logo atrás — e assim encurta grandes distâncias. Até agora, White e sua equipe conseguiram avançar nas pesquisas que exploram as limitações teóricas para criar um motor de dobra, capaz de distorcer o espaço e o tempo. Ainda assim, uma tecnologia como esta exigiria algo conhecido como “matéria exótica”, a qual ainda não existe além do campo teórico.
Além de levar a humanidade para outras estrelas, a tecnologia permitiria a exploração do Sistema Solar, segundo White. “Ter um Sistema Solar inteiro de materiais e recursos mudaria o próprio conceito de escassez. Diamantes são raros, mas se você tem um sistema solar inteiro à sua disposição, talvez possa repensar essa definição".
Claro que uma tecnologia tão avançada como esta ainda tem um longo caminho de desafios teóricos e práticos a percorrer, mas desde já a LSI quer “inspirar e educar a próxima geração a viajar além do nosso Sistema Solar e apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias capacitadoras”.
Fonte: Universe Today, Via Futurism