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Eclipse e superlua cheia acontecerão ao mesmo tempo nesta madrugada; assista!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 25 de Maio de 2021 às 15h20

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twenty20photos/Envato
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No final da madrugada desta quarta-feira (26), alguns países contemplarão um eclipse lunar total, que é quando o nosso satélite natural passa pela sombra (umbra) da Terra. Neste ano, o evento será ainda mais especial, porque vai coincidir com a segunda superlua do ano. O eclipse será total em países do Pacífico e leste asiático, Austrália e oeste da América do Norte — já aqui no Brasil, veremos um eclipse lunar parcial.

O que é uma superlua?

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Graças à gravidade, a Lua viaja ao redor de nosso planeta, mas ela faz uma órbita elíptica, ou seja, um círculo alongado. Por isso, na linha imaginária desenhada por esta órbita há um ponto chamado perigeu (o mais próximo da Terra) e outro conhecido como apogeu (o mais distante da Terra). A Lua passa pelo perigeu uma vez a cada mês, mas, quando isso acontece ao mesmo tempo em que está na fase cheia, ela é popularmente chamada de superlua.

Durante este evento, a Lua pode parecer um pouco maior e mais brilhante no céu, embora os astrônomos estejam certos que a diferença é praticamente imperceptível aos olhos humanos. Ainda assim, é uma boa oportunidade para admirar nosso satélite natural, e a superlua de maio será visível no Brasil durante toda a noite — se o céu estiver livre de nuvens, claro.

Para observar a superlua, basta encontrá-la no céu ao longo da noite. Mas se você quer horários precisos para acompanhar os eventos, ela atingirá o perigeu às 22h50 (horário de Brasília) desta terça-feira (25). Nesse horário, ela estará “apenas” a 357.311 km da Terra, e isso é o mais próximo que ela consegue chegar da Terra.

Mas nosso satélite natural entrará oficialmente em sua fase cheia apenas durante a madrugada, às 05h47 da quarta-feira (26). Só que, mesmo antes disso, sua aparência será praticamente a mesma de uma Lua cheia, por isso ainda proporcionará uma bela visão durante toda a noite entre os dias 25 e 26 de maio.

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O que é um eclipse lunar

Um eclipse lunar ocorre quando o Sol e a Lua estão precisamente em lados opostos da Terra, ou seja, ocorre um alinhamento no qual nosso planeta fica bem no meio. Isso faz com que a Terra bloqueie parte da luz do Sol que atinge a Lua cheia — afinal, o brilho lunar é nada mais que a luz solar refletida na Lua e direcionada à Terra. No eclipse, a Terra faz uma sombra na superfície lunar, mas isso não escurece a Lua por completo.

Acontece que a luz que passa pela atmosfera da Terra é filtrada, e a cor azul será totalmente eliminada do espectro por ser a faixa de comprimento de onda mais curto. Isso faz com que os vermelhos e laranjas passem ilesos para banhar a Lua, com o detalhe de eque as bordas da sombra do nosso planeta sobre a superfície lunar fica mais “diluída”. Por isso, alguma luz ainda chegará à Lua, mas ela vai refletir um brilho escurecido e ligeiramente avermelhado.

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Outro modo de compreender isso é imaginar-se na Lua, olhando para a Terra enquanto ela se posiciona exatamente na frente do Sol. Mesmo assim, você veria uma borda de fogo circundando nosso planeta, assim como vemos em um eclipse solar, que é quando a Lua passa na frente do Sol.

A Lua mudará de vários tons durante os diferentes estágios de um eclipse lunar total, de um acinzentado inicial para laranja e âmbar. As condições atmosféricas da Terra também podem afetar a tonalidade das cores, já que é devido à nossa atmosfera que a Lua ganhará essa coloração peculiar. Se houver partículas como cinzas de um grande incêndio ou uma erupção vulcânica recente, a Lua pode ganhar um tom mais escuro de vermelho.

E, de fato, houve uma erupção nesta segunda-feira (24) na República Democrática do Congo — mas não sabemos se haverá partículas a ponto de influenciar a aparência do fenômeno, que será o único eclipse lunar total de 2021 para as regiões que puderem vê-lo em sua totalidade.

Erupções solares no eclipse lunar podem gerar auroras

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Neste fim de semana, fortes ejeções de massa coronal do Sol foram enviadas direto em direção à Terra, causando uma das tempestades solares mais fortes dos últimos anos. Isso não significa perigo iminente, porque o Sol esteve em períodos de baixa atividade, então é normal que as erupções solares nos próximos anos sejam as maiores dos últimos anos.

De acordo com a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), algumas ejeções de massa coronal combinadas ainda chegarão ao campo magnético da Terra durante as últimas horas do dia 25 de maio e as primeiras horas do dia 26. Isso significa que uma tempestade solar pode ocorrer em pleno eclipse lunar — o que pode ser bem interessante, ao menos para os habitantes do norte do planeta, que poderão ver belíssimas auroras durante o eclipse.

Se você quiser ter um gostinho de como é presenciar um evento desse, confira o vídeo abaixo, filmado em 360° em 2018 pelo fotógrafo Willian Briscoe, no Alasca. Arraste a tela do vídeo com o mouse para ver toda a cena e procure a Lua em eclipse total por volta dos 25s de vídeo.

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As tempestades geomagnéticas que chegarão nesta semana podem ser de classe G2, o que pode resultar em muitas horas de auroras ao redor do Círculo Polar Ártico, em lugares como o extremo norte do Canadá, Islândia, norte da Escandinávia e norte da Rússia. No melhor cenário, o mapa da NOAA também sugere que a aurora pode ser forte o suficiente para ser vista nas áreas do norte dos EUA, perto da fronteira com o Canadá.

Como observar o eclipse lunar

Enquanto todos os países do mundo podem observar a superlua, o eclipse total será mais restrito, sendo um eclipse total apenas em países do Pacífico e leste asiático, Austrália e oeste da América do Norte. No Brasil, as regões mais privilegiadas serão as mais próximas do Pacífico, ou seja, cidades como Rio Branco, no Acre, onde a Lua terá mais da metade de seu disco encoberto sob a umbra da Terra. Lugares mais abaixo no mapa verão pouca, ou nenhuma umbra no disco lunar.

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Oficialmente, o eclipse começa às 05h47 e termina às 06h52 (horário de Brasília) desta quarta-feira (26). Algumas regiões, como o Sudeste e o Sul, ainda serão capazes de ver um eclipse parcial até a umbra cobrir aproximadamente metade do disco lunar.

Mas graças à tecnologia, poderemos acompanhar o eclipse total por meio de transmissões ao vivo que serão realizadas nesta madrugada.

A agência espacial europeia (ESA), por exemplo, mostrará o eclipse ao vivo e ainda explicará a ciência básica por trás do evento (em inglês), incluindo comentários de vários astrônomos, cientistas, engenheiros e outros especialistas da Europa e Austrália (em inglês). Já o Virtual Telescope Project fará duas transmissões ao vivo, uma para o eclipse e outra para a superlua. Por fim, o Time and Date, site interativo que oferece ferramentas para observação do céu e conversões de fuso horário, também fará uma transmissão com imagens ao vivo de todo o mundo.

Confira algumas opções abaixo e defina um lembrete para que o YouTube avise quando a transmissão que você escolheu vai começar. 

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Fonte: NASAPhys.orgForbes, Astronomy, timeanddate.com