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Dias ensolarados em Marte são "spoilers" de tempestades de poeira lá?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/JPL/Malin Space Science Systems
NASA/JPL/Malin Space Science Systems

Parece que o aquecimento solar em Marte pode ser uma espécie de sinal, alertando que uma forte tempestade de poeira está a caminho de ocorrer por lá. Segundo um novo estudo de Heshani Pieris, da Universidade do Colorado, as tempestades de poeira ocorrem após um forte aquecimento do planeta em 78% dos casos. 

Pieris e Paul Hayne analisaram dados de oito anos em Marte (o equivalente a 15 anos terrestres) obtidos pelo instrumento Mars Climate Sounder, que equipa a sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA. Basicamente, o dispositivo observa a superfície e atmosfera do planeta na luz visível e no infravermelho próximo, monitorando como as mudanças de temperatura na superfície afetam sua atmosfera. 

Eles usaram os dados para investigar as tempestades de poeira do tipo “A” e “C”, que começam no hemisfério norte de Marte e se dividem, seguindo em trajetórias que passam por Acidalia Planitia e Utopia Planitia. Foi assim que eles descobriram que quase 80% das tempestades no período analisado ocorreram após um longo período de dias ensolarados e quentes — nos padrões de Marte, claro. 

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A temperatura média na superfície do Planeta Vermelho é de -60 ºC, mas pode chegar a até 20 ºC ocasionalmente. Os resultados não significam necessariamente que dias quentes causam tempestades de poeira, mas mesmo assim, os autores consideram que a relação entre os eventos parece ser bem intensa. 

Quando você aquece a superfície, a camada da atmosfera logo acima dela fica flutuante e pode subir, levando poeira com ela”, explicou Pieris. Após a identificação do processo, a equipe criou um algoritmo que prevê a aparição de uma tempestade do tipo A ou C com base no aquecimento da superfície com precisão de até 64%. 

No entanto, mesmo que o modelo esteja correto ainda há váriasperguntas sem resposta sobre as tempestades de poeira em Marte. “Precisamos entender o que causa alguma das menores tempestades ou das regionais e o que faz com que se tornem tempestades de escala global”, observou Hayne. “Não entendemos totalmente a física básica de como tempestades de poeira começam na superfície”, finalizou. 

Os resultados foram apresentados durante uma reunião da União Americana de Geofísica.

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Fonte: Space.com