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Viagem interplanetária: quanto tempo leva para chegar em Marte?

Por| Editado por Rafael Rigues | 10 de Julho de 2022 às 11h00

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ISRO / ISSDC / Emily Lakdawalla
ISRO / ISSDC / Emily Lakdawalla

Se você quisesse embarcar em uma viagem rumo a Marte, quanto tempo levaria até alcançar nosso vizinho? Para descobrir, precisamos considerar fatores variados, que vão desde a posição e a proximidade entre os planetas, até a tecnologia de propulsão que seria usada para mover seu veículo espacial até lá.

A cada dois anos e dois meses, em média, Marte e a Terra entram em oposição, e ficam no ponto de maior proximidade entre si. As agências espaciais costumam aproveitar a oportunidade para lançar suas missões rumo ao Planeta Vermelho.

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Mas por quê? E quanto tempo leva para chegar até lá?

Quanto tempo leva para chegar em Marte?

Essa é uma pergunta complexa, já que a resposta dela é "depende", e de uma série de fatores. A NASA estima que uma viagem só de ida para Marte leva cerca de nove meses; mas, isso varia de acordo com a posição da Terra e de Marte.

Por exemplo, considere a missão Mariner 4, da NASA: ela foi lançada em 28 de novembro de 1964 e chegou a Marte somente em 14 de julho de 1965, após 228 dias de viagem. Já a Mariner 6 foi lançada em 25 de fevereiro de 1969 e alcançou o planeta em 31 de julho de 1969, após apenas 156 dias.

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Estas diferenças se devem às mecânicas orbitais da Terra e Marte ao redor do Sol. Em 2003, durante a maior aproximação já registrada entre ambos, os planetas estavam separados por cerca de 56 milhões de quilômetros, mas a distância média do nosso planeta para Marte é de 225 milhões de quilômetros.

Como ambos estão em movimento contínuo durante suas órbitas ao redor do nosso astro, os engenheiros que planejam missões espaciais calculam os momentos ideais para os lançamentos com base na distância e na eficiência de combustível; afinal, eles precisam considerar onde o planeta estará quando a nave chegar, e não onde ele está quando ela sair da Terra.

Além disso, ao longo dos nove meses de viagem até o planeta, Marte vai se mover a uma distância considerável em sua órbita, de modo que é preciso garantir que o planeta estará no lugar certo quando você chegar lá.

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Agora, se quiser voltar para a Terra, você vai precisar esperar um pouco mais, já que precisaria de um total de 21 meses para um simples "bate e volta" ao nosso planeta. Isso leva em conta o período que deve ser aguardado em solo marciano para garantir que a Terra e Marte estarão nas posições adequadas para a viagem de volta.

Como diminuir o tempo da viagem

Hoje, o combustível é a principal preocupação das equipes envolvidas no planejamento de missões com destino a Marte. A chamada Órbita de Transferência de Hohmann permite fazer isso com o menor consumo de combustível possível: com ela, ao invés de lançar a nave em direção ao planeta, a nave viaja em uma trajetória mais ampla ao redor do Sol.

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A ideia é que, em algum momento, a órbita dela encontre a de Marte quando o planeta estiver no lugar certo — mas isso no caso das missões robóticas, já que a situação é outra com missões tripuladas. O espaço tem condições agressivas para humanos, e a radiação cósmica pode oferecer riscos sérios para a saúde dos astronautas a caminho do Planeta Vermelho. Além disso, há riscos de problemas técnicos durante a viagem, atrasos na comunicação e outros obstáculos.

Ao reduzir o tempo de viagem, cai também o tempo de exposição deles à radiação e a quantidade de suprimentos necessária para a jornada. Tecnologias em desenvolvimento podem ajudar nisso: o foguete Space Launch System, por exemplo, será usado nas missões lunares do programa Artemis, da NASA, mas também estará incluso em missões tripuladas lançadas a Marte no futuro.

Outras tecnologias em testes prometem reduzir consideravelmente o tempo da viagem. Uma delas é o conceito de foguete de plasma Vasimr VX-200SS, da Ad Astra Rocket: o veículo está em desenvolvimento, e foi pensado para voar com um conjunto de reatores nucleares capazes de aquecer plasma a 2 milhões de graus Celsius; depois, o gás aquecido seria direcionado para a saída do motor, empurrando-o.

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Claro, o projeto ainda é bastante preliminar, mas Ad Astra acredita que o foguete poderia completar a viagem ao Planeta Vermelho em seis meses, diminuindo o tempo de exposição à radiação e riscos de falhas mecânicas. Como o motor a plasma do veículo poderia fornecer propulsão a qualquer momento, a rota poderia ser alterada mesmo durante o percurso, se necessário.

Fonte: NASA, Universe Today, Interesting Engineering