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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (20/11 a 26/11/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Novembro de 2021 às 11h00

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Damien Cannane/Jean-Francois Gout/Dan Bartlett
Damien Cannane/Jean-Francois Gout/Dan Bartlett
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A madrugada do dia 19 de novembro ficou marcada por um eclipse lunar parcial considerado o mais longo do século. Apesar de ser visível no Brasil, o eclipse ocorreu em um horário pouco favorável e, para completar, várias regiões do país estavam com o céu encoberto na ocasião. A boa notícia é que, caso você não tenha conseguido acompanhar fenômeno, a seleção de imagens astronômicas desta semana inclui uma série de registros incríveis da Lua durante o eclipse!

Além das fotos do nosso satélite natural, temos também uma imagem do cometa Leonard, que passará pela Terra em breve. Você encontrará ainda uma foto que mostra as manchas solares e um registro detalhado do aglomerado estelar Plêiades, formado por estrelas facilmente visíveis a olho nu.

Sábado (20) — Eclipse parcial no México

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O eclipse lunar parcial do dia 19 durou mais de 3 horas, considerado o mais longo do século — o próximo parcial mais longo acontecerá somente em 8 de fevereiro de 2669. Como é impossível esperar mais de 600 anos para observar o fenômeno novamente, você pode conferi-lo em fotos feitas em diferentes lugares.

Esta que aparece acima, por exemplo, mostra a Lua brilhando no céu de Cancún, no México, acompanhada por algumas nuvens e estrelas. Se você observar o canto direito da imagem, encontrará as estrelas do aglomerado das Plêiades, um aglomerado estelar aberto localizado a cerca de 400 anos-luz de nós.

Domingo (21) — Cometa Leonard

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Esta é uma foto do cometa C/2021 A1 (Leonard). Ele foi descoberto no ano passado quando ainda estava além de Marte, mas sua órbita o traz para o interior do Sistema Solar, passando perto da Terra e Vênus durante o mês de dezembro antes de seguir viagem.

O Leonard foi descoberto por Greg Leonard no dia 3 de janeiro de 2021 — data que marca um ano exato antes do periélio, o momento em que cometa passa pelo ponto de sua órbita que mais o aproxima do Sol. Os cálculos da trajetória do objeto mostraram que ele passou os últimos 35 mil anos viajando em direção à nossa estrela após alcançar o afélio, o ponto mais distante do Sol, à distância de 3.500 unidades astronômicas.

O cometa fará sua maior aproximação do Sol novamente no dia 3 de janeiro de 2022 — e quem quiser observá-lo não precisará esperar tanto, já que ele deverá estar no ponto mais próximo da Terra no dia 12 de dezembro e poderá ser visto principalmente na região norte do país.

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Esta foto pode adiantar um pouco do que esperar: ela foi formada por 62 imagens feitas com um telescópio de tamanho médio, sendo que parte das exposições estava acompanhando o cometa enquanto as demais registraram as estrelas ao fundo. A foto foi feita perto do lago June, na Califórnia.

Segunda-feira (22) — Alinhamento no céu

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O astrofotógrafo responsável por essa foto conseguiu registrar a Lua eclipsada alinhada com o topo da Gran Torre Santiago, prédio localizado no Chile e considerado o mais alto da América do Sul.

A foto foi feita durante o início da madrugada do dia 19 de novembro e claro que, para conseguir um registro tão único, ele precisou planejar tudo com antecedência. Primeiro, o fotógrafo precisou descobrir o local exato em que teria que posicionar sua câmera, além de verificar também o momento adequado para o clique do nosso satélite natural e do prédio alinhados.

Essa foto foi feita durante o longo eclipse lunar parcial, mas o fotógrafo teve apenas alguns segundos para conseguir o alinhamento perfeito, já que a rotação da Terra logo desmanchou a composição. Felizmente, tudo correu bem e o resultado é uma foto incrível, feita quase no pico do eclipse. 

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Terça-feira (23) — Sol em detalhes

Esta é uma imagem do Sol que inclui também algumas manchas solares. Elas são fenômenos temporários que podem durar de dias a meses e ocorrem na fotosfera (a camada mais externa do Sol responsável pela emissão de luz), sendo conhecidas por serem mais escuras que as áreas ao redor.

Essas manchas são um pouco mais frias do que as regiões em volta delas devido aos campos magnéticos que criam, que reduzem o aquecimento por convecção. Por isso, é raro que as regiões acima das manchas mostrem temperaturas centenas de vezes maiores.

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Quarta-feira (24) — Aglomerado estelar Plêiades

Você pode até já ter observado o aglomerado estelar Plêiades, mas provavelmente não o viu com tantos detalhes quanto os que aparecem nesta imagem.

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Também conhecido como “Sete Irmãs” e “M45”, o aglomerado das Plêiades fica a cerca de 400 anos-luz de nós e é considerado um dos mais próximos da Terra, sendo também o mais visível para quem tenta observá-lo a olho nu — e isso se aplica até mesmo nas cidades, onde há maior poluição luminosa. O aglomerado é formado principalmente por estrelas quentes e luminosas que se formaram nos últimos 100 milhões de anos.

Até 14 delas podem ser vistas dependendo das condições de iluminação no local. O aglomerado abriga também várias estrelas anãs marrons, conhecidas por ter menos de 8% da massa do Sol — massa é insuficiente para elas iniciarem a fusão nuclear em seus núcleos para serem consideradas estrelas propriamente ditas e, por isso, muitas vezes são apelidadas de "estrelas fracassas".

Quinta-feira (25) — Eclipse lunar parcial em sequência

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Durante os eclipses lunares, a Terra fica posicionada bem entre o Sol e a Lua — mas, às vezes, esse alinhamento não ocorre perfeitamente. Com isso, a Lua fica parcialmente coberta pela umbra terrestre, ou seja, a sombra projetada por nosso planeta é projetada pelo disco lunar sem cobri-lo completamente.

Pois é exatamente isso que aparece na composição de imagens acima, feitas durante o eclipse parcial. O fotógrafo fez as fotos em uma hora e meia e capturou as diferentes posições da sombra da Terra na Lua. Perceba que, embora a imagem central pareça mostrar o disco lunar totalmente coberto, ainda vemos uma pequena parte fora da sombra.

Esse eclipse lunar parcial foi longo por uma série de fatores, e o primeiro deles é a órbita da Lua ao redor da Terra. Nosso satélite natural não tem uma órbita perfeitamente circular e, por isso, há momentos em que a Lua fica mais próxima de nós (se movendo mais rapidamente) e mais distante (com movimento mais lento).

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Atualmente, a Lua está no ponto mais longe da Terra em sua órbita; portanto, se moveu mais lentamente pela sombra durante o eclipse. Por fim, como esse foi um eclipse parcial "quase total", a Lua passou mais tempo na umbra do que aconteceria em um eclipse "mais parcial".

Sexta-feira (26) — Um eclipse e um halo

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As nuvens chuvosas não impediram que esta astrofotógrafa fizesse um belo registro do eclipse lunar parcial emoldurado pelas instalações do Observatório de Lick, localizado no cume do Monte Hamilton, nos Estados Unidos.

Ela posicionou a câmera no interior do domo do telescópio Grande Refrator e fez o registro com o domo aberto, que revelou o eclipse após a passagem das nuvens. A fotógrafa capturou também um halo lunar, fenômeno óptico que ocorre quando a luz refletida pela Lua é refratada por milhões de pequenos cristais de gelo suspensos na atmosfera. Repare também no aglomerado das Plêiades, na parte superior da imagem.

A imagem traz também alguns detalhes interessantes do telescópio refrator. Ele mede aproximadamente 17 m de extensão, tem diâmetro de 4 m e suas lentes refratoras têm 91 cm de diâmetro, e podemos ver um pouco dos controles e mostradores de coordenadas. Os discos de vidro das lentes foram fabricados na França e foram transportados até Boston viajando pelo mar — uma delas quebrou durante a viagem, e foram necessários alguns anos para a produção de uma nova lente. Quando foi finalizado, o telescópio refrator de Lick se tornou o maior deste tipo no mundo, e hoje perde somente para o telescópio refrator do Observatório de Yerkes, com 101 cm de diâmetro.

Fonte: APOD