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Afinal, qual é a verdadeira cor do Sol?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Solar Orbiter/Equipe EUI/Equipe Metis/Equipe SoloHI/ESA/NASA
Solar Orbiter/Equipe EUI/Equipe Metis/Equipe SoloHI/ESA/NASA

Se você já parou para se perguntar qual é a cor do Sol, pode ter concluído que nossa estrela é amarela ou alguma cor próxima disso. Afinal, na maior parte do tempo o Sol parece ser amarelo em nosso céu, certo? Bem, a verdade é que "amarelo" não é a resposta certa para a pergunta "qual a cor do Sol". É que, embora esta pergunta pareça ser simples, ela pode ser respondida de diferentes maneiras — e todas elas dependem de alguns fatores, como o comprimento de onda luz emitida e a intensidade dela, aspectos ambientais e as capacidades dos nossos olhos e cérebro. 

A radiação eletromagnética liberada pelo Sol o torna muito similar a um corpo negro, ou seja, um corpo ideal que pode absorver e, consequentemente, emitir radiação em todos os comprimentos de onda — se fôssemos observar este corpo a olho nu e em temperatura ambiente, veríamos um corpo totalmente negro, porque ele estaria absorvendo todos os comprimentos de onda visíveis para nós. Contudo, se a temperatura do corpo negro subir o suficiente, ele se torna incandescente e, assim, emite luz na parte visível do espectro, que nos permite vê-lo. 

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Nossa estrela atinge altíssimas temperaturas, liberando radiação eletromagnética em todos os comprimentos de onda com um comportamento similar a de um corpo negro. Essa radiação é liberada do infravermelho (com maior comprimento) ao ultravioleta (menor comprimento) — isso sem mencionar os raios X e gama, que são emitidos durante erupções solares e outros eventos quentes e altamente explosivos, que emitem partículas energéticas em alta velocidade.

Portanto, podemos entender então que o Sol libera energia em todos os comprimentos de onda, sendo que grande parte dessa energia chega aos 500 nanômetros, algo próximo da luz azul e verde — por isso, há quem diga que o Sol é um pouco azul e esverdeado. Aliás, descobrir as cores presentes em um raio de luz é simples: basta direcionar o raio para um prisma, que irá separá-lo nas cores puras que o formam, cada uma com sua frequência. Então, o prisma iria nos mostrar todas as cores visíveis aos olhos humanos que, juntas, formam a luz branca — que, se você preferir, pode também ser considerada a do Sol. 

Por que o Sol parece ser amarelo?

A cor amarelada ou avermelhada do Sol durante o amanhecer e o entardecer se deve muito mais à perspectiva que temos da nossa estrela enquanto a observamos da Terra — consequentemente, com sua luz filtrada pela atmosfera. As emissões da luz solar ocorrem com intensidade semelhante em todas as cores visíveis, embora haja uma leve diferença na parte verde do espectro. Contudo, como a luz azul (com seu comprimento de onda menor) é mais facilmente dispersada do que a luz vermelha, "perdemos" um pouco do azulado da luz que chegaria aos nossos olhos. 

Em outras palavras, quando o Sol está perto do horizonte, a atmosfera da Terra dispersa os fótons amarelos e, assim, faz com que nossa estrela fique com cores mais avermelhadas — e vale lembrar que efeito pode ficar ainda mais forte quando há grande quantidade de partículas de fumaça ou poeira no ar. Mas, quando o Sol está bem alto no céu, há menos interferência atmosférica; por isso, ele aparenta ser mais azulado. Agora, se você estivesse a bordo da Estação Espacial Internacional e observasse nossa estrela, veria uma cor bem próxima do branco. 

Apesar de as emissões de luz virem, principalmente, da porção verde do espectro de luz visível, existem emissões intensas em todas as cores do espectro. Como nossos olhos têm células receptoras para três tipos de cores, o cérebro recebe a informação de que cada receptor está completamente saturado com cores recebidas em todos os comprimentos de onda — por isso, esses sinais são interpretados como a cor branca. Todas essas diferenças são de grande importância para os astrônomos, que aplicam técnicas de espectroscopia para estudar estrelas distantes e, assim, desmembrar o espectro de luz delas para descobrir quais são os elementos existentes por lá. 

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Além disso, a cor das estrelas nos indica outra informação importantíssima: a temperatura delas. As estrelas mais frias são mais avermelhadas, e as mais quentes são azuladas. O Sol, por exemplo, tem temperatura de superfície de aproximadamente 5.800 K, mas a supergigante vermelha Betelgeuse, que chega a apenas 3.500 K, tem aparência avermelhada; em comparação, Rigel, a estrela supergigante e mais brilhante da constelação de Orion, passa dos 10.000 K e parece ser azul.

Fonte: Live Science, Science Focus, Universe Today, NASA