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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (20/02 a 26/02/2021)

Por| 27 de Fevereiro de 2021 às 11h00

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NASA/ESA/Hubble/Mars 2020/Janice Lee/Leo Shatz/Don Goldman
NASA/ESA/Hubble/Mars 2020/Janice Lee/Leo Shatz/Don Goldman
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Se você acompanhou toda a emoção do pouso da missão Mars 2020, já deve saber que o Perseverance não só está seguro sobre a superfície do Planeta Vermelho, como já enviou algumas imagens para a Terra. A NASA ainda está testando todos os instrumentos e sub-sistemas do rover, assim como do helicóptero Ingenuity, mas, enquanto isso, as câmeras enviam fotos e cenários panorâmicos. Claro que a NASA está para lá de feliz com a missão, por isso a compilação de imagens astronômicas dessa semana tem como grande destaque o Perseverance.

Há outras imagens incríveis, como um aglomerado de estrelas jovens no coração da Nebulosa da Roseta, uma fotografia esplêndida de dois protótipos do Starship sob a luz da Lua Cheia, e uma imagem de Vênus capturada por uma sonda dedicada a estudar o Sol. Apreciem!

Sábado (20/02) — Momentos antes do pouso

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Essa é uma imagem do Perseverance feita por uma câmera integrada ao estágio de descida que o sustentava, durante o pouso em Marte. O registro é de quando o rover estava a apenas 2 metros de distância do solo. Se tudo parece tranquilo nesse momento, é porque o equipamento conseguiu passar com sucesso por quase dos “sete minutos de terror”, que é o tempo em que um pouso dura no Planeta Vermelho, uma manobra complexa onde qualquer erro pode condenar toda a missão.

Três cabos com cerca de 7 metros de comprimento prendem o Perseverance ao estágio de descida, como uma espécie de guindaste aéreo. Também há um quarto cabo, que é uma conexão elétrica para enviar sinais do estágio para um computador a bordo do rover — isso é o que torna possível a imagem que estamos vendo, inclusive. Abaixo do Perseverance, poeira marciana se levanta por causa dos motores que auxiliam a descida. Imediatamente após o contato do rover com o solo, os cabos foram liberados, permitindo que o estágio de descida voasse a uma distância segura antes de esgotar o combustível.

Domingo (21/02) — O coração da rosa

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Lembra da Nebulosa da Roseta, que apareceu nas fotos astronômicas da semana passada? Caso a resposta seja positiva, talvez você se recorde do aglomerado aberto de estrelas, localizado bem no meio da "rosa" (e se não lembra, vai lá conferir, porque vale a pena). Pois bem, dessa vez a NASA nos mostrou este aglomerado estelar, catalogado como NGC 2244, em maiores detalhes. Essas estrelas se formaram a partir do gás da nebulosa há alguns milhões de anos, o que pode ser muito tempo para nós, humanos, mas é um piscar de olhos em escala cósmica. Ou seja, são estrelas muito jovens e azuis.

Para obter essa imagem, foram necessárias várias exposições. As cores representam os elementos: vermelho para o enxofre, verde para hidrogênio e azul para o oxigênio. Um vento quente de partículas voa para longe do aglomerado e contribui com a formação de filamentos de gás e poeira na nebulosa. Aliás, só o centro da Roseta mede cerca de 50 anos-luz de diâmetro, quase metade de toda a Via Láctea!

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Segunda-feira (22/02) — Lua entre dois Starship

Uma imagem que dispensa maiores comentários: a Lua cheia, em todo seu esplendor, entre dois protótipos SN9 e SN10 da Starship, a nave espacial que está sendo desenvolvida pela SpaceX para enviar cargas e humanos para mundos, como a própria Lua e Marte. A foto foi tirada quando as naves estavam na plataforma de lançamento de Boca Chica, Texas, no mês passado. O SN9 foi lançado em um teste no início deste mês, com um bom desempenho, apesar de um problema na descida que resultou em uma explosão. O SN10 está passando por testes em solo e será testado no ar em breve.

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Terça-feira (23/02) — O grande pouso

Os funcionários da NASA no controle das missões espaciais como a Mars 2020 não podem controlar os equipamentos robóticos com imagens em tempo real. É que Marte fica tão longe que leva vários minutos para que qualquer sinal transmitido chegue à Terra. Por isso, o controle da missão usou dados de telemetria para saber com mais rapidez o como as manobras de entrada na atmosfera e o pouso foram realizados. Mas os equipamentos produziram, sim, vídeos do grande momento do pouso, e é isso o que vemos nesse vídeo, através das câmeras acopladas ao módulo de pouso e ao rover.

O vídeo começa com a abertura do paraquedas que desacelerou a velocidade da espaçonave ao entrar na atmosfera marciana, e segue com o momento em que o escudo térmico se separa. Então, vemos a superfície marciana cada vez mais perto, até o momento em que o paraquedas é descartado e os foguetes do módulo de pouso levantam poeira. Para fechar, a equipe comemora, após longos sete minutos de pura tensão.

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Quarta-feira (24/02) — M66

A Messier 66, também conhecida como NGC 3627, é uma galáxia espiral intermediária, ou seja, está em um meio termo entre galáxia barrada e não-barrada. Ela é parte de um pequeno grupo de galáxias conhecido como Trigêmeas de Leão, ou Trio do Leão, sendo as demais integrantes a M65 e a NGC 3628. Localizada a 35 milhões de anos-luz de distância, a galáxia é semelhante à Via Láctea em tamanho — tem 100 mil anos-luz de diâmetro.

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De acordo com a NASA, as Trigêmeas do Leão é um alvo constante dos telescópios relativamente pequenos, pois podem ser encontradas com certa facilidade e aparecem bem perto uma da outra. Esta imagem fabulosa é um close-up da M66 feito pelo Hubble, abrangendo uma região de “apenas” 30 mil anos-luz de largura ao redor do núcleo galáctico. A Messier 66 também é destaque por sua população de supernovas. Só em 2018, cinco delas foram observadas.

Quinta-feira (25/02) — Vênus em preto e branco

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Essa é a imagem que a sonda Parker Solar Probe capturou de Vênus em 2020, enquanto sobrevoava o planeta para usar sua gravidade e, assim, seguir viagem rumo às proximidades do Sol. Na foto, tirada pelo instrumento Wide-field Imager for Parker Solar Probe (WISPR), está o lado noturno de Vênus, a 12 mil km de distância. Podemos também ver a maior região montanhosa do planeta — a formação escura, conhecida como Aphrodite Terra — e um brilho na atmosfera venusiana, que pode ser causado pela luz emitida por átomos de oxigênio em grandes altitudes.

Lançada em 2018, a Parker Solar Probe continua sua jornada para se aproximar do Sol o suficiente para estudá-lo bem de pertinho. O objetivo é descobrir como a energia e o calor se movem pela coroa solar e os mecanismos que causam o vento solar.

Sexta-feira (26/02) — Panorama marciano

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O primeiro panorama completo em 360º do Perseverance em Marte foi feito com a dupla de câmeras do instrumento Mastcam-Z, durante o terceiro dia marciano da missão (cada dia em Marte dura 24 horas e 37 minutos). Esse cenário não é feito de uma só vez — foram necessárias 142 imagens, que foram unidas em uma só.

Mas o que estamos vendo nessa imagem esquisita? Ela mostra o limite da cratera Jezero, local de pouso do rover, e também um penhasco do lugar onde há muito tempo foi o delta de um rio. Mais parto do Perseverance, há vários objetos de 5 mm, em altíssima resolução e com riqueza de detalhes. As manchas de cor clara no solo perto do rover marcam o lugar onde os motores do estágio de descida da missão varreram um bocado de poeira, enquanto diminuíam a velocidade do pouso. A borda da cratera Jezero tem 45 km de largura e se ergue à distância, como uma muralha. O Perseverance vai explorar essa cratera gigante em busca de possíveis sinais de vida que, um dia, pode ter existido dentro do extinto lago marciano.

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Fonte: APOD